O grupo Heirs Holdings, que actua na área de investimentos com sede em Lagos, Nigéria, pretende estabelecer uma presença sólida em Angola a partir de 2025, para apoiar e acompanhar empresas angolanas e jovens empresários, e contribuir para a transformação económica do país.
A intenção foi expressa pelo CEO da empresa, Tony Elumelu, que falou à imprensa após uma audiência com o Presidente da República, general João Lourenço (foto), no Palácio Presidencial, em Luanda.
Entre as iniciativas que a empresa tenciona implementar em Angola, Tony Elumelu destacou a criação de programas de financiamento para pequenos empresários, com valores a partir de cinco mil dólares, a fim de criar empregos e o fortalecer a economia.
“Haverá várias formas de apoiar os nossos jovens empresários, tanto através da minha fundação como também do banco. Para os pequenos empresários, haverá verbas a partir de cinco mil dólares, para que possam lançar os seus negócios”, disse.
O CEO disse estar satisfeito por estar em Angola, pela segunda vez e lembra que começou a ter contacto com o país em 2010, através da sua fundação, a Tony Elumelu Foundation, que apoiou jovens empresários angolanos com 10 mil dólares para iniciarem os seus negócios.
Após o encontro com o Presidente João Lourenço, Tony Elumelu disse que vai reunir com jovens empresários angolanos para explorar novas oportunidades de colaboração e identificar áreas específicas de apoio.
Em 2020, Tony Elumelu, na qualidade de presidente do Banco Unido da África (UBA) e uma das pessoas mais ricas da Nigéria, disse à AFP que era necessário um “Plano Marshall” para ajudar África a enfrentar a tempestade. “Há uma necessidade urgente de governos africanos e parceiros internacionais intensificarem um pacote de estímulo económico de emergência para o continente”, disse o magnata, que ofereceu cerca de 12 milhões da sua fortuna para enfrentar a crise (Covid).
Mas as autoridades reclamam que não é fácil fazer com que grandes empresas em África e credores internacionais ajudem rapidamente. “Por enquanto, ninguém realmente participou”, disse uma autoridade da União Africana à AFP sob condição de anonimato. “Os mais inclinados a dar rapidamente são os chineses. É por isso que recebemos a ajuda rapidamente de Jack Ma.”
Queremos que os bilionários africanos sigam esse exemplo, mas infelizmente com muita frequência, é apenas um caso de aparências”, afirmou a fonte. O funcionário apontou as promessas de apoio durante a epidemia de ébola que devastou a África Ocidental de 2014 a 2016. “Além de Dangote e Motsepe, muito poucas pessoas realmente liberaram o dinheiro”, disse.
O império de Aliko Dangote, o homem mais rico de África, está espalhado por todo o continente, com os seus tentáculos de negócios e fábricas. Youssoufou, da fundação Dangote, insiste que quer “comprometer-se com o continente”, mas disse que a prioridade é ajudar a Nigéria.
Agora, à medida que os números aumentam, empresas e governos da região estão intensificando seus próprios esforços para mobilizar fundos.
Aliko Dangote nasceu em Cano uma grande cidade nigeriana que desde 1809 é habitada pelos fulas, uma antiga etnia de nómades da África ocidental da qual Aliko Dangote faz parte, desde 1977 actua no secctor industrial, inicialmente como um pequeno comerciante de cimento e açúcar e produtos alimentícios, hoje o Dangote Group possui mais de 11 000 funcionários e a sua sede fica em Lagos, a maior cidade da Nigéria.
Dangote formou-se na Universidade Al-Azhar, no Cairo, e possui uma enorme passagem na política interna de seu país, já apoiou diversos candidatos políticos que venceram em eleições locais.
Em 14 de Novembro de 2011 foi distinguido com a mais alta condecoração da Nigéria, tornando-se membro da Ordem da República Federal (MF ) pelo presidente Goodluck Jonathan, com quem possui relações políticas e económicas, já que o próprio Aliko Dangote assumiu ter relações com a política interna e externa de seu país.
Aliko Dangote, é dono do Dangote Group, um grande conglomerado da Nigéria, que actua em múltiplos sectores industriais como a Indústria de cimento e alimentos, o grupo possui como principais produtos de venda açúcar, refrigerantes, arroz, batatas, farinha e cimento, e também o sector de investimentos e seguros bancários. Trabalha principalmente na Nigéria, Gana, Benin, Togo e África do Sul. Dangote é a pessoa mais rica da Nigéria e do continente africano, com uma fortuna estimada em 11,2 bilhões de dólares segundo a revista Forbes de 2011, ano em que ficou à frente do fundador do Facebook, Mark Zuckerberg.
Aliko Dangote controla grande parte do comércio e de “commodities” da Nigéria através das suas conexões empresariais e políticos. O grupo Dangote foi fundado originalmente como uma pequena empresa de açúcar em 1977, e hoje rende milhões de dólares em lucro líquido. O grupo deixou de ser uma pequena empresa de comércio para ser o maior grupo industrial da Nigéria.
Em 23 de Maio de 2010 o jornal britânico Daily Mirror anunciou que Aliko Dangote estaria interessado em comprar 16% das acções do Arsenal Football Club da primeira liga inglesa.