O Sindicato de Pilotos das Linhas Aéreas (SPLA), o Sindicato do Pessoal Navegante de Cabine e o Bureau Sindical da TAAG, companhia aérea angolana, manifestaram-se hoje contra a manutenção em Angola de duas aeronaves e 53 tripulantes estrangeiros.
Um comunicado das três organizações lamenta “o comportamento da administração da TAAG – Linhas Aéreas de Angola, SA que tem suprimido direitos adquiridos pelos colaboradores ao longo dos anos, não permitindo que possam beneficiar dos mesmos”.
Os subscritores do documento sublinham que foram retirados direitos adquiridos, “que se podem considerar retaliatórios”, como a retirada dos bilhetes de facilidades, serviço de lavandaria e outros, “em função da postura dos colaboradores, que têm exigido melhores condições de trabalho e melhores condições sociais”.
“Outrossim, estes colaboradores não entendem a razão da manutenção em território nacional de duas aeronaves estrangeiras e respectivos tripulantes (53), que vieram para um plano de contingência para acudir a uma greve que foi suspensa, no dia 11 do mês corrente”, realça a nota.
Pilotos da TAAG realizaram uma greve na semana passada de cinco dias, para reivindicar melhorias salariais, que terminou depois de as partes chegarem a acordo, com um aumento de 20% do salário base.
Para fazer face à greve dos pilotos, a administração da TAAG criou um plano de contingência para salvaguardar as viagens dos clientes.
De acordo com o comunicado, os tripulantes estrangeiros continuam hospedados numa unidade hoteleira de cinco estrelas desde 7 de Outubro, “cujos preços de cada quarto não são inferiores a 200 mil kwanzas (427 euros), acrescido aos custos do serviço de lavandaria e outros extras, sem benefício evidente para a companhia, o que também preocupa os colaboradores”.
“Pois consideramos que não há qualquer razão para a TAAG estar a gastar estes recursos financeiros, que a administração advoga tanto não possuir, e que consequentemente não trarão qualquer retorno para a empresa”, destaca a nota.
Outra questão que preocupa igualmente os colaboradores, prossegue o comunicado, “é a não recuperação das frotas Boeing 737 e Boeing 777 e em sentido inverso o aluguer desenfreado de aeronaves estrangeiras e nacionais, tal como das respectivas tripulações, não recorrendo ao capital humano da própria companhia, o que a médio e a longo prazo conduzirá a consequências irreversíveis”.
As três organizações expressaram também que não concordam com a utilização do nome e símbolos da TAAG em aeronaves alugadas.
“À semelhança do que já aconteceu na companhia poderíamos estar de acordo desde que as aeronaves fossem operadas e mantidas maioritariamente por capital humano da companhia”, frisa o documento.
Os autores da nota alertam sobre a necessidade imperativa de haver uma mudança do atendimento ao cliente e do serviço que deve ser prestado aos passageiros que viajam na TAAG, uma vez que é uma transportadora aérea que deve pretender prestar um serviço de excelência, representando melhor o país no plano nacional e internacional.
“Não obstante” estas posições, os representantes dos colaboradores “reiteram a inteira disponibilidade para o diálogo com a administração da TAAG, visando um desfecho favorável do processo em curso para todas as partes envolvidas”, vinca o comunicado.
Folha 8 com Lusa