A tempestade tropical “Filipo” não pára de fazer estragos nas províncias do centro e sul de Moçambique. Na capital, Maputo, depois de uma tarde de terça-feira de ventos fortes e frio, a quarta-feira está a ser um dia de muitas dificuldades para a população afectada pelo trânsito condicionado devido às enchentes e arrastões de pedras e solos.
Por Geraldo José Letras
Na capital, a Avenida da Marginal e a Rua da Beira o dia está a ser de muitas dificuldades pela população devido aos habituais problemas de enchentes. Além dos estabelecimentos comerciais e escolares que paralisaram os serviços e aulas, poucos conseguem deslocar-se devido ao condicionamento do trânsito.
A província de Inhambane que desde segunda-feira é fortemente fustigada por ventos e chuvas, hoje, voltou-se a ter o registo da destruição de várias infra-estruturas, mas sem mortes a lamentar.
Impotentes, as autoridades simplesmente desenvolvem trabalhos de campo para constatar os estragos e lançar apelos de autoprotecção aos habitantes das províncias da região centro e sul de Moçambique, as mais afectadas até ao momento.
De acordo com as nossas fontes locais, os voos programados pela companhia de bandeira LAM (Linhas Aéreas de Moçambique) estão todos cancelados devido à tempestade que não dá tréguas.
Além do registo de casas inundadas e destruídas em números incalculáveis, o fornecimento de energia eléctrica e água potável está interrompido há quase uma semana.
Dados preliminares do Instituto Nacional de Gestão e Redução de Risco de Desastres, indicam que a Tempestade Tropical “Filipo”, que se fez sentir nos últimos dias em todas províncias da região sul do país e em Sofala, já deixou um grande rasto de destruição.
Na Cidade da Beira, provocou algumas inundações costeiras, com particular destaque para a zona da Praia-Nova, baixa da cidade, para além de destruir residências, sobretudo, de construção precária na zona de Mungassa.
A “Filipo” afectou igualmente outros pontos da província de Sofala, nomeadamente o distrito de Búzi, o posto administrativo de Nova Sofala e a localidade de Ampara. Já em Gaza atingiu, Massingir, Chókwè, Bilene, Limpopo, Mandlakazi, Chicualacuala, Mapai, Mabalane, Chigubo, Chibuto, Guijá, Chongoene e cidade de Xai-Xai.
Em Inhambane, sete pessoas ficaram feridas nos distritos de Inhassoro, Vilankulo e Mambone. O fenómeno afectou igualmente 531 famílias, correspondente a 2.555 pessoas, e destruiu 510 casas, maioritariamente de construção precária.
Há também o registo da danificação de 14 unidades sanitárias, seis escolas, casas de culto, postos de transporte de energia eléctrica, para além de condicionar a transitabilidade rodoviária e devastar culturas.
Na cidade e província de Maputo ainda não foram divulgados dados oficias, entretanto, a ponte que liga o distrito de Boane e o da Matola, através dos bairros de Mulotane e Malhampsene ficou submersa na madrugada desta quarta-feira tendo condicionado o trânsito no local.
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