O PERSONALISMO NANICO DE QUEM SE JULGA MESSIAS

O nosso chão, individual, as nossas terras, colectivas, berços dos reinos e micro nações, onde estão enterradas as secundinas dos ancestrais e de muito de nós, clamam por um novo porvir, em 2022. O emergir de uma nova proclamação da independência, da eleição de um verdadeiro poder constituinte, capaz de ouvir todas as vozes, vontades, sentires e gemeres, para a edificação de um ente jurídico nacional e internacional, republicano e democrático.

Por William Tonet

Em 2022, cada um, tem de ser capaz de interpretar o valor e poder da sua micro soberania, quer através do voto, quer da contestação social, para ver harmonizados e conciliados, todos os povos e micro nações. É preciso uma revolução de ideais, entre os diferentes, para ser aprovada a proclamação ou alteração da denominação Angola, uma construção colonial de país, que parece, nestes 46 anos, possuído pelo demónio partidocrata, que nos (des)governa.

O ano 2021, terminou. A esperança foi moribunda. O desemprego astronómico. A política ruinosa. A justiça dantesca. O Executivo partidocrata. O descalabro presidencial foi total… A discriminação atingiu o pico do absurdo. As liberdades foram cerceadas. O contraditório banido do léxico informativo. A ética foi atirada para o ralo.

A fome absoluta, corroeu (e corrói) o estômago de mais de 20 milhões de autóctones atirados para as trincheiras da pobreza extrema, fruto de uma política neoliberal assassina, do Titular do Poder Executivo, capitaneada pela visão barroca do teórico, Manuel Júnior, inspirada nos ditames do Fundo Monetário Internacional (FMI), impróprios para países africanos e subdesenvolvidos.

O FMI, criado sob visão e superioridade ocidental, teve sempre de África e países em vias de desenvolvimento, uma política incubada de continuação e manutenção da escravatura, depois de 1945, por outros meios.

Os novos escravocratas ocidentais surgem, agora, como investidores, elegendo e preferindo ter ditadores, autoritários, ambiciosos, como parceiros, por lhes escancararem as riquezas nacionais e serem avessos às boas práticas governativas, ao respeito pelos direitos humanos, à existência de órgãos de soberania, verdadeiramente, independentes, à liberdade de imprensa, à verdade eleitoral e à alternância do poder, como no ocidente.

Angola é disso um exemplo, indesmentível.

O FMI, desde que os pobres africanos, da América Latina, Ásia e Médio Oriente, carreguem a carga tributária descomunal, os impostos, os salários de miséria, o analfabetismo, tornando-se ainda mais miseráveis com a implantação de políticas económicas escravocratas, que convertem as elites dirigentes em nababos, abrem champanhe de contentamento e marimbam-se pela desgraça da maioria.

É, infelizmente, esta política promotora do desemprego, do encerramento de empresas angolanas, do IVA descomunal, de impostos absurdos, que aumenta a miséria da maioria autóctone, que tem sido “orgulhosamente” adoptada, pelo consulado de João Lourenço, com tão maus resultados, principalmente, em 2021.

No ano que findou a cumplicidade espúria: EXECUTIVO X FMI, deixou como alternativa, para muitos, os contentores e monturos de lixo, como reserva alimentar, para sobrevivência.

E diante desta revoltante e repugnante miséria, o país viu emergir, quando menos esperava, no dia 06 de Janeiro de 2021, a insensibilidade de um Presidente da República, indiferente à fome que mata milhões, regozijar-se com as imposições do FMI, por lhe garantirem mais dinheiro para gastos descomunais, que não beneficiam a maioria, mas que, no final, do regabofe governativo, tem de pagar a factura…

O deleite de João Lourenço, nos ombros de organizações económicas internacionais: FMI e BM (Banco Mundial), nestes cinco anos, visou mais a criação, sub-reptícia de um escudo, para a consolidação de um poder autoritário, do que garantir investimentos para alavancar a economia e estimular as boas práticas governativas e democráticas.

O Presidente mancomunado com a política neoliberal, tem procedido à entrega gradual das riquezas angolanas, desvalorizando as acções das grandes empresas públicas, as poucas viáveis e de soberania: SONANGOL, ENDIAMA, ANGOLA TELECOM, TAAG, BPC; BCI, para depois, as entregar de bandeja, ao capital estrangeiro e/ou corrupto partidocrata.

Em 2021, o Estado Islâmico fruto de acordos secretos conseguiu transformar o país na maior lavandaria de dinheiro sujo, corrupto, do terrorismo e droga, através da implantação de lojas comerciais, por todo o território nacional, geridas igualmente, por islâmicos, que, lentamente, têm estado a implantar a sharia e o radicalismo nas acções diárias, como a queima de cidadãos com pneus, que não fazia parte das culturas dos vários povos angolanos.

O FMI sabe qual o estado de autoritarismo, de agressão às liberdades de imprensa e partidária, de perseguição à oposição, mas cala-se de forma cúmplice, por lhe interessar mais a desordem do que a responsabilidade, a democracia e o compromisso com os reais interesses de defesa de uma soberania económica, financeira e política fortes, nacionais e republicanas.

O FMI, ante a seca e fome no Sul de Angola, não se pronuncia, mostra-se cego, surdo e mudo, por serem angolanos e não ocidentais, a morrer, defendendo a lógica do caos, condição que lhe permite continuar a beneficiar de juros altos, face aos financiamentos de pendor neocolonialistas, que afastam os pobres do centro do orçamento e das grandes decisões.

Se o FMI pugna-se pela boa governação, redução da pobreza, desenvolvimento económico, democracia, respeito pelos direitos humanos, honestidade e transparência eleitoral e alternância pacífica do poder, haveria, pelo menos um país africano ou subdesenvolvido de outro continente, como modelo das suas políticas. Não havendo, está tudo dito…

O poder angolano deitou, em 2021, o sonho, o orgulho e a esperança da maioria dos cidadãos, para um pântano fedorento, de tal monta que os cães dos dirigentes governativos, no poder, se alimentam melhor do que os pobres, racionais e humanos. Exemplos, para quê? Eles estão à mão de semear, em qualquer esquina, numa clara demonstração de ser sistémica a incompetência de políticos, cada vez mais comprometidos com o satânico.

O POVO É QUEM MAIS ORDENA

O MPLA, sob a liderança de João Lourenço deixou de ser uma organização de pendor esquerdista, transformando-se num partido de extrema-direita, defensor do neoliberalismo, do capital financeiro, da entrega das riquezas e património público aos estrangeiros, vendendo a soberania nacional, por meia dúzia de dólares.

Por tudo isso, a decepção foi geral e o desempenho do Presidente da República considerado ruim, daí não ter ficado entre as PERSONALIDADES POSITIVAS DO ANO, que teve no pódio: Adalberto da Costa Júnior, pela perseguição atroz do regime.

Dom Belmiro Chissenguety, bispo de Cabinda, por ter conseguido unir a Diocese local e defendido os pobres dos tubarões do poder.

José Eduardo dos Santos, pela gestão de silêncio, ante a perseguição mórbida do seu sucessor, que lhe prendeu o filho, descapitalizou as filhas, afugentou os seus próximos, mas manteve-se imperturbável, fazendo com que, em função da fome e carestia de vida, as populações carenciadas o recordem, pelo estômago, uma vez que a cesta básica, no seu consulado, era mais baixa, o desemprego menor e as políticas do FMI, não eram seguidas às cegas.

As PERSONALIDADES MAIS CONSEQUENTES, na sondagem F8 e TV8, foram Abel Chivukuvuku, por mesmo ilegalizada a sua comissão instaladora manteve a estrutura organizativa e mobilizadora unida, humilhando o Tribunal Constitucional e a Presidência, que impediram politicamente, a sua legalização, com a ladainha de não conseguir assinaturas, mas ser dos poucos, não partido legalizado, capaz de em 24 horas colocar na rua, mais de 5 mil populares.

Marcolino Moco, político que manteve a coluna vertebral identitária, rejeitando converter-se em caracol, quando utilizado como administrador não executivo da SONANGOL, não se calou, preferiu não trair a coerência, nem assassinar o carácter, “rugindo, qual leão de Ekunha”, para a ampla pradaria, que a perseguição voraz, a uma elite política, não é solução para resolução dos males de que Angola enfrenta.

Padre Pio Wakussanga pela tenaz luta em defesa dos pobres e descamisados no Sul de Angola.

Reverendo Ntony Nzinga pela coerência verbal, sentido de conciliação e desafio às autoridades para a implantação de uma política que não discrimine, os autores políticos e a maioria populacional.

Finalmente, as PERSONALIDADES MAIS NEGATIVAS foram: João Lourenço, que adoptou uma política de raiva e ódio, dividiu o MPLA, perseguiu o dinheiro, transformou a corrupção e justiça selectivas, promoveu o desemprego, encerrou órgãos de imprensa, colocou jornalistas e cidadãos no desemprego, discriminou a oposição e apadrinhou o capital estrangeiro e a implantação comercial do regime islâmico.

Manuel Júnior, ministro de Estado da Economia e Planeamento, pela incompetência e ser o mentor do programa económico neoliberal, que promove o desemprego e o encerramento das empresas angolanas.

Rui Falcão, secretário de Informação do MPLA pela sua arrogância, perseguição e prisão de jornalistas, bem como a truculência verbal, contra todos os profissionais que não lhe façam vénia.

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