A partir do próximo mês de Março fica proibida a produção, importação e comercialização do whisky em pacotes, vulgo “pacotinhos” em Angola. Passando a venda do produto a ser feita obrigatoriamente apenas em embalagens de vidro. A medida apoiada por profissionais da saúde é do Ministério da Indústria e Comércio.
Por Geraldo José Letras
A medida do Ministério da Indústria e Comércio dá cumprimento ao diploma anunciado em Junho de 2023 que justifica a proibição da produção e comercialização dos famosos “pacotinhos” por questões de saúde pública, ambiente e ordenamento do comércio.
O diploma do Ministério da Indústria e Comércio que olha com preocupação para o consumo de whisky e bebidas semelhantes em pequenas embalagens de plástico em Angola, considera a comercialização do produto em grande escala na via pública como mercados, paragens de táxi e nos bairros periféricos por homens e mulheres de baixos rendimentos, devido ao custo, um perigo para a saúde pública.
Dependendo da marca e do respectivo sabor, um “pacotinho” de whisky é vendido entre 70 Kwanzas e 250 Kwanzas, conforme constatou a reportagem do Folha 8 em vários pontos do país.
De acordo com o Governo, o consumo dos “pacotinhos” que acontece todos os dias concorre para a poluição ambiental, em consequência da enorme quantidade de plásticos que são atirados fora.
A decisão orientada no diploma publicado em Diário da República de 12 de Janeiro de 2023, que dá aos agentes económicos que produzem ou comercializam bebidas espirituosas um período de 60 dias para que adoptem as novas regras, aplicáveis a bebidas destinadas ao consumo humano com teor etílico igual ou superior a 15% do volume, incluindo whisky, aguardente, vodka, gin, rum, e tantos outras do género, orienta igualmente que estas bebidas deverão estar acondicionadas em recipientes de vidro, sendo proibida a produção, importação e comercialização de bebidas espirituosas que violam o disposto no diploma.
A decisão é apoiada por profissionais da saúde
Para o enfermeiro e docente, Adriano Calivulu, “o consumo de bebidas alcoólicas está entre os principais factores de riscos que levam a falência do organismo humano”.
“O whisky, dado o nível elevado de percentagem de etanol, que vai de 38 a 52% volume, ou mais, é um dos principais perigo a saúde pública, podendo assim destruir o nosso organismo, causando hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue), destruição do fígado (cirrose hepática), desnutrição, visto que maior parte dos grandes consumidores do vulgo pacotinho, pouco se alimentam, insuficiência renal, disfunção eréctil, até mesmo a morte e outros”, afirma.
Adriano Calivulu, que considera o alcoolismo um dos grandes causadores de desestruturação familiar, explicou ainda que “maior parte dos consumidores de pacotinho tendem a cair no alcoolismo grave, e isto leva muitos dos consumidores a adquirirem certos problemas sociais como a perda de emprego, aquisição de doenças e outros, que vão afectando drasticamente a família, visto que os consumidores tendem a não darem assistência a família como alimentação, educação”.
O profissional de saúde continuou, “outros, nos casos mais graves acabam vendendo ou fazendo trocas de certos artigos de casa para poderem consumir pacotinhos. Noutras situações ocorrem violência doméstica falta de educação aos filhos, e em muitos casos os filhos acabam imitando o/a progenitor/a”.
“Dada as consequências severas que tem sido recorrente no nosso país, tais como: desemprego, hipoglicemia, má formação congénita, violência doméstica, desestruturação familiar, morte e outros, corroboro com o governo em proibir a venda deste produto, pois com esta proibição acreditamos que a incidência destes problemas sociais e físicos irão diminuir significativamente”, considerou.
[…] Source link […]