AGORA É QUE (NÃO) VAI SER, GARANTE MASSANO

O Executivo do general João Lourenço, presidente do MPLA, vai disponibilizar, no próximo ano, uma linha de crédito de 15 mil milhões de kwanzas para apoiar o sector agro-pecuário e um pacote de garantias soberanas de 1,46 biliões de kwanzas, destinado a projectos privados de interesse estratégico nacional.

A revelação é do ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, em mensagem publicada no jornal “Economia e Finanças”, referindo que continuará determinado em implementar de “forma eficaz” a agenda económica do Executivo, virada para um desenvolvimento sustentável e inclusivo e melhoria significativa da vida dos angolanos. É, mais ou menos, o que o MPLA promete desde que é governo, ou seja há… 49 anos.

“Angola dispõe, actualmente, de condições e oportunidades necessárias para fomentar a produção de bens essenciais ao consumo interno, numa lógica de integração económica. Esta realidade é cada vez mais visível em quase todas as províncias do país, no contexto da diversificação da economia”, referiu José de Lima Massano que, reconheça-se, por modéstia não citou o seu Presidente que continua a dizer (para matumbos verem) que o MPLA fez mais em 50 anos do que os portugueses em 500.

De acordo com o governante, este esforço visa reduzir gradualmente a dependência externa, em relação a produtos de largo consumo, como o arroz, açúcar, carne de frango, óleo alimentar e leite em pó, entre outros. Estes são, aliás, exemplos de produtos em que Angola era auto-suficiente antes do MPLA comprar (ao preço da chuva) o país a Portugal, em 1975.

O ministro de Estado disse ainda que, graças ao contínuo estímulo à produção interna, a diversificação da economia nacional está a acontecer e avançar, com alguns sectores a crescerem acima da média. “Este é o caminho que se pretende continuar a trilhar rumo a um desenvolvimento económico sustentável, robusto e inclusivo”, acrescentou, recordando as promessas que o MPLA faz há 49 anos.

José de Lima Massano reconhece, entretanto, que o sector petrolífero, do qual o país ainda depende em mais de 90 por cento em receitas cambiais, continuará a desempenhar um papel crucial na economia nacional, mas “ o nosso verdadeiro propósito é o crescimento robusto do sector não petrolífero”.

Para o ministro de Estado, esta mudança é já uma realidade, com o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre de 2024 a crescer 5,5 por cento, em termos homólogos, fruto do dinamismo do sector não petrolífero, que registou um crescimento de 6,3 por cento.

Prevê-se, para 2025, consolidar esta dinâmica positiva, estimando-se um crescimento do PIB acima dos 4 por cento, impulsionado pelo sector não petrolífero, que deverá crescer cerca de 5,15 por cento, avançou.

Relativamente às boas contas que só existem na demagogia do Governo, refere que à inflação está em desaceleração que se tem verificado nos últimos tempos, referindo que os esforços do Executivo para aumentar a produção interna deverão contribuir para aliviar as pressões inflacionistas, fortalecer a moeda nacional e estimular o crescimento económico.

Apesar dos progressos alcançados no terceiro trimestre de 2024, José de Lima Massano reconhece haver ainda há um longo caminho a percorrer para satisfazer plenamente as aspirações dos angolanos que, cada vez em maior numero, continuam a tentar aprender a viver sem comer (os que estavam quase lá… morreram). E acrescenta: “A determinação em transformar a nossa economia é hoje mais forte do que nunca”. Por alguma razão o MPLA garante que em 2025 só os vivos vão passar fome.

Quanto ao emprego, particularmente para os jovens, José de Lima Massano disse que continua a ser uma prioridade estratégica (para além da que é a prioridade das prioridades: propaganda) do Executivo, que, em 2024, criou o Fundo Nacional para o Emprego de Angola (FUNEA), no âmbito da Política e Estratégia Nacional de Emprego.

Este fundo foi estabelecido para garantir recursos financeiros destinados à promoção do emprego, com foco na inserção de recém-formados e cidadãos desempregados no mercado de trabalho, além de mitigar os constrangimentos existentes neste âmbito.

Igualmente, referiu-se à necessidade do diálogo contínuo com associações empresariais, profissionais e outros actores da sociedade civil para o desenvolvimento de políticas que respondam às reais necessidades da população. Ou seja, é necessário que Angola seja um dia um… Estado de Direito.

“Este intercâmbio de ideias não só reforça a confiança entre o Executivo e a sociedade, como também permite que as decisões sejam mais inclusivas e representativas”, frisou o governante, ao enaltecer o trabalho em parceria, para se construir um futuro onde “o crescimento económico seja sustentável, equitativo e verdadeiramente transformador para todos os angolanos”.

A Agenda Económica do Executivo inclui 24 medidas de estímulo à economia e dinamização do seu potencial, agrupadas em domínios como aumento da produção nacional, facilitação do acesso ao financiamento para o sector empresarial, simplificação e alívio fiscal, e melhoria do ambiente de negócios.

Garantidamente, no final de 2025, o governo do MPLA (então a comemorar 50 anos de Poder) estará por cá a dizer o mesmo.

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