O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, velho amigo do MPLA e seu bajulador-mor, destacou hoje, em Luanda, o quadro de excelência das relações entre a União Europeia (UE) e Angola, que pretendem ver reforçadas.
João Gomes Cravinho lidera hoje na capital angolana a representação do Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrel, na 6.ª reunião ministerial no âmbito do Caminho Conjunto Angola-UE.
O chefe da diplomacia portuguesa sublinhou, na abertura da reunião, que o mundo mudou muito significativamente desde a 5.ª reunião ministerial, realizada em Setembro de 2020, em época da pandemia da covid-19, pelo que é hoje altura de se reflectir sobre essas mudanças e ver a melhor forma de actuação nesse relacionamento institucional que, de forma empírica, os angolanos abem que não os inclui enquanto Povo.
A UE e Angola têm forte parceria há mais de 30 anos, sublinhou João Gomes Cravinho, e o Caminho Conjunto Angola-UE, instrumento de identificação de prioridades, é único no quadro de relações externas da organização europeia.
“Julgo que é um instrumento que tem muito potencial, que podemos aproveitar agora esse momento para explorar todas as suas potencialidades”, referiu.
O governante português notou que nesta 6.ª reunião vão ser explorados dois eixos de cooperação entre a UE e Angola, designadamente “a ambiciosa agenda de reformas do executivo angolano para impulsionar o desenvolvimento socioeconómico do país e a diversificação da sua economia” (que, também com a criminosa conivência da União Europeia, o MPLA promete há 48 anos), e a sua parceria no quadro regional em África e a nível internacional, “que vive hoje momentos extremamente difíceis e delicados”.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores de Angola, Téte António, frisou que a reunião ministerial do Caminho Conjunto Angola-UE se realiza num contexto caracterizado por desafios cada vez mais complexos que se apresentam aos Estados e respectivas instituições, sendo que a afirmação do multilateralismo é “indiscutivelmente a melhor opção” para fazer face aos diversos desafios decorrentes do actual contexto da política internacional.
“Por conseguinte, não podemos deixar de sublinhar a importância deste nosso mecanismo de cooperação, pois, estamos convencidos que a cooperação entre a República de Angola, as instituições europeias e os seus Estados-membros, saíra mais reforçada e mais abrangente”, salientou Téte António na sua intervenção.
Téte António destacou como resultados desta cooperação a cimeira de chefes de Estado sobre o Global Gateway, em Bruxelas, Bélgica, que permitiu a assinatura de um memorando de entendimento sobre o Corredor do Lobito, o recente Acordo de Facilitação de Investimentos assinado em Luanda e o posicionamento consertado entre ambos em fóruns internacionais, entre outros.
O governante angolano disse ainda que o encontro de hoje serve para avaliar o actual estado de cooperação e consertar novas iniciativas no sentido de se aprofundar as relações bilaterais de cooperação.
Recorde-se que este João Gomes Cravinho é o mesmo político socialista português que disse que Jonas Savimbi era um Hitler africano, elogiou em Fevereiro deste ano, em Adis Abeba, o maior empenho diplomático de Angola em questões do continente africano, contrariando o passado recente.
Gomes Cravinho, em declarações à Lusa, afirmou na altura que “Angola, aqui há uns anos, tinha alguma relutância em envolver-se em situações, conflitos em outras partes do continente. Hoje Angola tem uma presença forte e tem credibilidade que lhe permite ter um papel chave”, afirmou à margem da 36.ª Cimeira da União Africana.
E deu o exemplo do esforço de pacificação da região dos Grandes Lagos (não confundir com os grandes lagos de Luanda… quando chove), numa referência ao conflito no leste da República Democrática do Congo, mas também na República Centro-Africana, onde “Angola também desempenha um papel muito importante”.
“Para nós, é uma grande satisfação ver Angola jogar esse papel, acreditamos que é um papel muito positivo para todo o continente, porque Angola é um país com peso e fazia falta, de alguma maneira, essa influência”, acrescentou o ministro português.
“Vejo o meu colega angolano muito activo”, referindo-se ao ministro das Relações Exteriores, Téte António, e o “Presidente João Lourenço a falar com os presidentes de outros países”, o que “é extremamente positivo, diria, para a CPLP” (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).
Todos ficamos, assim, mais descansados. Gomes Cravinho testemunha que João Lourenço fala com os presidentes de outros países… Não fala com os angolanos, mas fala com outros presidentes, e isso é que faz – presume-se – aumentar a quantidade e a qualidade dos alimentos que os 20 milhões de angolanos pobres têm à sua disposição nas… lixeiras.
Folha 8 com Lusa