CCL DE VENTO (+ OU -) EM POPA

O Presidente da República, João Lourenço, disse estar garantida a manutenção e os quadros necessários ao funcionamento do Centro de Ciência de Luanda, inaugurado ontem à noite. O Presidente do MPLA, o Titular do Poder Executivo e o Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, que também estiveram presentes, são da mesma opinião. Ainda bem que há consenso e unanimidade entre eles.

Depois de ter visitado demoradamente as instalações, declarou à imprensa (seja lá o que isso for… em Angola) que “concluir projectos é importante, mas é ainda mais importante garantir a sua continuidade com a qualidade requerida”. Só mesmo em perito poderia ter tanta assertividade nesta afirmação. E acrescentou que “o investimento feito é grande e que existe a necessidade da sua manutenção”.

Aos jornalistas (seja lá o que isso for… em Angola) salientou, de igual modo, que decidiu pela construção do Centro de Ciência, ao contrário do museu inicialmente previsto para o local, pelo facto deste ser mais interactivo. É mesmo de Mestre. João Lourenço disse ainda (segundo a sua agência privativa e privada de notícias, a Angop) acreditar que o Centro Tecnológico permita puxar mais pela inteligência e também educativo, com uma componente prática importante. A ideia é boa mas pode ser inexequível. É que puxar pelo que não existe raramente resulta.

Questionado sobre a perspectiva de construção de novos centros de ciência, João Lourenço afirmou ser necessário maior interacção com outras instituições para que um maior número de jovens possam frequentar as instalações.

Por sua vez, o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário de Oliveira, defendeu a importância dos jovens iniciarem, o mais cedo possível, o contacto com a ciência e a tecnologia, para que o país siga o rumo do desenvolvimento. Estaria a pensar no satélite angolano? Na plantação das couves com a raiz para baixo? No nascimento da liberdade… de imprensa?

O ministro acredita que o domínio das tecnologias contribui para a modernização da indústria, com consequentes ganhos para o desenvolvimento do país, para a diversificação da economia e- certamente – para o crescimento do miho.

Já a ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Bragança, depois de enaltecer os ganhos das instalações, declarou que a educação científica desempenha um papel crucial no empoderamento das pessoas. Quem diria, não é?

Maria do Rosário Bragança quer que os visitantes do centro compreendam melhor, e de forma simples e divertida (haverá uma secção de anedotas?), o mundo ao seu redor (será que há mundo para além do umbigo dos dirigentes do MPLA?)

Com isso, a ministra espera que a instituição desperte a curiosidade para uma maior compreensão dos fenómenos nos vários domínios da vida no seu quotidiano.

O director do Gabinete de Obras Especiais, Leonel da Cruz, depois de apresentar a infra-estrutura, sugeriu a abertura da gestão do Centro de Ciência a empresas públicas e privadas, no âmbito das suas acções de responsabilidades sociais, num modelo devidamente regulamentado.

A inauguração do centro pelo Presidente da República, que se fazia acompanhar da Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, foi testemunhada pelo primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, a vice-presidente da República, Esperança da Costa, membros do Executivo e altos funcionários do Estado.

Implantada numa área de 17.667 metros quadrados, a instituição, única no país, deverá ser um espaço dedicado à promoção da ciência, tecnologia e inovação. Para além das salas de exposições, com 278 módulos, tem entre os equipamentos, o planetário, vídeo mapping, sala de cinema, borboletário e Casa Secular.

De acordo com explicações dadas e citadas pela Angoo, “o planetário é um espaço de projecção celestial, com projectores para explorar ao cosmos e as estrelas, já o vídeo mapping, com 8 projectores, permite explorar temas como a realidade angolana, o corpo humano, planetas, fauna, flora, bolhas de sabão e refracção da luz”.

Por sua vez, a sala de cinema tem 146 lugares, com efeitos especiais, como vibração, água, sensação de vento e toque, enquanto o borboletário permite contemplar borboletas vivas.

“A Casa Secular, edifício histórico que antecede a fábrica de sabão de 1925, abriga uma sala de exposição das borboletas, laboratório de apoio, escritórios e uma sala de exposição sobre a história da ciência em Angola”, escreve com a sua habitual acutilância e vernaculidade a Angop.

O centro está instalado na antiga fábrica de sabão, na zona do Baleizão, parte baixa da cidade de Luanda, e contará com 68 funcionários, tem ainda 16 réplicas de dinossauros robóticos.

Folha 8 com Angop

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