A Sociedade Gestora de Aeroportos (SGA) angolana e a Changi Airports International (CAI) assinaram um acordo de parceria técnica de dois anos para maximizar e rentabilizar os 16 aeroportos geridos pela SGA, foi hoje anunciado. Talvez o megalómano Aeroporto Agostinho Neto passe a ter alguns aviões a utilizá-lo.
Em comunicado, a SGA referiu que o acordo assinado em 18 de Fevereiro, à margem da Cimeira de Aviação da Changi e do Singapore Airshow 2024, deve melhorar o desempenho dos aeroportos em Angola e maximizar o seu potencial de tráfego, tanto mais que os peritos do Governo do general João Lourenço chegaram à conclusão de que os aviões não podem estar sempe no ar…
Segundo a SGA, a CAI, na qualidade de consultor aeroportuário de referência, “emprestará a sua experiência em desenvolvimento de tráfego aéreo com vista a potencializar o tráfego aéreo dos aeroportos nacionais”. Será que o MPLA percebeu que a expressão “emprestará” não é sinónimo de fiado?
Os planos incluem programas específicos de envolvimento das companhias aéreas para aumentar a conectividade aérea doméstica e regional, bem como campanhas de ‘marketing’ para atrair o tráfego de passageiros, refere-se no comunicado.
A Changi Airports International “melhorará as ofertas não aeronáuticas e o desempenho operacional dos aeroportos, incluindo o serviço ao cliente, a fim de melhorar a experiência aeroportuária”, realçou a SGA.
A revisão das instalações aeroportuárias existentes e do respectivo regime de manutenção, a elaboração de uma nova estratégia empresarial, que inclui o desenvolvimento do capital humano a longo prazo e a formação para a melhoria da produtividade, constam ainda das acções a serem desenvolvidas.
O presidente da Comissão Executiva da SGA, Manuel Gomes, citado no comunicado, referiu que a parceria com a CAI marca o início de uma “jornada emocionante e colaborativa” entre as partes, que unem forças para elevar os padrões de excelência em operações aeroportuárias.
Já o presidente da Comissão Executiva da CAI, Eugene Gan, disse estar expectante em trabalhar com a SGA para elevar os padrões dos aeroportos, de modo a facilitar uma maior e melhor circulação de bens e pessoas a nível interno e regional.
O Aeroporto Internacional (genocida) Dr. António Agostinho Neto (AIGAAN) conta com uma estrutura multidimensional, com a capacidade de operacionalizar pelo menos cinco mil passageiros, em horário de pico, e processar mais de 130 mil toneladas.
Aliado à sua posição geoestratégica, o novo aeroporto internacional permite considerá-lo de uma placa giratória “hub” para servir (talvez ainda neste século) a região e o circuito internacional da aviação civil comercial.
Localizado a 42 quilómetros da capital do reino (Luanda), numa aérea de 75 quilómetros quadrados, contém um sistema de duas pistas paralelas que permitem a realização de operações mistas independentes, em condições de visibilidade reduzida e tectos (nuvens) baixos.
De acordo com o Governo/MPLA, a nova infra-estrutura aeroportuária está concebida para responder ao fluxo de chegadas e partidas de voos (quem diria, não é?), dentro de uma faixa horária estreita, tipicamente entre 1 a 2 horas, vindos de toda parte do mundo, onde os passageiros e as mercadorias são distribuídos (outra novidade) para os respectivos destinos, de forma célere e eficaz, por meios das múltiplas conexões.
Concorrem para esse desiderato (a operacionalidade de um hub), o reduzido tempo de transferência que deve estar entre uma a duas horas, o conforto e a segurança dos trâmites das transferências.
Neste particular, o aeroporto está assegurado pela modernidade tecnológica e os equipamentos de última geração, assim como a facilidade dos acessos, rede hoteleira, sistema de transporte rodoviário e ferroviário, com um comboio Expresso que – atente-se na inovação – “vai circular numa linha férrea” de 56 quilómetros entre o aeroporto e baixa da cidade de Luanda.
O AIGAAN tem um conjunto de infra-estruturas aeroportuárias, onde se destaca um edifício presidencial, um centro de controlo integrado que processa toda a informação do aeroporto, uma sala de crise, centro de controlo regional que monitora o tráfego do país.
“Igualmente conta com um edifício para o operador da Empresa Nacional de Navegação Aérea (ENNA), um terminal de combustível (19.200 metros cúbicos), uma torre de controlo, com 25 andares, e um radar que controla o tráfego aéreo (aéreo? Boa!) a 400 milhas, bem como, para facilitar assegurar a navegação aérea, o aeroporto conta com um radar meteorológico que controla – quem diria – a meteorológica a cerca de 400 quilómetros”. Em cada cabeceira da pista tem estações meteorológicas para detectar micro variações que possam afectar a aviação.
Os passageiros beneficiam ainda de mil 650 espaços para estacionar viaturas, bem como zonas reservadas para os autocarros, táxis privados e personalizados.
De carro, os viajantes, a partir do centro da cidade e arredores, têm a possibilidade de chegarem ao AIGAAN em 1 hora e 20 minutos, seguindo a Avenida Deolinda Rodrigues, de forma segura e rápida.
Esta avenida, em toda sua extensão, tem vindo a receber obras estruturantes, desde a renovação do piso asfáltico, reabilitação de pedonais, criação de mais 20 paragens para os transportes públicos rodoviários, assim como iluminação pública.
Ainda nesta avenida, os passageiros podem seguir pelo interior do município do Cazenga, a partir da estrada das condutas, passando pela zona do Papá Simão, desviando na área do Aterro Sanitário, com o fim de, pela direita, retornar à Avenida Deolinda Rodrigues, na ponta partida. Se virar pela esquerda, o passageiro desemboca na Avenida Fidel de Castro Ruz, no perímetro do município de Cacuaco, troço que beneficia de asfalto, drenagem e iluminação pública.
Em caso do passageiro se localizar na parte Sul e Sudeste de Luanda, deverá contar com a Avenida Fidel de Castro Ruz, a conhecida Via Expressa, que nesta altura regista obras com a construção de duas vias de serviço para viabilizar a mobilidade do tráfego rodoviário.
Para os passageiros do centro da cidade, que desejarem viajar mais comodamente, têm à disposição os tais dois comboios expresso, dos Caminhos-de-Ferro de Luanda (os tais que vão “circular numa linha férrea”), com múltiplos serviços diários, numa extensão de 56 quilómetros que serão feitos em 45 minutos, numa conexão Bungo, estações dos Musseques e Baia.
Para atender com rapidez e eficiência o tráfego dos mais de 15 milhões de passageiros (cinco no segmento doméstico e 10 internacionais) por ano, a infra-estrutura, de mobilidade funcional, com embarque e desembarque, conta com três terminais, nomeadamente A – exclusivo da companhia angolana de bandeira, TAAG, B – para as demais companhias aéreas e o terminal C para os voos domésticos.
Para o efeito, 31 mangas (ramal de acesso às aeronaves) servem os referidos terminais. A zona do check-in conta com seis ilhas para 94 balcões, sendo 62 para o serviço internacional e 32 para o doméstico.
Ainda no quadro da fluidez dos passageiros, diz o Gverno, o Serviço de Migração e Estrangeiro (SME), na zona internacional, possui 36 balcões, sendo 10 para passaporte electrónico, bem como 14 balcões para atender o segmento dos passageiros domésticos.
Neste particular, os passageiros domésticos e internacionais, acompanhados com as respectivas bagagens, beneficiam do serviço interno de transferência, sem que para o efeito saiam do interior do aeroporto.
O aeroporto tem um terminal de carga, com a capacidade de processar e armazenar 130 mil toneladas por ano, quer para cargas leves e simples, quer frescos (câmaras frigoríficas para sólidos frescos e flores) e cargas explosivas e radioactivas, inclusive para as mercadorias de trânsito.
No sistema aduaneiro, montado no armazém central, o passageiro poderá retirar ou transferir a sua mercadoria nacional ou internacional, num período inferior a uma hora, após o desembarque.
O Aeroporto Internacional (genocida) António Agostinho Neto (AIGAAN) conta – é o Governo que o diz – com dois hotéis, sendo um de 53 quartos, localizado no interior do recinto aeroportuário.
No exterior do recinto aeroportuário, num raio de um quilómetro, existem duas unidades hoteleiras de referência, cada uma delas com mais de 20 quartos e galardoadas com um monte de estrelas, daquelas que o Manuel Rui Monteiro encontro no céu da fome dos meninos do Huambo.
A nível da restauração, o Aeroporto Dr. Agostinho Neto conta com sete “lounges” (salas vips), 10 espaços para restaurantes e cafés e uma aérea de mil 825 metros quadrados para Duty Free Shop.
Para operacionalizar o AIGAAN deverão ser contratados mais 557 técnicos, dos quais 175 numa primeira fase, 257 para a segunda fase, e 125 para a terceira fase.
Pelo menos 30% cento dos funcionários do novo aeroporto fazem parte do quadro de pessoal da empresa Sociedade Gestora de Aeroportos (SGA, SA.). Estes profissionais têm vindo a beneficiar de ciclos de formação e capacitação contínua.
A história da construção do novo aeroporto internacional remonta desde os anos 90, quando o Conselho de Ministros aprovou, em 1997, a Resolução que emanou de um estudo desenvolvido pelo Banco Mundial.
Passados 8 anos, isto em 2005, foi apresentado um estudo de viabilidade do novo aeroporto, elaborado por uma empresa americana, a Perkins & Will.
De seguida, em 2006, a 15 de Maio, é aprovado em Conselho de Ministros, o Decreto n.º 12/06, que oficializa a reserva dos terrenos para a construção do aeroporto.
Em 2007, a Casa Militar do Presidente da República, especificamente o Gabinete de Reconstrução Nacional, assume a responsabilidade do acompanhamento do projecto que se cingiu na elaboração do projecto e na contratação do parceiro (empreiteiro).
Em 2012 foi contratada a empresa portuguesa A1V2, a primeira que trabalhou neste aeroporto, para realizar o projecto de execução da obra de construção do aeroporto.
A 15 de Maio de 2015 foi assinado o contrato com a China International Found (CIF). Desta feita, o projecto foi feito pela empresa chinesa, que era também responsável pela engenharia e construção.
No dia 19 de Maio de 2020 foi assinado a adenda nº1 ao contrato de construção, com a AVIC, onde ficou definido o que hoje representa o projecto final do aeroporto.
A 17 de Junho 2022 foi realizado o primeiro voo experimental, entre bairros de Luanda, com recurso a uma aeronave do tipo Boeing 777 da companhia de bandeira nacional, TAAG. O avião saiu do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro e, com o estrondoso tempo de voo de 13 minutos, aterrou no novo aeroporto. Este voo serviu fundamentalmente testar as condições técnicas da pista e de movimentação na zona da placa.
O dia 10 de Novembro 2023 é a data definida para a inauguração do AIGAAN, sendo que iniciará actividades com a operação de carga.