O governador do Zaire, Adriano Mendes de Carvalho, solicitou um maior apoio e atenção do Presidente da República, general João Lourenço, no combate ao contrabando de combustível na província. Afinal os governadores existem para quê?
O pedido foi feito hoje pelo governador Adriano Mendes de Carvalho durante a reunião que o Chefe de Estado manteve com o governo local, no quadro da sua vista de trabalho de algumas horas àquela província.
Na ocasião, Adriano Mendes de Carvalho considerou o contrabando de combustível como um cancro na província.
“Há soluções. Isso pode resolver-se. Nós não podemos continuar assim”, afirmou o governador, que alertou para possíveis retaliações, mas reafirmando o seu empenho no combate ao contrabando na província.
Segundo o governador, o desenvolvimento da província não será possível se o contrabando de combustível na província continuar. Implicitamente, Adriano Mendes de Carvalho reconheceu a razão pela qual, há 49 anos, o Zaire continua (como quase todo o país) à espera do… desenvolvimento.
“Ninguém vai vir aqui ao Zaire e querer esperar quatro horas ou três horas numa fila de combustível. E depois de esperar, ouvir dizer que o combustível acabou”, frisou o governador com a sua ancestral perspicácia.
Para o governador, o que mais dói é que na província entram vários camiões de combustível, mas passado uma hora e meia a bomba já não tem combustível. Coisa chata. Será tudo obra dos “arruaceiros” da UNITA?
Adriano Mendes de Carvalho solicitou ainda a aquisição de meios e serviços que possam ajudar no combate a esse fenómeno, como scanners, balanças e portagens, e alertou também para a ocorrência de outros tipos de crimes, entre eles o tráfico de crianças. Talvez com a ajuda dos satélites AngoSat, de drones e de outras sofisticadas tecnologias o MPLA consiga pôr ordem na casa…
“Queremos pedir o seu apoio, aos órgãos competentes, para pudermos trabalhar nesta situação, porque isso tem sido para nós uma desgraça muito grande”, realçou Adriano Mendes de Carvalho.
Em Maio de 2023, Adriano Mendes de Carvalho estava com mais pedalada. Falando em em Mbanza Kongo, afirmou que a corrupção constitui um dos grandes obstáculos do estado democrático e de direito, por inviabilizar o exercício dos direitos fundamentais dos cidadãos.
Na altura, segundo a Angop, “ao discursar na abertura da cerimónia de auscultação” (“cerimónia de auscultação”, é bonito) sobre o “Projecto de Estratégia Nacional de Prevenção e Repressão da Corrupção”, o titular de poder executivo local sublinhou que a corrupção compromete a realização dos direitos das crianças à educação, saúde, alimentação e outros. Quem diria? É obra, senhor governador.
“Não são poucas, as vezes que o poder da corrupção tira a vida ao ser humano, porque o servidor público, pago para prestar assistência médica gratuita ao cidadão, trocou a ética e a deontologia profissional pela famosa “gasosa” ou porque desviou o dinheiro destinado à construção do sistema de abastecimento de água potável à população”, enfatizou.
O titular de poder executivo do Zaire, sublinhou que o seu pelouro está ciente de que este mal é o seu pior inimigo, pois corrói recursos públicos, amplia as desigualdades económicas e sociais e reduz a confiança do cidadão nas instituições.
Para a inversão desse quadro, Adriano Mendes de Carvalho sugeriu, divagou, delirou sobre a promoção de um sistema que previna a criminalidade económica e financeira, assim como a corrupção, através de medidas específicas. Cá para nós, como se comprova vendo o histórico de 49 anos de governação do MPLA, a solução passa por afastar o MPLA, o maior (e praticamente único) antro de corrupção que se conhece.
O titular de poder executivo local apontou, entre as medidas, o reforço do papel das escolas na transmissão aos adolescentes e jovens de valores que gerem repúdio a práticas de corrupção e crimes conexos, a capacitação dos gestores públicos para a elevação dos seus conhecimentos sobre as boas práticas de gestão do erário. O anedotário nacional continua a somar relevantes contributos.
O reforço da articulação entre os órgãos da administração da justiça e a celeridade no tratamento de casos de criminalidade económica e financeira, corrupção e tráfico de influências, também figuram entre as inéditas propostas de Adriano Mendes de Carvalho.
O histórico dirigente do MPLA reiterou, na ocasião, o apelo à população no sentido de continuar a denunciar práticas que lesam o bom nome das instituições do Estado, desde que sejam bem fundamentadas, e a evitar a calúnia e difamação. Aconselha-se que façam, preferencialmente, denúncias referentes a gente da Oposição.
Adriano Mendes de Carvalho pediu uma participação activa dos presentes nos debates, apresentando propostas e sugestões que sirvam de conteúdo para a elaboração de uma estratégia viável e exequível de combate à corrupção no país e, na província, em particular.
Em Junho de 2018, o então titular do poder executivo da província de Luanda (Adriano Mendes de Carvalho) pediu o reforço da luta contra o trabalho infantil, abandono familiar e violência contra menores, para a garantia de um crescimento digno das crianças.
Adriano Mendes de Carvalho fez este pedido durante uma visita realizada por crianças e adolescentes à sede do Governo provincial, no âmbito das festividades do Dia da Criança Africana.
Na ocasião, o governante defendeu a criação de espaços onde as crianças possam expor todos os seus problemas e outros abusos que possam sofrer diariamente, reflectindo negativamente no normal desenvolvimento dos adolescentes.
Adriano Mendes de Carvalho disse que o Governo estava a trabalhar para criar as condições nos centros de saúde e hospitais de Luanda que permitam uma assistência à altura de todos os que procuram ajuda naquelas instituições.
Outra questão que estava também na agenda, dita prioritária, do Governo local era a merenda escolar, situação que deveria ser reflectida por todos, principalmente quanto aos produtos que podem fazer parte da dieta alimentar das crianças.
Em Novembro de 2018, o Governo da província de Luanda admitiu que devia cerca de 60 mil milhões de kwanzas (170 milhões de euros) às operadoras que efectuavam a limpeza na capital angolana, situação que estava a “dificultar normal funcionamento” das empresas na recolha do lixo. Confirmava-se que não basta mudar de governador, é preciso mudar de… governo.
Respondendo às preocupações sobre os “enormes acumulados de lixo em vários pontos da província”, o director do gabinete do Ambiente, Gestão de Resíduos e Serviços Comunitários do Governo de Luanda, Tchino de Sousa, argumentou que o modelo de financiamento do sistema “não funcionou” (a corrupção não foi suficiente?).
No entanto, de acordo com o responsável, a situação “estava controlada” e derivava de um “atraso no pagamento de 10 meses às operadoras”.
“Nem todos os munícipes pagam regularmente a taxa, temos uma dívida de aproximadamente 60.000 milhões de kwanzas e mensalmente arrecadamos cerca de 100 milhões de kwanzas (280 mil euros) valores insuficientes para cobrir as despesas das operadoras”, explicou.
Segundo Tchino de Sousa, apesar das dificuldades operacionais, as empresas tinham feito do seu papel de recolha e varredura, funcionando apenas com os “serviços mínimos”, pedindo “compreensão e colaboração” dos munícipes na hora da deposição dos resíduos.
Recorde-se que o então titular do poder executivo de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho, lançara um programa de requalificação dos jardins e reforço da iluminação pública, visando promover a arborização dos espaços urbanos e a segurança da população.
E porque não era possível fazer tudo ao mesmo tempo (o que se comprova pelo facto de o Governo do MPLA andar há 49 anos a tentar fazer alguma coisa…) o programa de redução dos pobres (em todo o país são mais de 20 milhões) só será implementado quando as mangueiras (dos jardins de Luanda) derem loengos e quando for possível ler, à noite, à luz de um candeeiro… apagado.