UM, DOIS, TRÊS… DISPARAR!

“Venha o voto secreto, para eles [UNITA] levarem uma surra definitiva”, disse o porta-voz do partido no poder em Angola há 48 anos, Rui Falcão, num acto de bajulação (bem pago) de massas realizado hoje, em Luanda. A criatura (uma espécie de Artur Queiroz, mas – reconheça-se – de inferior qualidade) está, aliás, na mesma linha de Francisco Furtado, ministro de Estado e chefe da Casa Militar de João Lourenço, que nos queria e quer “dar no focinho”.

Por Orlando Castro

Rui falconídeo, uma anã ave de rapina, grasnou que o partido no poder desde 1975 não teme a pretensão da UNITA, maior partido da oposição, de destituir João Lourenço da Presidência da República.

O falcãozinho-de-sobre-branco, que grasnava à margem do acto político de massas realizado pelo partido na capital, afirmou que nenhum deputado vai votar a favor da destituição, porque – dizemos nós – se o fizer vai ter de ir trabalhar no mercado do Asa Branca, no Cazenga.

“Venha o voto secreto, para eles [UNITA] levarem uma surra definitiva. Se é o que querem, e se a lei permitir, o MPLA não tem medo disto. E 100% dos deputados do MPLA não vão votar a favor disto”, garantiu a criatura. Só 100%? A CNE, com a cobertura do Tribunal Constitucional, não consegue garantir aí uns… 150%? O MPLA está mesmo a perder fòlego…

O jurista(?) nescafé e membro do Comité Central do MPLA, Tito Cambanje, acrescentou que a iniciativa da UNITA não tem fundamento jurídico e visa criar facto político. A ideia do partido do Galo Negro, segundo o jurista intestinal, é desacreditar o Executivo diante da comunidade internacional. “É muito importante acalmar as pessoas. Em Angola existe uma Constituição que prevê que em que condição a destituição deve ser feita”, afirmou.

“A lei é o nosso limite e, até agora, nem sequer no documento que a UNITA apresentou há artigo da Constituição. Isso revela amadorismo por parte de um partido que se diz ser a segunda maior força política de Angola. Está claro. É amadorismo da parte deles”, criticou o jurista intestinal, não conseguindo evitar os putrefactos odores comprovativos de que tem, como muitos outros, o cérebro ligado aos intestinos.

O acto político de massas deste sábado, que reuniu milhões de simpatizantes em Luanda e mais de 35 milhões em todo o reino, serviu para ordenar o apoio a João Lourenço, e também para relançar as “jornadas políticas e patrióticas – Meu CAP, meu partido”.

Em Luanda, o evento foi dirigido pelo primeiro secretário do MPLA, Manuel Homem, que fez – como estabelecia o guião escrito pelo presidente do partido – ataques ao maior partido da oposição e que explicou a aposta nos ajustes directos e pessoais do Presidente com todos os deputados que, nesta fase, cumpram a máxima do primeiro presidente do reino, Agostinho Neto: “Não vamos perder tempo com julgamentos”.

“O MPLA é forte porque a sua base é forte. Devemos orientar o partido na base e caminharmos juntos até a vitória em 2027”, disse Manuel (rapazito que quer ser) Homem aos militantes que ouviam o seu discurso no Largo das Escolas.

Manuel Homem, que é também o governador da província de Luanda, afirmou que é necessário que os militantes e os cidadãos defendam com frequência o Presidente da República, João Lourenço, nem que isso significa dar o mataco: “Não se deixem enganar por campanhas infantis, movidas por aqueles que não querem o bem do povo, que não querem o progresso do país, criando manobras de diversão”.

Para o sipaio do MPLA, o partido liderado por Adalberto da Costa Júnior está contra o povo angolano desde a independência do país (não será desde o tempo em que Diogo Cão aportou em Angola?): “Estiveram contra Angola e o povo angolano quando violaram o protocolo de Lusaka de 1994, e voltaram à guerra”. E então não foi Jonas Savimbi que, em 27 de Maio de 1977, mandou assassinar milhares e milhares de angolanos, acusando-os de fraccionistas?

“Mostram novamente estar contra Angola e o povo angolano, quando pela via da subversão tentam tomar o poder o poder por meios não democráticos”, afirmou Manuel Homem. E afirmou numa alucinação que é, contudo, emblemática do nanismo intelectual e do gigantismo canibal do MPLA: Respeitar a Constituição é um “meio não democrático”.

O MPLA, continuou o ex-ministro, quer que a oposição apresente ideias que solucionem os problemas que o país enfrenta. Por outras palavras, afinal Manuel Homem quer que a UNITA seja governo já que o MPLA, apesar de estar no poder há 48 anos, só conseguiu criar 20 milhões de pobres, colocar cinco milhões de crianças fora do sistema de ensino, e ensinar os angolanos a viver sem… comer.

Foto: Dirigentes do MPLA à espera de ordem superior para… discursar!

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