Os membros do Conselho de Honra (órgão formado por autómatos, sipaios e similares) de consulta do líder do MPLA, encorajaram, este sábado, o líder do MPLA a prosseguir com a sua acção em prol do bem-estar do país e dos angolanos. Não foi difícil. Foi só repetir o que disseram ao longo dos anos sobre José Eduardo dos Santos.
Mostrando que continuam a ter o cérebro ligado aos intestinos, os conselheiros encorajaram o Presidente João Lourenço a prosseguir a sua acção no plano político, económico, social, diplomático e de segurança.
Segundo o documento, os membros do Conselho de Honra esperam “que Angola continue a salvaguardar a estabilidade das suas instituições, bem como a melhoria do seu desempenho económico”. Esperam, igualmente, que Angola continue a salvaguardar “a eficácia da sua acção social e do combate às práticas nocivas como a corrupção, o nepotismo e a impunidade”.
Na reunião de hoje, os membros do órgão de consulta do Presidente do MPLA exortam os angolanos a comemorar com júbilo e responsabilidade o dia da Paz e Reconciliação Nacional, o 4 de Abril.
No encontro, segundo o comunicado, João Lourenço apresentou aos sipaios do Conselho de Honra uma “informação substancial” sobre o estado operacional e de funcionamento do partido, bem como sobre a situação política, económica e social do país, prestes a entrar no paraíso.
Na ocasião, os sipaios do Conselho de Honra congratularam-se com as informações recebidas, formularam o seu ponto de vista, apresentando propostas e considerações “que mereceram a devida atenção do Presidente do partido” e que, como se sabe, mais não são do que uma cópia da bajulação que tantos orgasmos provoca a João Lourenço.
“O país vive num clima de paz que deve ser preservado e servir de pressuposto fundamental e incontornável para o desenvolvimento de Angola” e “a melhoria contínua das condições de vida das populações”, lê-se no documento. Melhoria contínua mensurável pelos 20 milhões de pobres que existem no reino. Sobre a percentagem dos angolanos que conseguem viver sem comer, o MPLA não tem dados. Apenas se sabe que os que estavam quase a atingir esse objectivo… morreram.
Realizada no Complexo Futungo II, em Luanda, a reunião contou com a presença da maioria dos seus sipaios e dos seus congéneres do Secretariado Bureau Político do MPLA, como convidados.
Em declarações à imprensa, no final do encontro, o nacionalista Diogo Ventura disse terem sido discutidas “questões importantes” que vão contribuir para que o futuro seja melhor em Angola. Será desta que o dia passará a ter 24 horas e o ano 12 meses? Será desta que quando chove cai água? Veremos.
Membro do “Processo 50”, Amadeu Amorim considerou, na ocasião, que o Presidente precisava ouvir pessoas mais velhas e idóneas, tendo sugerido a inclusão de representantes de outras províncias para ter uma noção mais aberta e correcta da situação e sobre a melhor forma de fazer o país caminhar.
O nacionalista manifestou-se contrário aos que se dizem comprometidos com a paz e a reconciliação nacionais mas que usam a redes sociais para apelar à inércia, sem ter em conta os interesses nacionais.
Amadeu Amorim declarou ser necessário evitar conflitos ou guerras, como as que o país viveu, referindo que a África de hoje dá razão ao Presidente João Lourenço, ao ponto de o considerar “campeão da paz” no continente. É verdade. Aliás, se não fosse hoje João Lourenço, como foi durante 38 anos José Eduardo dos Santos, Portugal ainda não seria independente e a Terra ainda não seria redonda…
Alertou também para o perigo de manobras divisionistas do ocidente (com quem aprendeu a não viver na copa das árvores), com as tentativas de dividir a República Democrática do Congo (RDC) para se aproveitar das suas riquezas, bem como a tentativa de convencer os angolanos que as couves se plantam com a raiz para baixo.
Já Maria da Conceição Kaposso afirmou que foram apresentadas várias propostas ligadas à necessidade de melhoria do abastecimento alimentar, água e energia, acreditando em melhorias no fornecimento destes serviços nos próximos tempos. Como assim. Então ao fim de 47 anos de independência, sempre com o MPLA no governo, ainda há problemas no abastecimento alimentar, água e energia?
O conselho de Honra do MPLA, de que fazia parte o anterior Presidente José Eduardo dos Santos, congrega antigos dirigentes e figuras históricas do partido que forma o Governo. Entre as figuras históricas estão Lopo do Nascimento, Roberto de Almeida, Luzia Inglês “Inga” e a viúva o primeiro Presidente da República (o genocida Agostinho Neto), Maria Eugénia Neto.
De entre as mais de duas dezenas de sipaios catalogados de “personalidades”, que integram o referido órgão estão, igualmente, os veteranos Julião Mateus Paulo “Dino Matross”, Hermínio Escórcio, Desidério Costa, Santana André Pitra “Petroff”, Brito Sozinho, Dombele Bernardo, Paulo Cassoma, Albina Assis e António dos Santos França “Ndalu”.
Conselho de Honra do MPLA, Dezembro de 2021
O Bureau Político do MPLA, partido no poder em Angola há 47 anos, aprovou no dia 14 de Dezembro de 2021 a proposta de composição do seu secretariado e o Conselho de Honra, do qual fazia parte José Eduardo dos Santos, ex-líder do partido e “pai” (arrependido) de João Lourenço.
De acordo com o comunicado final da reunião dirigida pelo presidente do MPLA, João Lourenço, faziam parte do secretariado do Bureau Político 17 membros.
O órgão tinha como secretário para a Organização e Inserção na Sociedade, Jorge Dombolo, secretária para a Política Económica, Idalina Valente, secretária para a Política Social, Maricel Capama, secretário para a Reforma do Estado, Administração Pública e Autarquias, Mário Pinto de Andrade, e secretário para a Informação e Propaganda, Rui Falcão.
João de Almeida Martins “Jú” era o secretário para os Assuntos Políticos e Eleitorais, Manuel Augusto, o secretário para as Relações Exteriores, Ângela Bragança, secretária para a Política de Quadros, Pedro Neto, secretário para os Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria.
O secretariado era ainda composto por Carla de Sousa, secretária para a Administração e Finanças, Virgílio de Fontes Pereira, presidente do grupo parlamentar, Maria Antonieta Baptista, coordenadora da Comissão de Disciplina e Auditoria do Comité Central, Joana Tomás, secretária-geral da OMA [organização feminina do partido], e Crispiniano dos Santos, primeiro secretário nacional da JMPLA [organização juvenil do partido].
O Bureau Político aprovou, com emendas, o regulamento do Conselho de Honra do MPLA, novo órgão do partido, dos quais se destacava José Eduardo dos Santos, ex-líder do MPLA e antigo Presidente da República, durante 38 anos, do qual faziam também parte históricos da maior organização política do país, nomeadamente Roberto de Almeida, Julião Mateus Paulo “Dino Matrosse”, Francisco Paiva “Nvunda”.
O Conselho de Honra do MPLA, com 28 elementos, integrava ainda nomes como Amadeu Amorim, Santana André Pitra “Petroff”, José Diogo Ventura, Luzia Inglês Van-Dúnem “Inga”, Paulo Cassoma, Albina Assis, Hermínio Escórcio, António dos Santos França “Ndalu”, Lopo do Nascimento, Maria Eugénia Neto, entre outros.
O comunicado sublinhava que o Bureau Político reiterou o seu incondicional apoio ao executivo liderado por João Lourenço, realçando a perspectiva social do Orçamento Geral do Estado para 2022, “que elegeu o combate à pobreza, a promoção da inclusão social e o investimento no capital humano, sobretudo nos sectores da educação, saúde e protecção social, como pilares do desenvolvimento integral do país”.
Folha 8 com Angop