O Presidente da República, João Lourenço, certamente na sua qualidade de paladino da falta de liberdade de Imprensa em Angola, inaugurou hoje, na cidade do Huambo, o Centro de Formação de Jornalistas (CEFOJOR), com valências inovadoras para a formação de quadros em várias especialidades do ramo da comunicação.
Após o corte da fita e do descerrar da placa comemorativa, o Chefe de Estado, acompanhado da primeira-dama, Ana Dias Lourenço, do Presidente do MPLA, do Titular do Poder Executivo e do ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, entre outras entidades, recebeu informação sobre as valências da infra-estrutura, equipada com tecnologia de última geração.
Situado no bairro Macolocolo, arredores da cidade do Huambo, o centro vai assegurar a formação nas áreas de jornalismo (patriótico), relações públicas, multimédia, cinema, publicidade e marketing digital a nível do país e da região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
A infra-estrutura, orçada em cerca de 35 milhões de dólares, abarca seis edifícios, um dos quais reservado ao serviço de restauração, dois recintos polidesportivas e seis residências de passagem, com as tipologias T4 e T3, para além de estúdios de TV, Rádio e Imprensa.
Conta, ainda, com 16 salas de aulas, 88 dormitórios para 200 estudantes, um auditório com capacidade para 300 pessoas “baptizado” com o nome da professora e escritora Gabriela Antunes, estúdio de fotografia, para além de biblioteca, enfermaria e a digital.ao.
A digital.ao, supervisionada pelo Instituto Nacional de Fomento da Sociedade de Informação (INFOSI), é uma plataforma que finaliza a incubação de startups.
A plataforma recebe muitas solicitações de projectos tecnológicos, facto que revela o aumento da veia criativa da juventude.
As instalações do CEFOJOR (Huambo) foram projectadas para estimular o crescimento académico e prático dos estudantes para o aprimoramento das habilidades jornalísticas.
O curso profissional de jornalismo (adaptado à emblemática tese do MPLA do que chama jornalismo patriótico) a maior referência do CEFOJOR.
O director da instituição, Ikuma Bamba, admitiu, recentemente, a possibilidade de o mesmo poder ser redesenhado para adequá-lo às normas da Lei de Imprensa.
O CEFOJOR tem explorado mais a componente prática do jornalismo, na medida em que a parte teórica tem sido da responsabilidade das universidades com o curso de Comunicação Social.
O CEFOJOR Huambo vai ministrar também cursos de línguas nacionais, línguas portuguesa e inglesa, de redacção de documentos oficiais, de sonoplastia, marketing digital, mestre de cerimónia, entre outros.
A Direcção do CEFOJOR aposta no aproveitamento da experiência das referências do “jornalismo” putrefacto, servil e bajulador que se notabilizaram na TPA, RNA, ANGOP e Jornal de Angola, num exercício combinado de outros profissionais que poderão abraçar o trabalho de formação.
Os estúdios de TV e Rádio e a sala de Imprensa do CEFOJOR (Huambo) homenageiam os jornalistas Celestino Caeso (TPA), Carlos Pereira (Rádio) e Joaquim Neves (ANGOP), a par do auditório denominado “Gabriela Antunes”.
Gabriela Antunes, natural do Huambo, destacou-se pelo papel que desempenhou no jornalismo angolano, especialmente na formação e no desenvolvimento de vários profissionais, enquanto docente.
Durante um longo período, coordenou e leccionou o curso médio de jornalismo no Instituto Karl Marx-Makarenko, que viria a dar lugar aos institutos médios de Economia (IMEL) e Industrial (IMIL) de Luanda. É muitas vezes referida pela forma disciplinadora como soube, ao longo de muitos anos, formar os seus alunos. Como se de um estatuto especial se tratasse, muitos são os que fazem vincar o facto de terem sido alunos de Gabriela Antunes.
Carlos Pereira foi o primeiro director da emissora provincial do Huambo no período 1975-1986. Teve a responsabilidade de criar, estabelecer e fortalecer o primeiro embrião e selectividade dos quadros que deram corpo às emissões oficiais da RNA na época.
Joaquim Neves, nomeado delegado provincial da ANGOP no Huambo em 1984, exerceu também o cargo de director provincial da Comunicação Social, entre 2007 a 2010. Destacou-se na cobertura da libertação da cidade do Huambo, na década de 90.
Já Celestino Caeso, ex-director da TPA no Huambo, fez cobertura das primeiras eleições multi-pardidárias em Angola e de vários conflitos no país. É o único dos homenageados que está em vida.
O CEFOJOR do Huambo, considerando o maior do género no país, surge para responder à aposta do Executivo na formação técnico-profissional de jovens, promoção e a divulgação da idiossincrasia, fomento da economia criativa, com foco na criação de mais oportunidades de emprego.
A cerimónia de inauguração do CEFOJOR (Huambo) contou com a presença dos presidentes e administradores dos conselhos de administração dos órgãos de Comunicação Social Públicos (leia-se do MPLA), entre outros convidados.
FAZEDORES DE INFORMAÇÃO VERSUS JORNALISTAS
O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, garantiu em Novembro de 2022, em Luanda, que o Centro de Formação de Jornalistas na província do Huambo, iria ser inaugurado nos primeiros meses de 2023. Foi em 2024.
Recorde-se que João Lourenço, Presidente da República de Angola (não nominalmente eleito), igualmente presidente do MPLA e Titular do Poder Executivo, autorizou a celebração do contrato no valor global de 14,7 mil milhões de kwanzas (34,1 milhões de euros) para a construção do Centro de Formação de Profissional de Jornalistas (Cefojor) na província do Huambo.
A autorização vinha descrita no despacho presidencial nº117/22 de 13 de Maio, onde era autorizada a ministra das Finanças, Vera Daves, a assinar o referido contrato bem como toda a documentação relacionada com o mesmo.
Nós, cá pelo grupo F8 (jornal Folha 8 – edição semanal impressa e digital diária – , TV 8 e Rádio F8) vamos continuar a (tentar) dar voz a quem a não tem. Para nós a verdade é a melhor forma de patriotismo. E a verdade não está sujeita às “leis” do MPLA/Estado e nunca prescreve.
Vamos, em síntese, estar apenas preocupados com as pessoas a quem devemos prestar conta: os leitores. Se calhar não seremos tão patrióticos como o Governo deseja. Para nós, se o Jornalista não procura saber o que se passa é um imbecil. Se sabe o que se passa e se cala é um criminoso. Daí a nossa oposição total aos imbecis e criminosos. E, é claro, não temos culpa de a maioria dos imbecis e criminosos, para além de corruptos, estar no MPLA.
Assumimos, mais uma vez, que o que nós fazemos não é informação. É Jornalismo. Fica um exemplo para que o Departamento de Informação e Propaganda do MPLA, bem como para que a Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana do MPLA, entendam: Mostrar o Presidente João Lourenço a dar a primeira tacada num torneio internacional de golfe é informação. Mostrar os angolanos a procurar comida nos caixotes de lixo é Jornalismo. Deu para entender?
Folha 8 com Angop
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