Angola não tem capacidade para reduzir o número de pobres (são, actualmente, mais de 20 milhões) nem para dar de comer a quem tem fome, mas tem capacidade – segundo o director da empresa Americana AdvantHealth, Kenneth Joseph Palmer Roman – para efectuar cirurgia robótica nas suas unidades hospitalares de referência.
Ao falar à imprensa à saída de uma audiência com o Presidente da República, general João Lourenço (na qual estiveram também presentes o Presidente do MPLA e o Titular do Poder Executivo), o especialista norte-americano disse que, nessa perspectiva, está em curso a elaboração de um plano conjunto para implementar esta ferramenta no sistema de saúde no país.
A cirurgia robótica é uma cirurgia minimamente invasiva, em que o paciente pode regressar às suas actividades normais muito mais rápido, em comparação com a convencional, porque é menos dolorosa e tem menos perda de sangue.
Kenneth Roman, chefe da delegação da missão da equipa de avaliação de cirurgia robótica, que está em Angola a convite do Ministério da Saúde, disse ter abordado durante o encontro com o Presidente João Lourenço questões relacionadas com a instalação desta importante tecnologia no país.
Nesta senda, a equipa americana ministrou, no Complexo Hospitalar de Doenças Cardio-Pulmonares Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, em Luanda, um seminário sobre cirurgia cardíaca.
Os especialistas visitaram o Hospital Geral de Viana, Bengo, Cabinda e o Complexo Hospitalar de Doenças Cardio-Pulmonares Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, unidades construídas recentemente e equipadas com meios tecnológicos da última geração .
Também chamada de cirurgia laparoscópica assistida por robótica, a cirurgia robótica é um procedimento minimamente invasivo, através do qual o cirurgião manipula um robô para realizar incisões, ressecções e reconstruções.
Actualmente, é uma das técnicas mais utilizadas para cirurgias do cancro da próstata (prostatectomia radical) e rim (nefrectomia parcial ou nefrectomia radical), mas também para cirurgias reconstrutivas como pieloplastia por obstrução do rim.
Quando comparada à cirurgia laparoscópica tradicional, a cirurgia robótica apresenta diversas vantagens, como maior precisão em locais de difícil acesso, melhor ergonomia ao cirurgião, movimentos mais intuitivos e visão tridimensional.
Segundo os Hospitais CUF, o robô ‘da Vinci Xi’ é o modelo de última geração de sistemas cirúrgicos robóticos, que funciona como a “extensão das mãos e olhos” do cirurgião. A imagem tridimensional, de alta definição, ampliada e estável deste robô permite ao médico, durante a cirurgia, ver de forma clara estruturas anatómicas e planos de dissecção que antes via com dificuldade ou que não via de todo.
A realização da cirurgia robótica nas melhores condições implica blocos operatórios equipados com tecnologia moderna, equipas cirúrgicas competentes e experientes, com treino adequado e em que é central o papel do cirurgião, como acontece em Portugal com os hospitais CUF Tejo e CUF Porto.
A cirurgia robótica é a evolução natural da cirurgia minimamente invasiva laparoscópica. O cirurgião opera através de pequenas incisões (5 a 12 mm), usando uma câmara com imagem tridimensional, ampliada e de alta definição e instrumentos miniaturizados, mais ágeis e precisos do que a mão humana.
A cirurgia robótica permite, pela primeira vez na história da cirurgia, a interposição de um dispositivo digital – na verdade, um computador – entre o cirurgião e o doente operado. Este facto abre um campo infinito de novas possibilidades e funções, aliás, ainda incompletamente exploradas pelos dispositivos existentes.
A cirurgia robótica seria mais correctamente designada por cirurgia digital, uma vez que não permite, pelo menos ainda, qualquer automatismo – como seria inerente ao conceito de robótica. O cirurgião controla todo o procedimento.
Os sistemas cirúrgicos robóticos, que têm melhor visão, maior destreza e maior amplitude de movimento do que um ser humano, permitem que o seu cirurgião realize com sucesso cirurgias complexas em locais de difícil acesso (mesmo para cirurgia aberta).
A Cirurgia Minimamente Invasiva (CMI) é a cirurgia na qual toda a agressão relacionada com o procedimento cirúrgico é minimizada: a via de acesso é mais reduzida (através de pequenas incisões de 5 a 10 mm, em vez de uma grande abertura) e a execução é mais precisa e delicada. Na grande maioria dos casos (mas nem sempre) a CMI pressupõe a utilização de sistemas de vídeo-endoscopia, razão pela qual também é chamada de Cirurgia Vídeo-Endoscópica.
A cirurgia vídeo-endoscópica da cavidade abdominal também se chama Cirurgia Laparoscópica. Esta cirurgia tem vindo a ser realizada com recurso a aparelhos robotizados que obedecem, com segurança e precisão, ao comando directo de um cirurgião, por intermédio de uma interface digital (como, por exemplo, um computador): é a Cirurgia Robótica. Estes dispositivos aumentam o potencial do cirurgião, abrem novas possibilidades para a cirurgia minimamente invasiva e prometem revolucionar toda a cirurgia.
A CMI trouxe grandes benefícios aos doentes, nomeadamente na sua recuperação pós-operatória.