Às armas, às armas, contra a Covid lutar!

O Comandante-geral da Polícia Nacional (PN) de Angola, Paulo de Almeida, afirmou hoje (com o brilhantismo oratório que se lhe reconhece) que a corporação será “implacável” contra os incumpridores e desrespeitadores das novas medidas de prevenção contra a Covid-19. Com ou sem mísseis intercontinentais, com ou sem rebuçados (“balas” em brasileiro) ou chocolates, o dedo está no gatilho…

Segundo o responsável, a PN será firme na sua missão para assegurar que as orientações resultantes da actualização do Decreto Presidencial sobre as medidas de protecção contra a Covid-19, que entrou em vigor ontem, segunda-feira (10), sejam cumpridas.

Desta forma, Paulo de Almeida pediu (com a antológica humildade que o tornou famoso em todo o mundo) aos cidadãos e às instituições compreensão e o cumprimento escrupuloso das orientações, “porque o objectivo é tão-somente salvar vidas humanas”.

Paulo de Almeida fez estas declarações no acto de outorga de 205 diplomas ao V grupo de licenciados em Ciências Policiais e Criminais do Instituto Osvaldo Serra Van-Dúnem.

Por outro lado, reconheceu que a PN precisa de melhorar a sua actuação, sobretudo no que toca à inter-relação com o cidadão e a sua análise policial, bastando certamente seguir fiel e caninamente o emblemático exemplo do próprio comandante Paulo de Almeida.

“Precisamos de conhecer melhor os fenómenos que interferem no comportamento do homem para podermos agir com maior objectividade, operacionalidade e ciência”, admitiu Paulo de Almeida, certamente inspirado por Aristóteles, Platão, Sócrates, Confúcio ou até mesmo Agostinho Neto.

Paulo de Almeida referiu que o Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais, depois de 10 anos de funcionamento, necessita de alguns ajustes na organização e estrutura, sobretudo no seu foco profissional e no perfil de entrada.

O comandante disse que a PN quer um instituto mais técnico, onde o perfil de admissão não seja apenas o concurso público dos alistados no serviço militar obrigatório, sublinhando ser altura de se ajustar à realidade concreta do país, sem se perder a essência da sua natureza como força de segurança pública.

Durante cinco anos, 209 cadetes receberam formação em mais de 50 disciplinas curriculares com uma carga horária lectiva de cinco mil 780 horas. No decorrer da formação, faleceram dois formandos e igual número reprovou por falta de aproveitamento escolar.

Os finalistas estão dotados de conhecimento jurídico, técnica de investigação criminal e instrução processual, criminalística, intervenção e defesa policial, entre outros.

Recorde-se aos licenciados que agora receberam os seus diplomas, que o Comandante-geral da Polícia (do MPLA), Paulo de Almeida, defende o uso de “meios desproporcionais” para responder efectivamente contra ameaças ao Estado. E assim sendo, como exemplo, Paulo de Almeida diz que a resposta da polícia no caso de Cafunfo, bem como nos massacres de 27 de Maio de 1977, foi em legítima defesa.

O comandante-geral da Polícia Nacional afirma (como aliás fez o seu primeiro presidente, Agostinho Neto, ao manda massacrar milhares de angolanos em 27 de Maio de 1977), que na defesa da soberania de um Estado não pode haver proporcionalidade, como defendem as… pessoas.

“Isso é muito bom na teoria jurídica, nós aprendemos isso no Direito. O Estado não tem proporcionalidade, você quando está a atacar a unidade, o Estado, o símbolo, está a atacar o povo“, disse Paulo de Almeida, numa conferência de imprensa destinada a supostamente esclarecer os incidentes na região do Cafunfo, onde o MPLA mostrou mais uma vez – como já fizera Agostinho Neto em 1977 – que não está para perder tempo com julgamentos, razão pela qual mata primeiro e interroga depois.

Paulo de Almeida avisou que “aqueles que tentarem invadir as esquadras ou qualquer outra instituição para tomada de poder, vão ter resposta pronta, eficiente e desproporcional da Polícia Nacional” do MPLA. Por alguma razão a Polícia é tão forte com os fracos mas bate com as patas no mataco a fugir velozmente quando o adversário é forte.

“Você está a atacar o Estado angolano (leia-se MPLA) com faca, ele responde-te com pistola, se você estiver a atacar com pistola ele responde com AKM, se você estiver a atacar com AKM, ele responde com bazuca, se você estiver a atacar com bazuca, ele responde com míssil, seja terra-terra, terra-mar ou ainda que for um intercontinental, vai dar a volta depois vai atacar”, referiu com o brilhantismo de um gorila anão (sem ofensa para este primata) o Comandante Paulo de Almeida.

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