O Ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, afirmou, em Moçâmedes, que o MPLA tem força para vencer as próximas eleições, graças à implementação do processo de reformas, que está permitir retomar o crescimento, apesar da crise económica internacional e da pandemia da Covid-19, que afectaram o mundo, principalmente de 2020 a 2021. Foi isso que o chefe mandou dizer, é isso que ele diz.
“O presidente do MPLA, no âmbito da governação, está a dirigir um processo de reformas que está a permitir realizar muitas coisas boas, e em condições muito difíceis”, disse Manuel Nunes Júnior, acrescentando que, por isso, “o líder merece todo “o nosso apoio e confiança”. Referiu ser injusto ignorar a influência da crise económica e financeira internacional, assim como a influência da Covid-19, quando se apreciam os processos políticos desenvolvidos pelo MPLA e a governação do Executivo.
Segundo o órgão oficial do MPLA, sustentado com o dinheiro do Estado, Jornal de Angola, Manuel Nunes Júnior, que se dirigia aos militantes, amigos e simpatizantes do MPLA num comício em Moçâmedes, destacou que as reformas permitiram acabar com a impunidade, permitindo um impacto positivo na implementação das políticas públicas. A propósito, referiu que, agora, “qualquer um de nós, não importa de quem se trata, se violar a lei, sabe que terá de responder, perante os órgãos de Justiça, pela sua infracção ou pelo crime cometido”. Fica sempre bem contar umas anedotas para animar a malta.
O político fez questão de sublinhar: “Ninguém se pode considerar acima da lei. Isso é muito importante, porque numa sociedade onde impere a impunidade, não é possível haver desenvolvimento”. Manuel Nunes Júnior referiu que, durante os últimos 4 anos, o país vive de reformas, que tornaram possível equilibrar as contas públicas, superando o saldo negativo, quer das contas internas como das externas.
“A nossa casa está arrumada”, afirmou Nunes Júnior, tendo feito saber que, quando isso acontece (e o MPLA só está no governo há… 46 anos), “nós podemos então receber as visitas de uma maneira mais apropriada”. Assegurou que “isto quer dizer que os investimentos começaram a aparecer e o país iniciou o seu processo normal de crescimento”. Pelos vistos, já se vê a entrada do paraíso.
Durante cinco anos, a contar de 2016, Angola estava numa situação de recessão económica, mas, desde o ano passado, retomou o crescimento normal, sendo que, a nota importante, é que a sua retoma não foi puxada pelo petróleo, mas sim por sectores como o da agricultura, pescas, indústria, e outros, referiu: “Aquilo que sempre defendemos, ao longo de todos esses anos, que era preciso diminuir a nossa dependência dos recursos do petróleo, está agora a acontecer”.
Angola cresceu, “mesmo sem ter havido crescimento no sector petrolífero, até porque, no ano passado, o crescimento no ramo dos petróleos foi negativo”.
A economia angolana, continuou o perito do MPLA, de um modo global, cresceu, e vai manter-se neste caminho, nos próximos anos, permitindo que se reduza o desemprego (que, como diria o “querido líder” actual, é relativo), sobretudo no seio dos jovens: “Vamos ter mais empresas a funcionar, a pagarem melhor salário, e, assim, vamos melhorar as condições de vida das nossas populações, de maneira geral”.
Manuel Nunes Júnior disse que a agricultura, que é um sector muito importante para a economia angolana, com grande desempenho no combate à pobreza, tem registado um “bom crescimento”. Mesmo, em 2020, ano muito difícil para todos os países, particularmente para Angola, o sector da agricultura, segundo Manuel Nunes Júnior, cresceu 5 por cento. Os mais optimistas admitem que os peritos do MPLA já tenham chegado à conclusão de que, como faziam os portugueses antes da independência, as couves devem ser plantadas com a raiz para baixo.
Manuel Nunes Júnior destacou que a província do Namibe, que sempre foi uma região essencialmente piscatória, está a dar, agora, passos muito importantes, com realce na agricultura. Neste território, disse, a produção de cereais, de hortaliças e de tubérculos, como a batata doce e rena, triplicou a produção nos últimos dois anos, sendo um facto de “importância grandiosa”.
Referiu que a reabilitação da via Lucira (Namibe) – Benguela, que está já em curso, com a retoma do sector produtivo nas três províncias que integram o corredor da Região Sul, designadamente Namibe, Huíla e Benguela, vai oferecer condições para se dar um avanço maior no desenvolvimento, não só da agricultura e pecuária, mas também do turismo.
Manuel Nunes Júnior disse que, além da agricultura, a província do Namibe tem registado avanços significativos noutros sectores. “Só com as obras do PIIM, foi possível reduzir, em 60 por cento, o número de crianças fora do sistema de ensino, com a construção de mais salas de aulas”, frisou. As acções desenvolvidas no âmbito do PIIM, permitiram, também, proceder à construção de hospitais municipais, centros e postos de saúde, em todas as comunas e municípios desta província, para além de ter posto os rios a nascer nas… nascentes.
Foram construídas, também, as centralidades da Praia Amélia e do 5 de Abril, com 2 mil habitações cada, enfatizou, tendo admitido que ainda são insuficientes. “Temos de contribuir para minimizar as grandes carências da habitação, para melhorar a vida, principalmente a dos jovens”, sublinhou Manuel Nunes Júnior, “recordando” que o país só é independente há 46 e que o MPLA só está no Poder há… 46 anos.
A província do Namibe vai beneficiar de um projecto de exploração de energia solar, com capacidade de produzir 50 megawats, que, segundo Manuel Nunes Júnior, o processo de instalação vai iniciar-se este mês. Com a conclusão da primeira fase, a cidade de Moçâmedes vai contar com um abastecimento eléctrico de 25 megawats. “Moçâmedes vai deixar de depender totalmente da energia térmica, que, além de ser muito cara, também faz muito mal ao ambiente”, garantiu Manuel Nunes Júnior.
Manuel Nunes Júnior fez saber que o Presidente da República, João Lourenço, já aprovou a construção de 43 pequenas barragens e represas, que vão ajudar a mitigar os efeitos da seca na província do Namibe, tanto para as pessoas como para o gado. Salientou que o programa “Kwenda”, na província do Namibe, tem contribuído para a protecção das populações mais vulneráveis, sobretudo as afectadas pela seca. Dessa forma, cerca de 6 mil famílias, em mais de sete mil cadastradas, beneficiam dos recursos deste importante programa de combate à pobreza que, também ela, é – citando João Lourenço – relativa.
“Ontem, lançamos a primeira pedra para a construção do projecto de captação e ampliação do sistema de abastecimento de água da cidade de Moçâmedes, e, de acordo com a informação que nos foi prestada, o mesmo pode estar concluído nos próximos 12 meses”, lembrou Manuel Nunes Júnior, para quem o sistema de captação de água representa a importância do conjunto de obras que estão a ser feitas, bem como o seu impacto na vida das populações, em todo o país.
Folha 8 com Jornal de Angola (órgão oficial do MPLA)
[…] Source: Folha 8 […]