O Presidente da República, general João Lourenço (acompanhado pelo seu homólogo do MPLA, general João Lourenço, bem como pelo Titular do Poder Executivo, general João Lourenço), “debateu”, em Luanda, com entidades de algumas congregações religiosas, várias questões relacionadas com o actual momento social, político e económico de Angola.
De acordo com o órgão oficial do MPLA (Jornal de Angola), entre as preocupações manifestadas ao Chefe de Estado pelos sete dirigentes religiosos recebidos, em audiências separadas, no Palácio Presidencial, da Cidade Alta, destacou-se a subida dos preços dos produtos da cesta básica e a necessidade da criação de projectos que contribuam para a reintegração social dos cidadãos, em várias comunidades.
Aos líderes religiosos, o Presidente João Lourenço apresentou as acções em curso, no quadro das medidas económicas previstas na estratégia de curto e médio prazo para minimizar o sofrimento de muitas famílias angolanas, admitindo-se que tenha pensado – por exemplo – nos 20 milhões de pobres, nos cinco milhões de crianças que estão fora do sistema de ensino e nos milhões de cidadãos que continuam a aprender a vier sem comer.
O presidente do Fórum Cristão Angolano e a secretária-geral do Conselho de Igrejas Cristãs de Angola (CICA), respectivamente Luís Nguimbi e Deolinda Teca, foram as primeiras entidades a serem recebidas, tendo o primeiro abordado com o Chefe de Estado sobretudo as questões que se prendem com a vida das comunidades e que nem sempre chegam ao conhecimento do Presidente da República.
“Trouxemos para o Chefe de Estado o que buscamos da base. Do Presidente da República também buscamos instruções e luzes para continuarmos a manter a calma, a paz e a estabilidade no seio das populações”, declarou Luís Nguimbi, destacando (pudera!) a disponibilidade do general presidente para abordar com as entidades religiosas os principais problemas do país, realçando que com a iniciativa “o Chefe de Estado acertará, com certeza, nas suas decisões, a partir dos bons pareceres que vierem da base”.
A secretária-geral do CICA reconheceu (pudera!) a prontidão dos governantes na resolução de várias questões que se prendem com o bem-estar das comunidades. “Muitos projectos sociais têm merecido o olhar clínico do Executivo”, referiu a reverenda Deolinda Teca, realçando a pronta disposição da congregação em apoiar e reforçar o papel do Executivo nas decisões que devem ser tomadas em prol da melhoria das condições de vida das populações.
Deolinda Teca reconheceu, também, que o país tem cérebros (quem diria?) que trabalham em prol de uma Angola melhor. Recomendou, por isso, aos angolanos para manterem a fé e a esperança. A representante do CICA disse ter transmitido ao Chefe de Estado a preocupação das comunidades, sobretudo a relativa à subida dos preços dos bens de primeira necessidade: “Precisamos orar e acreditar naquilo que é o exercício titânico daqueles que nos governam”.
A secretária-geral do CICA manifestou-se preocupada com a atitude de certos líderes religiosos, que usam os dízimos para proveito próprio, coisa estranha no reino da corrupção: “Os dízimos devem servir para a construção de templos e criação de projectos que contribuam para o bem-estar das populações carenciadas”.
O líder da Igreja Evangélica de Angola, Estanislau Barros, considerou “positivo” o encontro com o Chefe de Estado, a quem disse ter apresentado “o choro e a alegria das populações”, lembrando que a igreja está presente em todo o espaço nacional, inclusive nas localidades recônditas, onde o governante nem sempre chega.
Para mitigar a fome e a pobreza no país, o reverendo Estanislau Barros disse ter proposto ao Chefe de Estado o descongestionamento das cidades, com a transferência das populações para o campo, de onde é proveniente a comida.
O reverendo propôs a colocação de agentes comunitários junto das comunidades, para o fomento de projectos, sobretudo agrícolas, com o argumento de que, actualmente, nas aldeias, as pessoas jogam cartas desde manhã até à noite, sem se importarem com a produção de bens para a sua alimentação.
“O Presidente foi sensível em todas as questões abordadas e manifestou disponibilidade em trabalhar com as igrejas, na mitigação dos efeitos da crise social que atravessamos”, afirmou.
O líder da Assembleia de Deus Pentecostal, reverendo Francisco Sebastião, disse ter manifestado ao Chefe de Estado “apoio inequívoco”, aos esforços do Executivo em prol do bem-estar da Nação e dos angolanos, de Cabinda ao Cunene.
Com vista a acabar com as convulsões sociais no país, Francisco Sebastião disse ter apresentado ao Chefe de Estado a disponibilidade da Igreja para ajudar a recuperar os valores morais da sociedade. “Garantimos ao Chefe de Estado continuar a orar e apoiar o Estado para que possamos ter um clima melhor no país”, afirmou o reverendo, salientando que o Presidente da República “tomou boa nota” de todas as propostas da igreja.
O pastor reformado da Igreja Baptista de Angola, Daniel Ntoni Nzinga, além de pontualizar o Presidente da República sobre os principais problemas sociais das comunidades, fez um resumo sobre a história da criação da sua congregação religiosa, lembrando que a mesma foi proibida pelas autoridades coloniais portuguesas em 1961, data em que algumas das suas estruturas foram destruídas pelos bombardeamentos aéreos, enquanto outras foram transformadas em quartéis militares.
O Chefe de Estado também recebeu o líder da Assembleia Missionária Cristã (AMC), apóstolo Elias Pedro, que disse ter aconselhado o Presidente João Lourenço a olhar mais para as questões sociais e reforçar a implementação de projectos em várias regiões do país, como forma de garantir mais postos de trabalho para os jovens.
Elias Pedro também se manifestou disponível para colaborar com o Executivo na resolução dos principais problemas sociais que afectam os cidadãos.
“O Chefe de Estado acolheu os nossos conselhos e acreditamos que num futuro próximo teremos momentos melhores”, referiu o apóstolo da AMC, que também solicitou ao Presidente João Lourenço maior atenção na construção e melhoramento das malhas rodoviárias do país, para facilitar a circulação das pessoas, escoamento dos produtos do campo e a evangelização nas diferentes localidades do território.
Já o bispo da Igreja Evangélica Luterana de Angola, Tomás Ndawanapo, apontou o aumento do preço dos produtos da cesta básica como uma das principais preocupações da sua congregação. “As populações estão a lamentar, porque não conseguem adquirir aquilo que precisam para a sua mesa”, alertou.
Tomás Ndawanapo disse que depois de compartilhar com o Presidente da República o actual momento do país, nos vários domínios, manifestou-se optimista quanto à melhoria da situação nos próximos tempos. “Temos esperança de que o Senhor Presidente vai levar em consideração as nossas preocupações”, assinalou.
Folha 8 com Jornal de Angola
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