VACINAR MILHÕES, PROMETE O GOVERNO

No cardápio da propaganda, o governo de Angola diz que está a prever vacinar 5,5 milhões de crianças, até aos 5 anos, contra a poliomielite, entre 8 e 11 de Setembro, para prevenção do risco de contaminação do poliovírus, que circula na região persistentemente há três anos.

De acordo com um comunicado do Ministério da Saúde, a campanha nacional vai contar com a colaboração de 35 mil técnicos, entre coordenadores, supervisores, vacinadores, logísticos e registadores.

“A campanha é uma intervenção de crucial importância para manter os resultados alcançados pelo país, no que concerne à interrupção da circulação do vírus da pólio em Angola, considerando que o país já foi declarado como livre da doença”, refere o comunicado.

O Ministério da Saúde sublinha que existe também a acumulação de um elevado número de crianças vulneráveis, que não são vacinadas adequadamente contra a pólio, durante a vacinação de rotina, que resulta das lacunas crescentes na cobertura de vacinas e que continua a ser a principal causa e risco para os surtos no país.

Para abranger o maior número de crianças, a organização vai criar postos de vacinação em igrejas, mercados e locais de grande afluxo de pessoas, além do processo de vacinação porta-a-porta.

“O Ministério da Saúde recomenda a vacinação de todas as crianças, pois a vacina é a melhor forma de prevenção contra a pólio, uma doença que afecta o sistema nervoso e deixa a criança deficiente para toda a vida”, sublinha a nota, lembrando que “não existe tratamento eficaz contra a poliomielite, por isso a importância da prevenção”.

O departamento ministerial apela também ao envolvimento de todos os parceiros nas províncias, municípios, comunas e bairros de todo o país, para que a campanha tenha muito êxito e “nenhuma criança fique de fora”.

A coordenadora Nacional de Vacinação, Alda Sousa, explica que na primeira fase, a imunização será da pólio Oral, valente e vitamina A.

Esta etapa, explicou, não abrange as províncias de Luanda e da Huíla, que serão integradas apenas na segunda fase da campanha.

Alda Sousa referiu que a administração de Albendazol deverá ocorrer apenas nas províncias do Uíge, Lundas Norte e Sul e Malanje, por registarem as maiores ocorrências de casos de parasitose intestinal, cujo público alvo é de 256.680 crianças.

Já a vitamina será administrada apenas em 16 províncias, excepto Luanda e Huíla, num total de 3.080.587 por vacinar.

Relativamente à estratégia de vacinação, disse que consiste nos procedimentos tradicionais, passando nas residências ao encontro das crianças, bem como outras estratégias adicionais (vacinação em lugares de muita concentração, como igrejas, mercados, entre outros).

Alda Sousa referiu que os postos de vacinação estarão abertos para dar prioridade às crianças que completarão o calendário de vacinação.

Para o efeito, será feito um teste de marcação da unha para confirmar que essas crianças realmente foram vacinadas durante a campanha, bem como equipas independentes que vão fazer a mobilização, indo a algumas casas das comunidades para saber se todas foram vacinadas.

A coordenadora disse que, na eventualidade de encontrar áreas com coberturas de vacinação inferior a 85 por cento, vão requerer uma vacinação em todo o município, no último dia da campanha, incluindo o processo de repescagem das crianças que não forem abrangidas.

“Depois da certeza de que em todas as áreas as crianças foram vacinadas, então vem outro grupo independente para o inquérito por lote, com o intuito de determinar a real cobertura de vacinação” disse.

Segundo Alda Sousa, em termos de logísticas, estão preparadas todas as vacinas, vitamina A e Abendazol, além dos medicamentos, material de registo, entre outros.

Destacou como um dos pontos de partida a formação em cascata, que decorre a mais de um mês e meio, começando por uma formação nacional em que participaram as equipas provinciais que, por sua vez, reuniram com as equipas municipais.

A coordenadora informou que a partir do dia 1 de Setembro os profissionais que vão assegurar a campanha começam a fazer a formação das equipas de vacinação, enquanto as de mobilização social entram no terreno cinco dias antes da campanha de vacinação de forma mais intensiva.

Fez menção de que cada equipa de imunização será constituída por quatro elementos, dois vacinadores, o registador e um mobilizador.

Para esta campanha prevê-se o envolvimento de mais de 38 mil pessoas, bem como 8.492 equipas planificadas, para acudir as equipas adicionais directamente em termos de planificação.

Angola não regista casos de poliomielite desde 2020. De 2019 a 2020 foram notificados cerca de 124 casos.

Em 2019,o país teve mais de uma epidemia de pólio, uma variante diferente que terminou praticamente em 2020, e o último caso da pólio, dessa nova variante, foi notificado na província do Zaire.

Folha 8 com Angop

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