O “sniper” escolhido pelo Presidente do MPLA, João Lourenço, para “assassinar” Adalberto da Costa Júnior enquanto Presidente da UNITA, é de facto dos melhores que o MPLA tem nas suas fileiras. O procurador da República, Celestino Paulo Benguela, não deixa os seus créditos por atiradores alheios.
Recorde-se, por exemplo, que o então procurador provincial da Lunda-Norte, Celestino Paulo Benguela, durante uma das sessões de julgamento de três membros do Manifesto do Protectorado das Lunda, no dia 7 de Setembro de 2010, disse: “O chamado Protectorado da Lunda, tem a sua sede em Luanda desde 2007, encabeçado pelo “bandido do Dr. Jota Filipe Malakito”, ele tem um exército com as suas regiões constituídas e os seus respectivos comandantes. O Dr. Jota Filipe Malakito diz que tem na sua posse documentos do protectorado da Lunda Tchokwe, mas ele ameaçou dizendo: “Se o governo agir com violência, também responderemos com violência”, razão pela qual querem dividir Angola, excluindo as 4 províncias do resto de Angola. Angola é um país uno, indivisível, e quem pretender o fazer, será punido por lei 7/78 de 26 de Maio… Pois fiquem a saber que todos os vossos membros e outros Lundas que quiserem, aderir neste vosso movimento serão detidos e condenados, nós até podemos matar, não há nenhuma porcaria de Tchokwe ou Lunda que vai levantar a voz, seus separatistas e tribalistas, devem ser combatidos energicamente e o vosso crime é prisão maior entre 8 a 16 anos ou mesmo 24 de cadeia”.
Celestino Paulo Benguela, num seminário realizado no dia 6 de Dezembro de 2011, no Município do Cambulo com professores e alunos, atacou mais uma vez dizendo que os professores que forem descobertos a fazer parte do Manifesto do Protectorado da Lunda serão despedidos da Educação e colocados nas cadeias, que a sentença será sumária, sem direito a recurso nem advogado para os defender. Não perder tempo com julgamentos era uma das duas únicas regras ensinadas por Agostinho Neto. A outra era, é, matar primeiro e interrogar depois (tal como nos massacres de 27 de Maio de 1977).
De acordo com o que disse Celestino Paulo Benguela, a aderência a este movimento separatista é crime contra o Estado Angolano. Ignorou a existência de algum tratado de Protectorado sobre a Lunda.
“Já condenámos outros sete bandidos pertencentes a este movimento, estão aí, no Kakanda a choramingar. Não os vamos colocar em liberdade, nem que venham as tais organizações de direitos humanos”, disse o meritíssimo Procurador Celestino Paulo Benguela.
Fazer este tipo de campanha não fica bem a um Procurador Provincial como homem da Lei, é grave este tipo de pronunciamento. Enquanto afina a pontaria da sua DSR-50, lembre-se a Celestino Paulo Benguela que, no caso, todos os filhos da Nação Lunda Tchokwe, por direito natural são membros do Protectorado, não precisam fazer nenhuma aderência.
Em Outubro de 2019, Celestino Paulo Benguela, alertou, na cidade do Huambo, os administradores municipais e directores de gabinetes provinciais a evitarem desvios e corrupção na gestão dos recursos a serem disponibilizados no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).
O magistrado do Ministério Público, que falava numa acção de formação promovida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), reafirmou aos gestores públicos que o Estado não irá mais tolerar actos de desvios de conduta da parte de quem lida com a rés pública, porque, no seu entender, tais comportamentos não fazem parte do actual caminho político e administrativo a seguir na gestão daquilo que considera ser “o tesouro do povo.” Do povo do MPLA, entenda-se.
“O Ministério Público não terá contemplações para com aqueles gestores que queiram seguir caminhos diferentes daqueles que vão sendo recomendados pelos novos mecanismos de gestão da coisa pública”, disse.
Durante a acção formativa, com o tema “Probidade Pública e a prevenção contra actos de corrupção”, Celestino Benguela esclareceu que a PGR não pretende intimidar os gestores públicos, mas chamá-los a atenção para o caminho que se pretende seguir nos actos de gestão. Por outras palavras, que todos (gestores, professores, políticos, jovens, militares e até mortos) entendam que o MPLA é Angola e que Angola é do MPLA.
A ideia, acrescentou, é criar no seio dos gestores públicos a cultura das boas práticas, da denúncia, quando for necessário, e da responsabilização sobre todos aqueles que não forem correctos na materialização das políticas públicas gizadas pelo Estado.