Com o fluxo e a crise global migratória, influenciada pelas mudanças climáticas, problemas económicos sociais e políticos, tais, como a guerra, conflitos tribais, étnicos, perseguição política e racial, fome, seca, que vem devastando os países africanos, faz com que um grande número de mulheres e homens pretos, imigrem para diferentes lugares do planeta terra. E neste bojo, cabe mencionar o Brasil que recebe actualmente consideráveis números de imigrantes e refugiados africanos.
Por Arménio Alberto Rodrigues da Roda (*)
Isso mesmo revelam os dados do Comité Nacional para os Refugiados – CONARE 2018. São oriundos de diversas partes da África, que inclui angolanos, guineenses, congoleses, nigerianos entres outros, que na luta pela sobrevivência, têm no seu imaginário, o Brasil como o refúgio ou país de esperança para início de nova vida repleta de paz e estabilidade.
Neste dilema de luta pela sobrevivência, o Brasil, antes idealizado como o lugar de sossego e paz, para o início de nova vida, acaba figurando como segundo inferno, apresentando novas formas estruturais de terror físico, psicológico, ardente nas almas negras e que flamejam nos corpos negros africanos na diáspora brasileira, que perpassam pelo multiforme preconceito, tais como: a xenofobia, racismo, desprezo e todo tipo de discriminação, que ofende o reduz o valor intrínseco da dignidade humana, enquanto atributo inalienável a todo homem e consequentemente negados aos imigrantes e refugiados negros oriundos da África.
O mesmo país que outrora fora o destino e o depósitos dos escravos negros africanos, importados coercivamente como se objectos fossem, é o mesmo vilão multiplicador das mesmas dores, sofridas no passado e hodiernamente camufladas de novas garras astutas, que se projecta contra os afrodescendentes e os imigrantes, que sente na pele a dor de ser negro, num país inchado de racismo e genocídio negro, que exclui os imigrantes negros e os afrodescendente do aparato institucional económico e social.
O Brasil é estruturalmente um país racista, que destrói e aniquila todo o símbolo, humano cultural, memorial do complexo histórico negro, visualizado a partir de negros brasileiros natos, que na condição do cidadão, transcorrem todas as formas de dor, imposto pelo sistema racial hegemónico e colonizador, que vitimiza os corpos negros. E no olhar mais profundo do quotidiano dos imigrantes negros africanos no Brasil, vislumbra-se o sofrimento acumulado, ou seja, o duplo impacto dos efeitos racistas e xenófobos, individuais e institucionais que escravizam o imigrante negro no mercado de trabalho, submetidos a trabalhos precário, desumanos e ao pauperismo salarial, o desemprego, o não acesso à educação e a saúde, empapuçada pela profundas desigualdades sociais.
Em outras palavras, o imigrante negro africano, não desvela ser sujeito de direitos humanos universais, na condição do imigrante negro, visto como infractor das normas soberanas do Estado, mesmo sem um crime perpetrado, o negro africano no Brasil é naturalmente e socialmente criminoso, que rouba as oportunidades de emprego e que aumenta o índice de criminalidade.
Já do lado oposto, o imigrante ocidental, de cor branca, europeu, americano, este representa um olhar diferente, se comparado aos dilemas sofridos pelos imigrantes negros oriundos da África. O branco europeu não é imigrante, é um turista gringo, endinheirado, abraçado e acolhido por todos, sendo que este vem agregar valores ao país. Entretanto, E preto africano é um “bandido” “vagabundo”, transfigurado em sujeito temoroso à sociedade, que vem subtrair o emprego dos brasileiros e por este facto, dirige-se aos ouvidos dos imigrantes negro africano as seguintes palavras: vocês não devem permanecer no país, devem ser deportados para África o vosso “país” continente de miséria.
Inerente a esta situação, Abreu Faustino, jovem imigrante africano negro angolano, estudante na Universidade Internacional da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira, conta a sua experiência em relação ao racismo, vivido no Brasil sofrido por este na cidade de São Paulo, na companhia dos seus amigos brasileiros brancos e ele como único negro, que passou pela servil abordagem polícia militar, sendo que seus amigos brancos não tiveram nenhuma exigência dos policiais. Portanto, diante deste depoimento, há clara evidência que o homem negro, ademais, africano, representa no Brasil uma ameaça à sociedade marcada pelas profundas desigualdades.
«Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, pela sua origem ou ainda pela sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar.» (Nelson Mandela, 1995)
(*) Mestre em Direito e Doutorando em Direito pela Universidade Federal da Bahia e UERJ-Brasil
Imigrante negro no brazil é idêntico a um imigrante negro em Angola.
Um simple cidadão europeu (portuguesa) que vem em Angola para abrir um salão de festa ou restaurante é considerado como um potencial investidor só por causa da cor do pele dele, às vezes são mesmo os banco angolano que the emprestam dinheiro para expandir o negócio. Mas um cidadão africanos que vem abrir um armazém com seu próprio fundo e esforço é visto como um imigrantes miserável, analphabèto e medroso que traze anarquia !
En Angola ha mais de 150.000 portugaise, cerca de 200.000 chinês mas visitam os centro de detenção dos estrangeiros ao nível do país, constatarão que os 99% são africanos e negro. Os agentes do SME dirão que são cidadão em situação ilegal, sim é verdade são sem documentos porque nunca tiveram a oportunidade como os brancos.
A final ser imigrante e negro no Brasil é egual ser imigrante e negro em Angola. Perguntem os Mamadu geralmente chamado séné ou os cidadãos da RDC geralmente chamado langa.
Nenhum país é racista por natureza. Mas num país podem existir frações razoáveis da população com sentimentos racistas. Portugal é um caso típico, embora o discurso oficial diga o oposto.
No Brasil, visto por quem vem de fora, e embora haja atualmente uma maior percentagem de cidadãos de origem negra, a verdade é que se sente uma segregação a que eu chamo económico-social. Não é um racismo verbalizado, nem claramente apreciável. É uma herança do regime esclavagista, ou seja, é uma herança histórica.
Há um pequeno exercício que recomendo a quem puder executá-lo. Assistir à chegada dos ônibus das faxineiras, de manhã cedo, lá para os lados da Barra da Tijuca, na Avenida das Américas, no Rio de Janeiro, e ir avaliando a cor da pela de tais senhoras. O que se constata, por muito que incomode muita boa gente, é que maioritariamente tais senhoras são de pele escura, indo além dos 55 % da distribuição populacional. Por outras palavras, não existindo o racismo convencional (eu aplico aqui este termo por desconhecimento de qual deverá ser o termo adequado), a verdade é que, como consequência do seu processo histórico, ainda existe muita segregação no Brasil. Aqui não coloco a palavra racial, será porventura económico-social, mas o resultado, mesmo que involuntário, é perverso. A aceitação ou discussão deste facto não pode, nem deve, ser encarada à luz de chavões ideológicos de direita versus esquerda, tão queridos à atual discussão política existente no Brasil.
Essa matéria é exagerada. Seguro discurso tendencioso esquerdopata brasileiro.
Reconheço que os negros têm uma vida difícil no Brasil por motivos históricos, mas não existe ódio como a reportagem diz. O Brasil tem Artistas negros, bons políticos negros e já teve até um presidente negro no passado. Não se vê nas ruas de forma generalizada ninguém apanhando ou sendo expulso de Algum lugar ou sendo impedido de ir e vir só por ser negro.
Existem sim pessoas racistas no Brasil como. Em qualquer lugar do mundo, mas o Brasil não é racista por natureza
Boa noite, quero deixar aqui uma nota de repúdio.
Em primeiro lugar, utilizar como única referência para definir todo um País, como racista usando um caso específico é pura ignorância. Essas coisas não se podem generalizar. Seria como chamar todo homem de estuprador porque alguns homens cometem tal ato. Além disso, o Brasil é um pais onde 55% da população é negra (ou mestiça) e mesma ela vai ter visões diferentes em relação ao assunto (dependendo a quem indagar). Junte-se a isso, há também o racismo inverso. Isso é mais visto nos Estados Unidos. Onde negros se relacionam negros e brancos com brancos. Portanto, essa notícia ofendeu todo um país com base num único caso.
Portanto, estou decepcionado com esse jornal por adotar tal postura diante desse ato. Poderia trazer essa notícia como uma denúncia, mas a trouxe como um ataque a uma nação. Fiquei decepcionado como brasileiro (branco) com tal acusação. Pensei nesse jornal como jornalismo sério, mas estava enganado.
Deixo aqui, portanto, meu repúdio a essa reportagem.
Esclareça-se, se bem que pelo texto apresentado por Dioney Ferreira Dias nos pareça ser chover no molhado:
1- Este texto não é, ao contrário do que diz, uma notícia;
2 – O Jornal, ao contrário do que diz, não adoptou nenhuma postura;
3 – Este texto, ao contrário do que diz, não é uma reportagem;
4 – Este é um texto, ao contrário do que deliberadamente esquece, de OPINIÃO e que, por isso, vincula apenas e só o seu autor,