O caminho mais fácil para a UNITA chegar ao poder é através de um golpe interno dentro do MPLA, mas este cenário é também improvável. Na sequência das declarações do deputado Osvaldo Caculo da bancada parlamentar do MPLA onde o mesmo afirmou por outras palavras que a UNITA pode até ganhar às próximas eleições de 2027 mas nunca será governo em Angola tem vindo a causar algum desconforto e foi ontem tema de debate no programa de William Tonet (TV8 News Angola). O que o deputado Osvaldo Caculo quis dizer é que a saída do presidente João Lourenço em 2027 não significa a saída do MPLA do poder.
Por Malundo Kudiqueba
O senhor deputado Osvaldo Caculo não me representa no Parlamento e faço um alerta para não continuarem a decidir em nome do povo sem ouvirem a voz do povo. Defendo que seja o povo angolano a decidir a música que os políticos devem dançar, o tipo de coreografia que merece aplausos e quem deve ser retirado da pista de dança.
Bem-vindos ao circo da política angolana, onde a única coisa mais abundante do que as promessas vazias são as trapalhadas dos nossos estimados representantes. Se a política fosse uma comédia, teríamos material de sobra para fazer rir a plateia (povo) que assiste com grandes expectativas aos desvaneios dos nossos carrascos políticos. Se a incompetência fosse uma arte, os nossos políticos seriam uns verdadeiros génios da incoerência. Vamos explorar o emocionante mundo da incompetência política, um espectáculo que faz qualquer “sitcom” parecer um documentário sério.
Na pista de dança da política, onde passos incertos e giros malabarísticos são a norma, a relação entre governo e oposição muitas vezes se assemelha a uma telenovela que o povo está farto de assistir. Enquanto ambos tentam mostrar os seus melhores passos, a verdade é que essa dança política é mais um número de circo do que uma coreografia harmoniosa.
O problema é que a UNITA sabe que depende do MPLA para chegar ao poder e o MPLA sabe que depende de si próprio para se manter no poder. É como se a oposição e o governo estivessem num jogo de dança em que a música é a busca pelo poder. A oposição, com as suas piruetas retóricas e saltos dramáticos, depende do governo para criar a melodia que ela anseia. Enquanto isso, o governo, tentando manter o ritmo do poder, percebe que só pode dançar ao som da sua própria música.
A oposição, muitas vezes, parece estar presa a um dilema cómico. Ela precisa do governo como seu par de dança, mas, ao mesmo tempo, deve criticá-lo para manter a plateia entretida. É como se estivessem num eterno tango, onde um passo à frente é seguido por um passo para trás, e a música nunca chega ao fim.
Por outro lado, o governo, com os seus passos de dança descompassados, tenta manter o equilíbrio para não cair usando malabarismos políticos. “Somos os reis da pista!” – proclamam e declamam, enquanto a oposição tenta destroná-los expondo as palhaçadas governamentais. No entanto, a verdade é que, muitas vezes, o governo é tão dependente de sua própria coreografia que esquece que a plateia, o povo, está a observar atentamente cada movimento.
Enquanto a oposição e o governo continuam a sua dança cómica, talvez seja hora de introduzir um novo elemento: a dança do consenso, onde ambos os lados aprendem a harmonizar as suas diferenças em prol do bem comum. Afinal, numa pista de dança chamada democracia, a verdadeira comédia reside na capacidade de todos dançarem juntos, criando uma coreografia que ressoe com o ritmo dos cidadãos.
É importante lembrar que, na realidade, a maior arma do povo é o voto informado. Políticos que fazem promessas vazias devem enfrentar a avaliação crítica dos eleitores, que têm o poder de transformar palhaçadas políticas num espectáculo de responsabilidade e comprometimento.
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