Não perguntem o que o MPLA pode fazer por vós, mas sim o que vocês podem fazer pelo MPLA. Esta frase, dita para os EUA, que a história atribui a John F. Kennedy, afinal parece ter outro “pai”, como estava para ser demonstrado pelo ex-ministro da Cultura (Turismo e Ambiente) do MPLA, Jomo Fortunato. A dúvida estava apenas em saber se o autor era o actual Presidente do MPLA, ou o actual Presidente da República ou, ainda, o actual Titular do Poder Executivo.
Reconheça-se que o actual MPLA está com uma pujança assinalável. Para além de mísseis intercontinentais e similares, as figuras de proa não deixam os seus créditos por mãos alheias. Assim, em breve, será revelado o contributo do MPLA (inédito e de alcance mundial) para que as pessoas consigam viver sem comer.
Para tal, os peritos do MPLA levaram a efeito um longo estudo, com mais-valias científicas registadas nos mais antigos papiros de que há memória, e que inclui um longo depoimento do indiano Prahlad Jani (recolhido pelo emblemático intelectual e cientista social Celso Malavoloneke), que morreu com 90 anos, em 20 de Março de 2020, e que garantia ter estado 80 anos sem comer nem beber.
Relembre-se que o governo indiano, atento ao impacto do assunto, resolveu descobrir, ou tentar – pelo menos, se o que Prahlad Jani dizia era verdade ou se ele era apenas um farsante. Quando tinha 83 anos, ficou 14 dias a ser observado e filmado por uma equipa de 30 médicos escolhida pelo Ministério da Defesa indiano. Segundo os testemunhos, ele não ingeriu (nem expeliu…) nada durante esse tempo.
Tanto quanto parece, a credibilidade de Prahlad Jani teria saído reforçada se os médicos (que deveriam ser cubanos) tivessem sido escolhidos pelo “nosso” então “escolhido de Deus” (José Eduardo dos Santos) ou pelo seu sucessor (João Lourenço). É que (e os indianos sabem isso) o líder do MPLA é sempre dono da verdade, facto que só por si seria uma garantia para o mundo.
E é baseado neste caso que o Presidente da República (João Lourenço), certamente com a colaboração institucional do Presidente do MPLA (João Lourenço) e do Titular do Poder Executivo (João Lourenço) reforçou o investimento necessário para ensinar os angolanos a, pelo menos, viver sem comer.
Até agora, sobretudo porque os angolanos são uns desmancha-prazeres (ou são estrangeiros ou da UNITA), os resultados em Angola não são animadores. Os que tentaram seguir (todos voluntariamente obrigados) o método de Prahlad Jani estiveram muito perto mas, quando estavam quase lá… morreram.
Já em 2006, tempo em que o actual Presidente do MPLA beijava os pés do anterior presidente, o Discovery Channel fez um documentário sobre Prahlad Jani que, na altura, concordou em ser filmado durante dez dias e também foi analisado por médicos e cientistas, que não chegaram a uma conclusão nem presenciaram nenhuma impostura.
Data, aliás, dessa altura a tese do MPLA de que seria capaz de pôr os angolanos a viver sem comer. Como não encontrou voluntários, obrigou-os pela força da miséria e do desemprego a enveredarem por esse caminho. João Lourenço segue a mesma metodologia, convicto de que, tal como aconteceu com a descoberta da pólvora, o MPLA vai também descobrir a receita.
Os médicos apenas atestaram que Prahlad Jani estava com a saúde perfeita após o jejum. Depois da nova experiência, Jani deu uma conferência de Imprensa no hospital Ahmedabad. “Eu estou forte e saudável porque é assim que Deus quer que eu esteja”, disse ele.
Jani chegou a ser sondado para vir a Angola falar da sua experiência, e tinha já preparado o mesmo discurso para a altura em que chegasse a Angola. Sabe-se que dirIA: “Eu estou forte e saudável porque é assim que João Lourenço quer que eu esteja”.
Prahlad Jani explicava que retirava os nutrientes de uma substância chamada “amrit”, produzida no céu-da-boca e que significa “sem morte”, “néctar divino”, “bebida dos deuses” ou “a bênção de JLo”. Segundo ele, essa substância é produzida pelas glândulas pineal e pituitária, estimuladas por técnicas avançadas de ioga.
“Nada que os angolanos não possam adoptar”, conclui o mui nobre e sempre leal (e bem alimentado) dono de Angola.
Um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) indicava que, em Angola, 23,9% da população passava fome. No relatório de 2018, a FAO referia que cerca de 821 milhões de pessoas no mundo passam fome, o que se traduz num aumento quando comparado com os dados de há dez anos.
Em Angola, segundo a FAO, na altura “23,9% da população passa fome”, o que equivale a que “6,9 milhões de angolanos não tenham acesso mínimo a alimentos”. O Presidente João Lourenço reparou nisso. Mesmo que fossem 6,9 milhões (são muito mais), é muita gente. E, na impossibilidade de dar comida a quem tem fome, aposta em ensiná-los a viver sem comer. Digam lá que não é brilhante?
“Não nos podemos deixar levar; não estamos a ganhar a luta contra a fome global”, disse Akinwumi Adesina durante uma intervenção numa conferência sobre agricultura na Universidade Purdue, em Indianapolis.
As declarações de Akinwumi Adesina surgiram poucos dias depois da divulgação de dados sobre a descida do número de pessoas que viviam com menos de 2 dólares por dia, mas o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento vincou que os números das Nações Unidas, que mostravam uma subida das pessoas com fome, de 777 milhões em 2015 para mais de 820 milhões em 2017.
Perante uma plateia de investigadores, líderes empresariais, decisores políticos e doadores, o banqueiro defendeu mais ajuda desta comunidade e lembrou o compromisso de investir 24 mil milhões de dólares na agricultura africana nos próximos 10 anos, o maior esforço de sempre.
Cerca de 821 milhões de pessoas no mundo passam fome, revelou a ONU, traduzindo um aumento para níveis de há dez anos que se sente mais na América do Sul e na maior parte de África, disse a FAO no relatório sobre o estado da segurança alimentar e nutrição de 2018, em que se confirma a tendência para o aumento da fome no mundo pelo terceiro ano consecutivo, passando de 804 milhões em 2016 para 821 milhões em 2017.
Angola, Moçambique e Guiné-Bissau estão entre os países africanos onde os choques climáticos – mas não só – foram uma das causas de crises alimentares em 2017, segundo a avaliação global sobre segurança alimentar e nutricional (SOFI 2018), elaborada por cinco agências da ONU, incluindo a Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
A avaliação é pessimista, realçando que os objectivos de erradicação da fome em 2030 estão em risco, face ao crescimento da situação de fome, que atingiu 821 milhões de pessoas em 2017, ou seja, um em cada nove habitantes do mundo.