MPLA PROCURA SUCESSOR DE PRAHLAD JANI

O indiano Prahlad Jani, um eremita que afirmava ter estado 80 anos sem comer nem beber, morreu em 2020, aos 90 anos, sem ter cumprido o seu maior sonho: presenciar a tese do MPLA que continua a ensinar o povo a viver sem comer.

Mestre em ioga, Jani foi uma lenda na Índia e tudo indicava que, pela mão de João Lourenço, iria ensinar o seu método aos angolanos de modo a que, de uma vez por todas, o Folha 8 pare de azucrinar o MPLA dizendo que os angolanos continuam a ser gerados com fome, a nascer com fome e a morrer, pouco depois, com fome.

O governo indiano, certamente atento ao impacto do assunto, resolveu descobrir, ou tentar – pelo menos, se o que ele dizia era verdade ou se Jani era apenas um farsante. Quando tinha 83 anos, ficou 14 dias a ser observado e filmado por uma equipa de 30 médicos escolhida pelo Ministério da Defesa indiano. Segundo os testemunhos, ele não ingeriu (nem expeliu…) nada durante esse tempo.

Estamos, no entanto, convencidos de que a credibilidade de Prahlad Jani teria saído reforçada se os médicos tivessem sido escolhidos pelo “escolhido de Deus” (José Eduardo dos Santos) ou pelo seu sucessor, o próprio “deus” (João Lourenço). É que, qualquer que seja o líder do MPLA, é dono da verdade, facto que só por si seria uma garantia para o mundo.

Foi baseado neste caso que tanto animou a comunidade (mais ou menos) científica, que o Presidente da República (general João Lourenço), certamente com a colaboração institucional do Presidente do MPLA (João Lourenço) e do Titular do Poder Executivo (João Lourenço) pretende ensinar os angolanos a, pelo menos, viver sem comer.

Até agora, sobretudo porque os angolanos são uns desmancha-prazeres, os resultados em Angola não são animadores. Todos os que tentaram seguir (embora voluntariamente… obrigados) o método de Prahlad Jani estiveram muito perto mas, quando estavam quase lá… morreram.

Já em 2006 o Discovery Channel fez um documentário sobre Prahlad Jani que, na altura, concordou em ser filmado durante dez dias e também foi analisado por médicos e cientistas, que não chegaram a uma conclusão nem presenciaram nenhuma impostura.

Data, aliás, dessa altura a tese de José Eduardo dos Santos de que seria capaz de pôr os angolanos a viver sem comer. Como não encontrou voluntários, obrigou-os pela força da miséria e do desemprego a enveredarem por esse caminho.

Os médicos apenas atestaram que Prahlad Jani estava com a saúde perfeita após o jejum. Depois da nova experiência, Jani deu uma conferência de Imprensa no hospital Ahmedabad. “Eu estou forte e saudável porque é assim que Deus quer que eu esteja”, disse ele.

Jani tinha, aliás, preparado o mesmo discurso para a altura em que chegasse a Angola. Sabe-se que diria: “Eu estou forte e saudável porque é assim que João Lourenço quer que eu esteja”.

Prahlad Jani explicava que retirava os nutrientes de uma substância chamada “amrit”, produzida no céu-da-boca e que significa “sem morte”, “néctar divino”, “bebida dos deuses” ou “a bênção de João Lourenço”.

Segundo Prahlad Jani, essa substância é produzida pelas glândulas pineal e pituitária, estimuladas por técnicas avançadas de ioga.

“Nada que os angolanos não possam adoptar”, conclui o mui nobre e sempre leal (e bem alimentado) dono de Angola.

No entanto, pelo sim e pelo não, o general João Lourenço definiu a sua própria ementa, frugal como se calcula: trufas pretas, caranguejos gigantes, cordeiro assado com cogumelos, bolbos de lírio de Inverno, supremos de galinha com espuma de raiz de beterraba e uma selecção de queijos acompanhados de mel e amêndoas caramelizadas, com cinco vinhos diferentes, entre os quais um Château-Grillet 2005…

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