A UNITA mostrou-se hoje indignada com a divulgação, nas redes sociais, de documentos pessoais e de viagem do presidente do partido, Adalberto da Costa Júnior, acusando agentes dos Serviços de Emigração ou funcionários do protocolo do Estado de “cumplicidade”. Se calhar quem passou a informação foi a Maria, zungueira que trabalha junto ao aeroporto internacional Agostinho Neto, em Luanda!!!
Os documentos – uma passagem para o Dubai e o passaporte do líder da UNITA – foram divulgados após terem sido cumpridas as formalidades aeroportuárias, aquando do embarque de Adalberto da Costa Júnior, para uma viagem ao exterior do país, no domingo.
Numa nota do Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, o maior partido da oposição que o MPLA (ainda) permite em no seu reino (Angola) manifesta, aos angolanos e à comunidade internacional, a sua indignação e mostra-se convicto que o crime “só foi possível com a cumplicidade de agentes dos Serviços de Emigração ou de funcionários do protocolo do Estado, que tiveram acesso aos seus documentos pessoais no Aeroporto 4 de Fevereiro”.
Invocando o direito à identidade, à privacidade e à intimidade, garantidos (como se isso valesse alguma coisa) pela Constituição angolana, a UNITA salienta ainda que a legislação angolana diz que a divulgação e o acesso, não autorizados, de dados pessoais transmitidos são punidos com pena de prisão.
A nota salienta que tal constitui crime público cuja queixa não depende do lesado, e a UNITA pede às instituições, sobretudo a Procuradoria-Geral da República (que normalmente só sabe que os angolanos que morrem antes estavam vivos) que “aja no estrito cumprimento da Lei, exerça o seu papel de titular da acção penal e apresente, no mais curto espaço de tempo, os culpados pela prática deste crime”.
De facto, Angola não é um Estado de Direito Democrático, mais parecendo um prostíbulo muito mal frequentado e regista um perigoso retrocesso. O MPLA criou, mantém e alimenta gabinetes de propaganda institucional e de acção psicológica que atentam contra aquilo que não existe no país, como o direito e as leis da República, a democracia e o Estado de direito.
Usam de dinheiros públicos para servir o partido que governa há 46 anos e no dia-a-dia praticam actos de terrorismo de Estado, atentando contra a harmonia e a paz. Tudo porque o MPLA é Angola e que Angola é… do MPLA. E quando assim é, o Estado é o MPLA e o MPLA é o Estado. Tudo o resto é… paisagem.
Mesmo o mais simples cidadão percebe que o país tem fome, está miserável em todos os domínios da vida e a alternância é uma necessidade urgente para de todos os cidadãos.
A oligarquia que capturou o Estado, há 46 anos, roubou e continua a roubar Angola, desgraçou e continua a desgraçar os angolanos, e agora atira-se desesperada e deliberadamente contra o seu presidente, Adalberto da Costa Júnior, na tentativa de desestabilizar e ofuscar a sua liderança.
A gestão do Presidente angolano (não nominalmente eleito, recorde-se), João Lourenço, está a destruir as difíceis conquistas do período da paz, através do uso abusivo dos órgãos estatais de comunicação social transformados em instrumentos de propaganda política.
A falta de clarificação da institucionalização das autarquias locais, a demissão do Estado da sua função social, nomeadamente o descaso das consequências da seca, fome, penúria, quando são desviadas malas de milhões de dólares são factores que destroem as conquistas da paz.
Cresce a intolerância política como o objectivo de instalar o medo visando perpetuar-se no poder e persiste no país a selectividade no processo de combate à corrupção.
Como sabem todos os angolanos que não têm o cérebro nos intestinos (poucos são do MPLA), combater Adalberto da Costa Júnior é a única agenda de governação. Isto, acrescente-se, para além do apoio ao mercado imobiliário já que qualquer sipaio que tenha passado pela da UNITA e que diga mal do seu líder poderá ser gratificado com uma casa.
Os angolanos estão preocupados porque o Governo não está a governar e está sem agenda de governação. O único objectivo é fazer tudo para que a UNITA nunca seja governo. Aliás, nessa estratégia estarão com certeza outras duas regras de ouro do MPLA: 27 de Maio de 1977 e concluir o “processo” de extinção da UNITA iniciado em 1992. Mesmo que depois venham a pedir… desculpas e oferecer certidões de óbito aos familiares.
O nosso (isto é como quem diz!) Governo nem sequer consegue ter um plano para a limpeza da cidade capital que tanto amamos, com enormes focos de lixo, nas ruas, passeios e estacionamentos, mas tem um plano e dinheiro de sobra para acomodar aqueles que se oferecem em diabolizar o líder da UNITA.
Adalberto da Costa Júnior, presidente da UNITA, tem sido alvo de diversas acusações veiculadas em órgãos públicos (ou seja, do MPLA) de comunicação social e nas redes sociais dos sipaios do MPLA. Instituições democráticas fortes, infra-estruturas de qualidade, consciência de serviço público temporário e continuidade da acção do Estado, cultura de trabalho, rigor, excelência, investigação, democracia, respeito pelo Estado de direito e boa governação deveriam ser pilares para o desenvolvimento sustentável do país.
Angola precisa de líderes com sensibilidade humana (…). Sem sensibilidade humana não se pode governar. Angola precisa de líderes que governem e não líderes que fazem gestão do poder, precisa de líderes com visão, integridade, grandeza moral e ética.
Hoje a situação política do país é marcada pelo recrudescimento dos atentados à paz e ao Estado de direito e democrático. Actualmente a vida política do país constitui um assinalável recuo na construção de uma pátria unida e para todos.
Hoje, independentes há 46 anos, os angolanos constatam que o partido-Estado continua a manifestar a mesma natureza divisionista, antipatriótica, corporativa, corrupta e corruptora. A prática de monopolizar e utilizar os espaços e bens públicos para benefício do partido-Estado e seus agentes corruptos, bem como para diabolizar e inviabilizar a acção dos seus principais adversários políticos continua na ordem do dia, subvertendo a ordem jurídico-constitucional instituída.
Assim, em plena época eleitoral, os órgãos de comunicação social do Estado, pagos com dinheiros de todos nós, foram instruídos e elegeram o presidente da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, como alvo a abater.
Felizmente, os angolanos começam a perceber que o regime oligárquico que capturou o Estado para roubar Angola e empobrecer os angolanos, após sinais de regeneração em 2017, está hoje em decadência, desorientado e com medo da alternância.
Os angolanos estão convictos que o regime actual chegou ao seu fim e já não tem soluções para os graves problemas do país, nem já para a recolha de lixo em Luanda tem solução…
Promover a difamação e o assassínio de carácter dos promotores da mudança são actos de claro desespero, que não dignificam a democracia, e que não vão impedir a alternância democrática em 2022.
Folha 8 com Lusa