PÁROCO DECLINOU CONVITE DA  MARCHA DO MPLA EM CABINDA

O reverendo Henrique Simba Toco mostrou-se descontente com a pretensão do partido dos “Camaradas”, pelo facto de lhe terem formulado um convite para participar da marcha que decorreu no sábado, 7 de Setembro, em todo o país, conduzido pelos primeiros secretários municipais, para apoio a João Lourenço e às acções que o executivo tem vindo a implementar. O sacerdote revelou que não participa de eventos ligados a partidos políticos por não se coadunarem com a sua missão.

Por Berlantino Dário

O padre da Paróquia de São Carlos Lwanga de Buco Zau, em Cabinda, revelou que declinou ao convite para tomar parte da marcha do MPLA em Cabinda por não fazer parte da sua missão enquanto pároco e pediu que não cheguem mais convites do género, reiterando, no entanto, a sua abertura para convites que venham apenas da governação.

“Com certeza, eu recebi este pedido, esta carta para que fôssemos à marchar a favor do Presidente [do MPLA] uma questão que me deixou abalado. Se fosse uma carta vinda da Administração Municipal do Buco Zau, seria bem-vinda, eu tenho participado.”

Por outro lado, o clérigo católico salientou que tem participado de acções sociais do município, quer por iniciativa da Administração Municipal de Buco Zau ou de outras organizações, desde que não sejam de nenhum partido. Salientou, por sua vez, que é amigo de todos os partidos – “em questões sociais daqui do nosso município de Buco Zau, nós vamos lá. Mas do partido, eu não tenho nenhum partido, sou amigo de todos os partidos; da UNITA, MPLA e tantos outros partidos, porque ali eu tenho cristãos.”

“Eu até incentivo os meus cristãos para que façam mesmo parte dos partidos e lá onde estiverem, sejam cristãos. Defendam a justiça, a dignidade da pessoa humana. Então, não é nosso dever estarmos lá, não é. E, há alguns pastores que foram. Foram convidados padres e pastores. A igreja, realmente, tem relações com todos, mas até este ponto, nós não o podemos fazer”, esclareceu

Entretanto, o pároco fez saber que há possibilidade de realizar e participar de uma marcha em favor do Presidente da República por aquilo que tem feito, convidando amigos e simpatizantes – “queremos fazer uma marcha em favor do Presidente da República por aquilo que tem feito e convidamos os amigos e simpatizantes. Significa que nós os padres, pastores somos amigos e simpatizantes. Não negamos, nós somos amigos de todos. Mas até a este ponto, já não podemos fazer porque somos uma igreja que ama todos. Não podemos estar nestas actividades políticas de um partido ou não.”

“Nós temos que estar a favor do povo e defender o povo que nós servimos mais ou menos isso. E, apelamos que a próxima vez, não façam mais convite como este. Da administração, sim, mas do partido, não, não. Para irmos a marchar a favor do Presidente [do MPLA], não faz parte da nossa acção como igreja,” salientou..

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