POVOFOBIA DO MPLA PROMOVE INJUSTIÇA ALIMENTAR

Os cidadãos estão a assistir, impávidos e serenos à saga partidocrata legislativa a abalroar o sonho de mais comida nas mesas dos autóctones, em 2025, ano em que o próprio MPLA comemorará os seus 50 anos de independência.

Por William Tonet

Os deputados do MPLA, nos dias 13, 14 e 15.11.24, não deveriam passar a mensagem de serem tão maus. Insensíveis! Porque ante o definhar da fome e miséria colectiva, parecem conformados tal qual os vampiros, com o sofrimento dos cidadãos.

Os povos, a maioria dos 20 milhões de pretos pobres, precisam, urgentemente, de comida. Sim, comida. O MPLA, através de políticas diabólicas e discriminatórias, bem gizadas, impõe a maioria, dependência exclusiva aos contentores e monturos de lixo.

E se dúvidas houvesse, as declarações de vários deputados do MPLA, com realce as do líder da sua bancada parlamentar, Reis Júnior mostraram a ideologia de extrema-direita e a submissão completa ao Titular do Poder Executivo, mesmo diante do caos.

A actual proposta do OGE, mesmo para um analfabeto funcional, com as despesas a superarem as receitas, nunca consideraria que “a proposta de OGE traça um caminho claro para um futuro de mais oportunidades, desenvolvimento e inclusão”.

Só um trilho cerebral lamacento, fora do círculo parlamentar, quando a fome campeia, pode vaticinar, um bem, o aumento em 2025, dos preços do pão, arroz, fuba, feijão, óleo, peixe, água, luz, combustível, etc.

Diante deste quadro não existe como negar uma política governamental, bem gizada, de fomento da fome, baseada nas políticas do FMI e BM, capazes de voluntária ou involuntariamente, instigarem convulsões sociais a partir de 2025.

E, para se aferir isso, não é necessário franquear uma universidade, basta ver o baixo índice de popularidade do Presidente da República, que não tende a diminuir, pelo contrário, com a actual proposta do OGE/25, tudo aponta para a derrocada final.

Desgraçadamente, na discussão na generalidade, o líder da bancada parlamentar do MPLA, Reis Júnior mostrou ser mais importante a defesa do tacho do que os interesses do povo, que um dia jurou defender.

O deputado e pares defendeu a ideologia de extrema-direita e o capitalismo especulador, como molas para a multiplicação de pobres, miseráveis e corruptos nacionais e estrangeiros. “O voto da bancada do MPLA no OGE vai ao encontro dos principais desafios sentidos pelas famílias angolanas e pelas empresas presentes em Angola”, disse Reis Júnior.

As famílias não estão no centro do Orçamento, logo não sentem preocupação do regime, salvo quanto “as empresas presentes em Angola (colonialistas apoiadas pelo MPLA), bafejadas pelo enriquecimento ilícito.

O OGE (Orçamento Geral do Estado) 2025 ataca os pobres, carentes de comida e não a pobreza.

MANUTENÇÃO DO PODER PELA FOME

O MPLA institucionalizou a fome desde que chegou ao poder, em 1975, muito pela falta de higiene intelectual e patriotismo dos seus mentores económicos.

Da falsa economia centralizada (1975-1991), com a institucionalização das lojas dos dirigentes e lojas do povo, a destruição completa dos parques, industrial, agro-pecuário, piscatório de transporte marítimo e terrestre; ao capitalismo selvagem (acumulação primitiva do capital de Karl Marx – 1992-2016), com a criação exclusiva de milionários e corruptos, no seio da classe dirigente do MPLA; e, agora, um verdadeiro programa de economia neoliberal (2017-2024), que assassina o empreendedor angolano, promovendo “lavandarias de dinheiro”, lideradas por fundamentalistas islâmicos.

O descalabro económico deveria ser um ponto de partida essencial para o líder do MPLA encontrar, nestes dois últimos anos de mandato respostas adequadas à realidade complexa que se apresenta.

João Lourenço ao tornar-se adepto do neoliberalismo económico e da pauta do FMI, aumentou o desemprego e a falta de comida no prato dos 20 milhões de pobres, tudo para agradar o ocidente europeu e os Estados Unidos.

Esta visão obtusa de subserviência ao que há de pior no capitalismo e imperialismo, repugna os verdadeiros nacionalistas, que impotentes assistem ao desembarque dos novos colonialistas, com a chancela de investidores…

Na verdade são laranjas dos governantes, legisladores, magistrados, polícias, seguranças e militares do regime, que, em troca recebem, por afectação directa, empreitadas milionárias e património público, a baixo custo.

Por esta razão cresce a onda de indignação popular face ao controlo da soberania económica, por parte de organizações mafiosas, algumas ligadas ao Estado Islâmico, onde tem sido encontrado remessas de dólares, que deveriam circular exclusivamente, em Angola.

Daí as actuais sanções impostas pelo FED (Banco Central) americano de não fornecimento regular de dólares, ao Executivo.

Esta situação é a grande responsável pelo aumento da inflação, desvalorização do Kwanza e aumento do custo dos preços dos produtos da cesta básica. Esta, foi uma das causas da derrota eleitoral do MPLA, em 2022, encoberta pela fraude protagonizada pela CNE (Comissão Nacional Eleitoral), o Tribunal Constitucional e os órgãos de defesa e Segurança.

Actualmente, uma sucessão de factos não podem ser menosprezados:

a) prisão de quatro jovens presos políticos inocentes, em 2023; b) aprovação da lei do Vandalismo; c) composição batoteira dos comissários na CNE; d) aprovação do OGE/25, que aumenta despesas militares, presidenciais e os preços da comida e serviços.

O MPLA está a brincar, antecipadamente, com o fogo, considerando ser o povo burro, com todos estes pacotes…

São um verdadeiro negacionismo a transparência eleitoral, a justiça e a democracia, também, em 2027, Mas, pese estar no ADN do MPLA, que aumenta o controlo das forças militares e policiais, nada antevê, uma aceitação a continuidade da fraude e batota, por parte da juventude e demais segmentos ideológicos.

Não faltam aqueles, que no seio do próprio MPLA apelam a direcção para encarar a dura realidade mostrada nas urnas em 2022 e, diariamente, nas ruas, rejeitando, atacando e condenando as políticas do Presidente da República, antevendo um 2027, mesmo com a eventual alteração dos estatutos do MPLA e da Constituição, com a corrupção de membros de um partido político, visando os 2/3, para um terceiro mandato, que a espiral de contestação pós-eleitoral não seja incontrolável.

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