Pelo menos 100 activos do Estado angolano deverão ser privatizados em 2021, anunciou hoje fonte oficial, adiantando que o processo de privatização da seguradora estatal ENSA e de activos da Sonangol, em dois bancos, arranca dentro de três semanas.
Segundo o presidente do Conselho de Administração do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), Patrício Vilar, na sequência do processo de venda em bolsa do Banco de Comércio Indústria (BCI), outros processos terão início dentro de semanas.
“O caso da ENSA (Empresa Nacional de Seguros de Angola), também o processo está avançado e muito provavelmente dentro de duas ou três semanas serão publicados também os termos do concurso”, afirmou hoje Patrício Vilar, em declarações aos jornalistas.
Para a privatização da ENSA, explicou, “numa primeira fase será em concurso, mas com o compromisso de o adjudicatário colocar em bolsa num prazo relativamente curto”.
O responsável falava no final da cerimónia de adjudicação, a favor de empreendedores privados, de activos de natureza empresarial detidos pelo Estado, nos sectores da indústria e agro-pecuária.
O presidente do IGAPE deu conta que depois do “contraciclo” de 2020, por causa da pandemia, quando foram feitas 33 privatizações, para este ano estão previstas privatizações de 100 activos, augurando que a Covid-19 “dê tréguas” para a sua concretização.
“Grande parte dos activos já privatizados foi para investidores locais, mas regra geral estamos à espera de investidores estrangeiros para os grandes activos”, notou.
As autoridades angolanas prevêem também o arranque do processo de privatização das participações da petrolífera Sonangol nos bancos Caixa Geral Angola e BAI para dentro de três semanas.
A terceira fase da privatização das unidades industriais da Zona Económica Especial (ZEE) também tem início neste período, sobretudo com processos de auscultação e abertura de visitas dos interessados às unidades do município angolano de Viana.
“Na próxima semana divulgaremos a lista das empresas que estarão a concurso nesta terceira fase da ZEE”, apontou o presidente do IGAPE.
O programa do Governo ProPriv prevê a privatização de mais de 190 empresas e/ou activos do Estado até 2022 nos sectores da banca, agricultura, hotelaria e turismo, finanças, seguros, indústria, telecomunicações, petróleos, entre outros.
Lusa