Em resposta ao Folha 8 que acompanha a campanha de rejeição da designação Cassai-Zambeze levada a cabo pelas autoridades tradicionais do Moxico, no âmbito do projecto de Divisão Político-Administrativa, o ministro da Administração do Território, Dionísio da Fonseca, desafia a Rainha interina da etnia Luvale-Luchaze a apresentar argumentos válidos.
Por Geraldo José Letras
As autoridades tradicionais dos povos do Moxico, representadas pela Rainha interina da etnia Luvale-Luchaze, que rejeitam a designação de Cassai-Zambeze para a nova província a resultar da divisão político-administrativa da actual província do Moxico foram desafiadas, nesta quinta-feira, pelo ministro da Administração do Território, Dionísio da Fonseca, a apresentar argumentos que justifiquem a posição.
O governante, presente na 12ª edição do CaféCIPRA, alegou que os argumentos apresentados até ao momento pela Rainha interina da etnia Luvale-Luchaze, junto do Governo Provincial do Moxico e do Presidente da República, na qualidade de uma das contestatárias, “não contêm elementos objectivos que justifiquem a rejeição da designação Cassai-Zambeze”.
“Nós queremos que esse processo seja efectivamente inclusivo e participativo. Colocamo-nos à disposição da Rainha e de outros membros da Corte para nos trazerem pelo menos três ou cinco justificações objectivas para a rejeição deste nome”, desafiou.
Dionísio da Fonseca aconselhou os membros da Corte a remeter ao Ministério da Administração do Território (MAT), ou à Assembleia Nacional, “propostas objectivamente fundamentadas, como contributo para este processo de aprovação da DPA, permitindo que o Moxico tenha a sua sede no Luena e Cassai-Zambeze em Cazombo”.
“A divisão político-administrativa tem como finalidade reforçar a consolidação da nossa nação. Estes são os objectivos políticos que nós temos, reduzir as assimetrias locais e aproximar os serviços públicos às populações, promovendo o desenvolvimento harmonioso e equilibrado do nosso território”, disse o ministro em defesa do Executivo que representa.
“Cassai-Zambeze resulta da junção dos dois rios que banham os municípios do Luacano e Luau” explicou o ministro da Administração do Território para reprovar o fundamento apresentado pelas autoridades tradicionais dos povos do Moxico de que “Cassai-Zambeze é uma designação que não encontra explicação na história e geografia da região do Moxico”.