O Presidente da República, João Lourenço, anunciou esta quarta-feira, em Luanda, que o Executivo liderado por… João Lourenço, está empenhado na construção da futura Casa do Artista e do Palácio da Música e Teatro, na capital do país. Então como é? Em Novembro do ano passado o (mesmo) Governo lançou a primeira pedra para construção dos futuros Palácio da Música e do Teatro e Casa do Artista, no antigo edifício da Assembleia Nacional, no centro da cidade de Luanda, concretamente no distrito urbano da Ingombota…
Na sua página do Facebook, o Chefe de Estado, em alusão ao Dia Mundial do Teatro, assinalado hoje, reiterou o compromisso da criação de espaços condignos para maior valorização desta arte de representar a realidade, “assente nos nossos hábitos e costumes”.
Explicou que depois da inauguração do Centro Cultural do Huambo, iniciativas do género, obviamente, se vão multiplicar por todo o país.
“A preservação dos nossos valores culturais e a projecção da nossa identidade devem constituir objectivo permanente de todas as nossas acções”, assinalou.
O general João Lourenço considerou os fazedores de teatro, “verdadeiros heróis que, em ambiente de muitas adversidades, fazem desta arte um instrumento eficaz para manter viva a consciência sobre nós mesmos”.
Recordemos. O Governo angolano lançou, no final do ano passado, a primeira pedra para construção dos futuros Palácio da Música e do Teatro e Casa do Artista, no antigo edifício da Assembleia Nacional, no centro da cidade de Luanda, concretamente no distrito urbano da Ingombota.
Num projecto do Ministério da Cultura e Turismo, a empreitada de reabilitação e reconversão do antigo edifício da Assembleia Nacional para o Palácio da Música e do Teatro de Luanda está a ser executada pela empresa Athena Swiss, do grupo Mitrelli.
Segundo um comunicado de imprensa, a empreitada prevê a reformulação do conceito inicial do projecto do Palácio da Música e do Teatro, no sentido de acomodar uma unidade residencial e de cuidados a artistas seniores, inspirada na Casa do Artista de Lisboa.
A intervenção, explica a nota, acontece numa área total de 12.752 metros quadrados, então ocupada por vários edifícios, entre os quais o Edifício Central – antigo edifício da Assembleia Nacional, que até 1975 albergou o Cinema-Teatro Restauração.
“Dado o seu valor histórico, a obra visa a recuperação e adaptação do Edifício Central para um novo uso, mas tendo em conta a salvaguarda da dignidade do espaço – símbolo da Nação angolana, a preservação arquitectónica e a promoção e dinamização da cultura e lazer”, lê-se no comunicado.
Com esta intervenção, indicava o documento, pretende-se a criação de um edifício com espaços fluídos, onde a arte, a cultura, o lazer e recreação estão em comunhão com os espaços exteriores e interiores”.
Em 30 de Março de 2023, o Executivo divulgou que iria investir 85 milhões de dólares na reabilitação e construção da Casa do Artista e do Palácio da Música e do Teatro, segundo o Despacho Presidencial número 50/23, de 20 de Março.
O Despacho autorizou a despesa e formalizou a abertura de Procedimento de Contratação Simplificada, pelo critério material, para a celebração do contrato com a Sociedade Athena Swiss, AG, subsidiária da Mitrelli Group Swiss, AG, para a execução das obras.
A fiscalização da empreitada de reabilitação e construção da Casa da Música e do Teatro, no valor de 3.390.000.00 (três milhões, trezentos e noventa mil dólares), estará a cargo da empresa DAR ANGOLA – Consultoria, Limitada.
Ao ministro da Cultura e Turismo foi delegada competência, com faculdade de subdelegar, para a formalização dos contratos, incluindo a sua assinatura, bem como é autorizada a cessão da posição contratual, caso se imponha.
De acordo com o documento, que revoga o Despacho Presidencial 144/22 de 13 de Junho, a ministra das Finanças deve assegurar os recursos necessários inerentes à execução financeira dos contratos.
Embora hoje a agência de notícias do MPLA, Angop, escreva que «PR anuncia construção do Palácio da Música e Teatro», a verdade é que o MPLA anuncia vezes sem conta a mesma coisa, desde que isso ajude os matumbos a entender que o MPLA é Angola e que Angola é do MPLA.
Recentemente (Janeiro deste ano) o MPLA anunciou que o Centro Cultural “Manuel Rui Monteiro”, na província do Huambo, vai ministrar cursos de iniciação musical para crianças em situação de vulnerabilidade, com apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), e permitir a criação de um novo núcleo da Orquestra Sinfónica Kapossoka.
A informação foi avançada pelo ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, na cerimónia de abertura oficial da infra-estrutura, inaugurada pelas mais altas individualidades de Angola, Presidente da República, João Lourenço, o Presidente do MPLA, João Lourenço, o Titular do Poder Executivo, João Lourenço, e o Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, João Lourenço, na província do Huambo.
De acordo com Filipe Zau, a nova escola de artes do Huambo vai também viabilizar a expansão de outras culturas locais e regionais, não “suficientemente promovidas e divulgadas”, e uma maior desconcentração de actividades muitas vezes realizadas de forma exclusiva na província de Luanda.
Para captar maior atracção à província do Huambo, o ministro da Cultura e Turismo anunciou a reabilitação da Biblioteca “Constantino Camoli”. “Todo esse complexo passará a ser, concomitantemente, o maior ponto de atracção cultural e consequentemente turístico desta cidade luz”, acrescentou.
Por outro lado, o ministro deu a conhecer que será criado um curso superior de música em parceria com a Fundação Universitária Iberoamericana (FUNIBER) e um curso superior de turismo na Universidade Internacional do Kwanza, na Cuito, província do Bié.
O Centro Cultural “Manuel Rui Monteiro” vai passar ainda pelo processo de criação oficial, com aprovação do Estatuto Orgânico e Regulamento Interno, para que a organização e funcionamento “seja adequado às suas raízes, necessidades e potencialidades, bem como aos propósitos que levaram a sua edificação”.
“A estratégia de gestão terá de estar direccionada de modo a que o Centro Cultural “Manuel Rui Monteiro”, se auto financie e venha a contribuir, no futuro, com receitas próprias para o desenvolvimento cultural do país e da província”, explicou o ministro.
A cerimónia de inauguração contou com diversos fazedores de cultura do MPLA, tendo alguns abrilhantado a noite com dança e música que valorizam os ritmos e a língua local, bem como instrumentos tradicionais que surpreenderam e arrancaram fortes aplausos aos presentes.
O Rei do Bailundo, Tchungonga foi uma das figuras da cultura do seu reino que não escondeu a satisfação ao ver inaugurado o Centro Cultural que vai relançar a cultura e o povo Ovimbundo.
“O povo do Huambo está muito contente. O Reino Ovimbundo tem como foco registar, preservar, valorizar e divulgar a nossa cultura e temos a certeza que, neste espaço, todos os fazedores do Huambo terão a oportunidade de manter a identidade dos povos Ovimbundos”, disse.
O Centro Cultural “Manuel Rui Monteiro” (sendo que Rui Monteiro foi um dos operacionais de Agostinho Neto nos massacres de 27 de Maio de 1977) tem três salas para cinema e teatro, duas de conferências, uma para apresentação de trabalhos de arte, como literatura e música, duas de artes plásticas e artesanato e uma de exposições, duas de dança, áreas de apoio aos actores e músicos, e duas para aula de canto.
A infra-estrutura possui igualmente 11 lojas de especialidades artísticas e culturais, dois restaurantes, um bar, posto policial, uma geladaria, parque infantil, loja de venda de bebidas, duas salas multifunções, um pátio com palco para espectáculos, com uma capacidade para mais de seis mil espectadores, e áreas administrativas.