Adalberto Costa Júnior submeteu hoje a sua candidatura à presidência da UNITA, maior partido da oposição que o MPLA ainda permite em Angola, a única apresentada até ao momento.
Numa breve intervenção às centenas de militantes e simpatizantes presentes, Adalberto da Costa Júnior, que foi até Outubro o líder da UNITA, destituído do cargo por imposição do MPLA a coberto das instruções dadas à sua sucursal Tribunal Constitucional, que anulou o congresso de 2019, disse que o momento estava “carregado de importância”.
“Certamente com importância que ficará marcada pela nossa história. Estamos aqui porque acabamos de fazer a entrega dos documentos da minha candidatura à liderança do grande partido que é a UNITA”, referiu.
Segundo Adalberto da Costa Júnior, a apresentação da candidatura representa de si “uma integral disponibilidade de servir o partido e através deste servir Angola”.
“Estamos convencidos de poder corresponder à enorme expectativa que temos constatado de dentro do partido e de fora do partido, de podermos elevar o mais alto possível o nome da UNITA, de levar a UNITA à centralidade da interpretação do poder político, da governação de Angola e de podermos por este meio servir Angola”, frisou.
Adalberto da Costa Júnior vai esperar pela confirmação dos documentos apresentados e que a sua candidatura seja considerada completamente legal.
O político realçou que foi “uma surpresa” ver a sala “abarrotada”, dirigindo algumas palavras de agradecimento à direcção da sua campanha “que aceitou fazer parte do desafio”, aos “mais velhos” do partido e organizações da sociedade civil.
Em resposta a perguntas da imprensa, Adalberto da Costa Júnior disse que a UNITA é plural, rejeitando a ideia de haver uma divisão interna.
“São poucos os partidos que têm a coragem de mostrar que não há consensos totais no seu seio, e a UNITA tem tido esta coragem de termos realizado congressos plurais, todos eles na base do debate contraditório. Aqui não há rigorosamente nenhuma divisão”, vincou.
“O partido tem maturidade para poder receber esta pluralidade e este espaço de debate contraditório, bem como órgãos competentes para acompanhar todas estas realidades com tranquilidade”, acrescentou.
Sobre a sua candidatura, Adalberto da Costa Júnior disse que foram cumpridas escrupulosamente as exigências dos estatutos e dos documentos orientadores do partido.
“Não deixa de ser relevante esta sala, a presença diferenciada de pessoas que não foram convocadas na sua maioria para aqui estar, o que representa bem o interesse, a expectativa e importância que esta candidatura representa para a UNITA e para Angola”, salientou.
O período de entrega de candidaturas termina quinta-feira, sendo esta a primeira realizada até ao momento.
Folha 8 com Lusa