Os governos dos Estados Unidos da América (EUA) e de Angola (do MPLA há 49 anos) assinaram, em Dallas, vários acordos de financiamento, no valor de 1,3 mil milhões de dólares, para investimentos no Corredor do Lobito. Sucesso absoluto para a equipa do general João Lourenço. Aliás, o êxito depende sempre do valor do cheque.
Assim sendo, à margem da Cimeira Empresarial EUA-África do Conselho Corporativo para a África, “Angola e os Estados Unidos da América celebraram a assinatura de acordos de financiamento para projectos da República de Angola financiados pelo EXIM Bank para o desenvolvimento do Corredor do Lobito, o principal beneficiário da Parceria Global de Investimento e Infra-estrutura (PGI)”, lê-se num comunicado da presidência angolana.
Os acordos assinados, no valor de mais de 1,2 milhões de euros, são destinados “ao financiamento de três importantes projectos de infra-estruturas ligadas ao Corredor do Lobito, e visam igualmente investimentos para a energia limpa, conectividade e expansão do sinal de rádio, e infra-estruturas de transporte, representando um compromisso significativo do Governo dos EUA em apoiar as prioridades de investimento económico do Governo de Angola em vários sectores”, acrescenta-se ainda no comunicado conjunto do Presidente da República, do Presidente do MPLA e do Titular do Poder Executivo de Angola.
A cerimónia de recolha de fiado em Dallas surge na sequência da visita do Presidente de Angola a Washington, no ano passado, altura em que foi anunciado um conjunto de investimentos dos EUA em Angola num valor a rondar os mil milhões de dólares, cerca de 930 milhões de euros, principalmente para projectos ligados ao Corredor do Lobito, uma ligação de costa a costa que liga a Zâmbia ao porto do Lobito.
Para o general João Lourenço, os projectos são “prioritários” e terão um “impacto directo nas comunidades em Angola, além de proporcionar uma grande oportunidade para a diversificação da economia nacional pelo efeito de contágio às economias da região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC)”.
Também citada no comunicado, a presidente do Banco de Exportação e Importação dos EUA, Reta-Jo Lewis, “destacou o compromisso da instituição em aumentar os investimentos na África subsaariana, reforçando que esses acordos representam os maiores pacotes de financiamento da PGI apoiados pelos EUA para qualquer país desde o início da iniciativa”.
Para Reta-Jo Lewis, estes investimentos estão alinhados com a missão do EXIM Bank que é o de apoiar os exportadores dos EUA que realizam negócios na região da África subsaariana.
O financiamento directo do EXIM Bank, no valor de 907 milhões de dólares (844 milhões de euros), servirá para apoiar a construção de duas centrais de energia solar através da empresa americana Sun Africa, com capacidade para gerar mais de 500 megawatts de energia renovável para a rede nacional de Angola, e é o maior projecto do EXIM Bank no sector das energias renováveis.
Além disso, o EXIM vai também financiar parcialmente a construção de 186 pontes em Angola, num investimento total de 450 milhões de dólares, quase 420 milhões de euros, e ainda o projecto de “expansão do sinal de rádio em FM, avaliado em 40 milhões de dólares (37 milhões de euros), com a assistência da GatesAir, para aumentar a cobertura de rádio para 95% da população angolana”, lê-se ainda no comunicado distribuído pelo Governo de Angola, em que se salienta ainda o “compromisso contínuo dos Governos de Angola e dos Estados Unidos da América para o fortalecimento da parceria entre os dois países”.
O Corredor do Lobito pode ter uma contribuição anual no Produto Interno Bruto (PIB) na ordem de 1,5 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros) a três mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros), de acordo com os dados que têm sido avançados, e é uma ligação fundamental para a exportação de materiais cruciais para a transição energética, nomeadamente de recursos naturais usados para a construção de veículos eléctricos.
Presume-se que por falta de saldo, não foi possível canalizar dinheiro para alargar as emblemáticas infra-estruturas de apoio gratuito à distribuição de alimentos em Angola, criadas e implementadas pelo MPLA, nomeadamente em Luanda, conhecidas pela população como… lixeiras.