POEMA PARA ENCANTAR A DOR (DOS OUTROS)

A ministra de Estado para a Área Social, Dalva Maurícia Calombo Ringote Allen, apontou, em Moçâmedes, a paz como um valor incomensurável, que une os angolanos sob um trilho de desafios comuns, em todas as dimensões da jovem pátria, de tradições, de valores, da diversidade e da família. Terá este texto sido escrito em verso? Fernando Pessoa dizia que «o poeta é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente». Será o caso?

Falando no acto central comemorativo dos 21º aniversário do Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, Dalva Ringote disse que o advento da paz permitiu o desenvolvimento das comunidades, a solidariedade e a busca incessante das melhores políticas públicas para os angolanos.

A ministra considerou Angola como um país de paz, de que orgulha todos os angolanos e constitui um farol de esperança para países envolvidos em conflitos no continente.

“Angola é, hoje, um país de mediação e resolução pacífica de conflitos, porque somos amantes da paz e da estabilidade dos povos, através do diálogo”, reforçou. Estaria Dalva Ringonte a citar algum poema do assassino que é seu herói nacional, de seu nome Agostinho Neto?

Conforme disse Dalva Ringote, Angola condena, de forma firme e clara, a guerra e quaisquer outras formas de desestabilização do continente africano e está empenhada em consolidar as suas instituições democráticas, em desenvolver e diversificar a sua economia, com vista ao progresso, ao bem-estar das populações e à afirmação, cada vez mais, da sua identidade e valores no quadro das nações e do mundo.

Para Dalva Ringote, nenhum país pode viver em paz e segurança quando persistem, nas suas fronteiras, conflitos que facilmente podem alastrar-se e envolver o seu próprio território. Pelo contrário, presume-se, pode viver em paz e segurança tendo dentro das suas fronteiras, mesmo tendo 20 milhões de pobres, mesmo tendo milhares de crianças que são geradas com fome, nascem com fome e morrem pouco depois com… fome.

“Por esta razão, a consolidação da paz em Angola passa também pelo fim dos conflitos em territórios vizinhos, a nível regional e continental. É, neste sentido, que o nosso país condena, de forma firme e clara, a guerra e quaisquer outras formas de desestabilização do continente africano”, afirmou.

Segundo a ministra, a tradição de paz faz de Angola um anfitrião permanente do fórum panafricano para a cultura de paz, congregando distintos actores governamentais, da sociedade civil, da comunidade científica, artistas e desportiva, bem como do sector privado e de organizações internacionais para um diálogo permanente sobre a promoção da paz, a resolução de conflitos e a prevenção de violência, incentivando os valores da tolerância, solidariedade, diversidade, intercâmbio cultural e direitos humanos, contribuindo para uma África pacífica e próspera.

A governante afirmou ainda no seu longo poema épico (“poema que tem por assunto acções ou acontecimentos grandiosos”) que a paz plena e duradoura deve ser inesgotável, contando com a participação de todos os parceiros sociais do Estado, das autoridades tradicionais, na promoção da paz, da defesa das instituições democráticas e o respeito pelas autoridades no seio das comunidades.

“Hoje, podemos celebrar o quão longe chegamos, mas temos de lembrar que ainda há um longo caminho pela frente. A paz, a democracia e a reconciliação, de forma interligada, constituem um processo contínuo, que exige dedicação e compromisso de todos”, disse. De todos? Teremos percebido bem? Até mesmo dos que todos os dias procuram alguma coisa para enganar a barriga, recorrendo às enormes cestas básicas criadas pelo MPLA e a que chamam… lixeiras?

Dalva Ringote apontou ainda a democracia (não especificou se se referia à democracia em que o Povo exerce a soberania) como um valor fundamental que deve ser ampliado e aprofundado, respeitando-se as instituições, os princípios, liberdades e garantias, defesa da transparência da coisa pública, justiça e equidade social. A oradora não esclareceu a que país se referia, embora fosse claro que não era a Angola.

A governante ressaltou a solidariedade e a coesão como princípios fundamentais para fortalecer a Nação e o alcance pleno das conquistas democráticas, económicas e sociais. Solidariedade em que, do ponto de vista das médias estatísticas, Angola até está bem. Basta ver que se Dalva Ringote tem quatro refeições por dia e a Maria Zungueira nenhuma, em média cada uma teve direito a duas refeições…

Em relação às preocupações de carácter social, esclareceu que o Executivo tem programas e projectos prioritários, tais como a construção de barragens, para a retenção das águas para o combate à seca e abeberamento do gado, fortalecimento da protecção social “ Kwenda”, da merenda escolar, promoção da empregabilidade, expansão do abastecimento de água nas áreas urbanas, sedes de municípios e rurais, melhoria da saúde materno infantil e nutrição.

“Em reforço do crescimento e consolidação da economia, o Executivo tem como prioridades a contínua defesa do consumo das famílias e seus rendimentos, a diversificação da economia através do estímulo ao investimento privado e a liquidez das empresas, bem como a promoção do investimento público para acelerar o crescimento e a recuperação dos empregos”, finalizou a ministra poeta.

Dedicado a Dalva Ringote, citamos um poeta cá da casa (Folha 8) dizendo: «Não há flor que cante / toda a dor que sinto / não há fantoche falante / que diga que minto».

Folha 8 com Angop

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