A China, país de origem (entre outras) da pandemia do Covid-19 e que teve parte da sua actividade económica suspensa no primeiro trimestre do ano, deverá escapar à recessão em 2020, crescendo 1,2%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Isto enquanto a Europa, os EUA e África desabam.
Depois de um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 6,1% em 2019, em 2020 o país deverá registar um crescimento de 1,2% e de 9,2% em 2021, de acordo com as Perspectivas Económicas Mundiais hoje divulgadas.
A China sentiu os efeitos da Covid-19 no primeiro trimestre do ano, sobretudo na província de Hubei (centro), onde se originou o surto (na cidade de Wuhan), obrigando ao encerramento parcial da sua actividade económica.
Segundo os números do FMI, a taxa de inflação não deverá sofrer grandes alterações, já que dos 2,9% registados em 2019 passa para 3,0% este ano e 2,6% em 2021.
A nível de desemprego, a taxa deverá subir dos 3,6% registados em 2019 para os 4,3% em 2020, descendo posteriormente para os 3,8% em 2021.
O FMI prevê que a economia mundial tenha uma recessão de 3% em 2020, fruto do apelidado “Grande Confinamento” devido à pandemia de Covid-19.
Assim, a grande maioria das principais economias mundiais deverão encolher este ano, devido aos efeitos da pandemia, prevê o FMI. Ainda assim, a recuperação poderá estar à vista em 2021.
O FMI prevê uma contracção da economia mundial de 3% este ano, devido aos efeitos da Covid-19, que já se espalhou pelo globo. Ainda assim, no próximo ano deverá verificar-se uma recuperação, com um crescimento global de 5,8%.
Estas são as conclusões do FMI no World Economic Outlook (WEO) de Abril. Nestas estimativas, a instituição já tem em conta os efeitos do surto. Vê a economia mundial encolher 3%, uma forte revisão em baixa face às estimativas apresentadas em Janeiro.
Já para 2021 a economia mundial deverá recuperar desta crise, que o FMI diz ser marcada pelo “O Grande Isolamento”, ao crescer 5,8%. Esta recuperação “reflecte a normalização da actividade económica de níveis muito baixos”, aponta o FMI, mas “depende criticamente do esmorecer da pandemia no segundo semestre de 2020, permitindo a redução gradual das medidas de contenção e o restauro da confiança dos consumidores e dos investidores”.
As estimativas assumem também que as políticas tomadas pelos países para mitigar os efeitos da pandemia são eficazes na prevenção de falências, grandes perdas de emprego e tensões no sistema financeiro. O FMI aponta ainda que a recuperação prevista está “acima da tendência” verificada nas últimas recessões. Ao comparar com a última crise, em 2010 o crescimento global recuperou para 5,4%, face uma contracção de 0,1% em 2009.
Ainda assim, o nível de crescimento do PIB previsto para o final de 2021, tanto nos países avançados como nas economias emergentes e em desenvolvimento, permanece abaixo das estimativas feitas antes do novo coronavírus.
Já os países da Zona Euro vão registar, em média, uma recessão de 7,5% este ano. É uma contracção acima daquela prevista para a economia mundial, bem como nas economias avançadas. Para 2021, o FMI estima uma recuperação de 4,7% para os países que partilham o euro.
Entre as economias avançadas, as projecções apontam para uma recessão de 6,1% em 2020. A maioria das economias do grupo estão previstas contrair este ano, incluindo os Estados Unidos da América (– 5,9%), Japão (– 5,2%), Reino Unido (– 6,5%), Alemanha (– 7,0%), França (– 7,2%), Itália (– 9,1%) e Espanha (–8,0 %).
Já para o próximo ano está previsto um crescimento de 4,5% nestas economias, que deverão todas recuperar em 2021. Quando se olha para o grupo de mercados emergentes e economias em desenvolvimento, as projecções são de que este irá contrair 1% em 2020, e crescer 6,6% no próximo ano.
As estimativas e projecções são baseadas em informações estatísticas disponíveis até 7 de Abril deste ano. O FMI sinaliza que “existe extrema incerteza à volta das previsões de crescimento, porque a quebra económica depende de factores incertos que interagem de formas difíceis de prever”.
A pandemia afecta de diferentes formas os países, mas, no geral, a maioria verá o PIB encolher este ano. A maioria dos países europeus, com quem – por exemplo – Portugal mantém uma relação comercial estreita, vão registar contracções acima dos 5%.
É o caso de Espanha, cuja economia deverá encolher 8% em 2020, segundo as previsões do FMI. Já para 2021 as projecções apontam para uma recuperação no país vizinho, um dos mais afectados pelo vírus, com um crescimento 4,3%. A taxa de desemprego deverá fixar-se nos 20,8% em 2020, sendo que o país registou em Março o maior aumento da história do número de desempregados.
Na Alemanha, onde também se registaram muitos casos de infecção, o PIB vai contrair 7% em 2020. A recuperação contempla um crescimento de 5,2% em 2021, de acordo com o FMI. Não está prevista uma subida muito alta no desemprego, que se deverá fixar nos 3,9% em 2020 e 3,5% em 2021.
Os números são semelhantes para França e os Países Baixos. O FMI prevê que a economia francesa encolha 7,2% este ano, e cresça 4,5% no próximo. Já o PIB holandês deverá contrair 7,5% em 2020, recuperando 3% no próximo ano. Também no Reino Unido, o PIB poderá diminuir 6,5% este ano, e crescer 4% em 2021, de acordo com as estimativas.
Em Itália, que se vê severamente afectado pelo vírus, as projecções apontam para uma contracção de 9,1% da economia italiana. Já no próximo ano, o PIB de Itália deverá registar um crescimento de 4,8%.
Fora da Europa, nos EUA, que registam agora o maior número de vítimas mortais do mundo, o cenário é semelhante. O PIB deverá encolher 5,9% este ano, recuperando no próximo com um crescimento de 4,7%. Já em Angola, um dos países exportadores de petróleo, o FMI estima uma recessão de 1,4% este ano. Para 2021, as projecções apontam para um crescimento de 2,6%.
Folha 8 com Eco