A Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) suspendeu a participação política do Bloco Democrático até 2022, por este ter decidido não renovar o acordo de participação com a coligação nas eleições gerais do próximo ano.
De acordo com um comunicado da CASA-CE, a decisão surge na sequência de um pedido do colégio presidencial da coligação para que o Bloco Democrático clarificasse a sua posição na coligação face aos desafios políticos e eleitorais à vista.
A CASA-CE pediu igualmente uma clarificação da posição do Bloco Democrático face ao seu activo compromisso no projecto político Frente Patriótica Unida, em cooperação com a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e o político Abel Chivukuvuku, líder do projecto político PRA-JA Servir Angola.
Em reunião extraordinária, realizada entre o colégio presidencial da CASA-CE e a direcção do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes disse que vai cumprir o actual mandato no seio da CASA-CE, mas não vai renovar o acordo de participação com a coligação nas eleições gerais de 2022.
Em face da última reunião da Comissão Política do Bloco Democrático, realizada no fim-de-semana, ficou ainda decidido que vai adaptar a sua participação na CASA-CE, retirando o partido de todas as estruturas ligadas à estratégia eleitoral da coligação, quer a nível central, intermédio e de base.
O Bloco Democrático optou ainda por manter o apoio à CASA-CE no domínio da gestão contabilística, reforçar a sua presença na gestão do grupo parlamentar e assumir tarefas relativas à vice-presidência do património da coligação, bem como manter intactos todos os direitos adquiridos por via da CASA-CE, nas eleições gerais de 2017, nomeadamente a quota dos comissários à Comissão Nacional Eleitoral e as verbas alocadas aos partidos trimestralmente.
Face à posição do Bloco Democrático, o colégio presidencial da CASA-CE deliberou suspender a participação política do partido na coligação até 2022, manter a sua participação no grupo parlamentar, bem como apreciar, posteriormente, a manutenção dos direitos adquiridos como membro, no mandato 2017-2022.
Sobre a permanência ou não do Bloco Democrático na coligação até 2022, conforme proposta apresentada pelo partido, a CASA-CE vai remeter a decisão aos órgãos deliberativos dos partidos políticos coligados.
“O colégio presidencial da CASA-CE saúda a atitude de manifesta abertura assumida pelo Bloco Democrático, que apesar de tardia, permitirá a cada uma das partes, materializar na plenitude as suas linhas estratégicas programáticas, em sede do período de pré-campanha eleitoral, tendo em vista os grandes desafios políticos e eleitorais, por que se propõem participar”, sublinha o comunicado.
Lusa