UMA ESPÉCIE DE “NAVY SEAL”?

Angola está interessada em adquirir dos Estados Unidos da América um sistema de construção de máquinas militares de última geração, veículos de transporte de logística e aeronaves. Será? Vladimir Putin vai deixar? Recorde-se que general João Lourenço aceitou o convite de Putin para participar, em Moscovo, a 9 de Maio de 2025, nas “comemorações da vitória sobre o fascismo”, na II Guerra Mundial.

A intenção foi manifestada pelo ministro da Defesa, João Ernesto dos Santos “Liberdade”, durante um encontro que manteve no Pentágono, Washington, com o secretário norte-americano da Defesa, Lloyd J. Austin.

O ministro da Defesa detalhou que, com os EUA, Angola pretende fortalecer as suas relações no campo da defesa, expandindo a cooperação a novas áreas, nomeadamente o fortalecimento da capacidade técnica e operacional, como a aquisição de um sistema de construção de máquinas de última geração, veículos de transporte e logística a serem fornecidos pela Oshkosh Defense. Isto para além da aquisição de um sistema de pontes a ser fornecido pela Acrow Bridges e uma frota de veículos tácticos leves da General Motors Defense, além de aeronaves.

João Ernesto dos Santos lembrou que Angola está focada em promover uma agenda de prevenção e resolução de conflitos por meios pacíficos e diálogo inter-estatal. “Portanto, viemos para acompanhar todas as actividades que temos vindo a desenvolver ao longo dos últimos tempos”, referiu.

Nessa perspectiva, disse que a deslocação aos EUA serviu para visitar algumas empresas americanas para que possam fortalecer a relação de cooperação.

Segundo o ministro, Angola projecta o fomento de políticas de defesa e segurança africanas para alcançar a paz, a estabilidade, a coesão e o aprofundamento dos projectos continentais. Por outras palavras, quer ter do seu lado a razão da força, mandando para as “calendas gregas” todos quantos advogam a força da razão.

João Ernesto dos Santos disse que o país assume uma estratégia de cooperação nos domínios bilateral e multilateral, com vista à sua ascensão competitiva no cenário internacional, preservando cada vez mais os seus interesses no continente e no mundo. Nada mais, nada menos. No continente e no mundo.

“A visão estratégica de Angola prioriza sua inserção em todas as áreas possíveis de interesses nacionais, continentais e internacionais, especialmente no âmbito das organizações regionais africanas em que está inserida e com as quais tem afinidades geográficas, históricas e culturais”, afirmou João Ernesto dos Santos.

Neste contexto, o ministro afirmou que o espaço geoestratégico e geopolítico em que Angola está inserida requer uma atenção especial devido às profundas complexidades históricas, geográficas, económicas e culturais das comunidades mencionadas acima. E para manter a estabilidade regional nada melhor do que pôr as armas a dialogar…

Por seu turno, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd J. Austin disse que Angola é um parceiro estratégico e um líder regional, pelo que os Estados Unidos valorizam “profundamente” os laços cada vez mais estreitos entre ambas nações.

“Como o Presidente Joe Biden disse, em 2022, na Cimeira de Líderes EUA-África, aqui em Washington, o sucesso da África é o sucesso do mundo”, citou, recordando que desde essa cimeira os dois países continuaram a manter diálogos de alto nível e a avançar os objectivos discutidos pelos seus líderes.

Lembrou que em Setembro do ano passado, teve o orgulho de ser o primeiro Secretário de Defesa dos EUA a visitar Angola, e teve boas discussões com o Presidente (não nominalmente eleito) João Lourenço e com a equipa no Ministério da Defesa.

“Estou orgulhoso de tudo o que temos feito juntos para aprofundar nossa parceria, desde a segurança marítima até a manutenção da paz, passando pela política de defesa e mais”, sublinhou Lloyd Austin.

Lloyd Austin disse ainda que o relacionamento entre Angola e EUA tem um potencial “tremendo para crescer ainda mais”, incluindo áreas como cibersegurança, bem como a potencial participação de Angola no Programa de Parceria Estatal dos EUA.

“E continuamos gratos pela disposição de Angola em considerar compras de defesa dos EUA”, agradeceu.

De acordo com o secretário de Defesa, os norte-americanos estão ansiosos (ávidos, desejosos, “em pulgas”) em trabalhar com autoridades do MPLA para aproveitar esta oportunidade histórica para promover a paz, a segurança e a governança responsável baseada em regras que o MPLA cumpre em toda a sua plenitude, como sejam as relativas aquilo que Angola não é, uma democracia e um Estado de Direito.

Perante este cenário, prosseguiu, o Departamento de Defesa norte-americano aguarda com expectativa a cooperação contínua com Angola, enquanto reestrutura e moderniza as suas forças armadas.

Folha 8 com Angop

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