Kwanza desvaloriza face ao euro para mínimos históricos

ANGOLA. A moeda angolana abriu hoje próximo dos mínimos históricos face à europeia, transaccionando-se nos 359,851 kwanzas/euro (359,982 kwanzas/euro a 1 de Fevereiro), mantendo a cotação em relação à norte-americana, indicam dados do Banco Nacional de Angola (BNA).

Segundo o banco central angolano, em relação ao dólar, o kwanza manteve praticamente a mesma cotação da passada segunda-feira, quando então fechou a transaccionar-se nos 315,751 kwanzas/dólar, o mesmo valor de hoje.

Há um ano, face ao pico da crise económica que o país então vivia, as autoridades angolanas começaram a vender aos bancos comerciais as divisas em leilão, primeiro trissemanais e actualmente diárias, com a moeda angolana a transaccionar-se, então, a 185,40 kwanzas/euro. Desde essa altura, o kwanza depreciou-se 48,478%.

Em relação ao dia em que começaram as vendas de divisas em leilão à banca comercial em Angola, a 9 de Janeiro de 2018, quando se transaccionava a 165,92 kwanzas/dólar, a moeda angolana depreciou-se 47,452%.

No mercado paralelo, o euro está a transaccionar-se entre os 450 e 470 kwanzas, enquanto o dólar se troca entre os 390 e 410 kwanzas.

A tendência de estabilidade do kwanza foi explicada em Dezembro de 2018 pelo administrador do BNA Pedro Castro e Silva, que garantiu, então, que a pressão sobre as divisas em Angola “terminou”, após as medidas que geraram uma maior previsibilidade no mercado cambial e de uma melhor comunicação com os bancos comerciais.

Segundo Castro e Silva, o BNA já consegue atender ao que os bancos comerciais pedem em divisas, o que tem “estabilizado” a moeda.

“Vamos manter este curso de actuação da política cambial. Aquilo que tínhamos de fazer no âmbito do Programa de Estabilidade Macroeconómica (PAM), que era uma maior liberalização da taxa de câmbio, já o fizemos. Esta tarefa está cumprida e já não temos mais nenhum ajustamento a fazer”, sublinhou

Castro e Silva disse acreditar que, nos próximos tempos, a tendência será a de Angola entrar numa fase em que a moeda nacional “vai assumir comportamentos como se vêem nas outras moedas”, com movimentos de depreciação, quando a procura for maior que a oferta, e de apreciação, quando suceder o contrário.

“As medidas tomadas geraram previsibilidade e uma maior comunicação com os bancos comerciais, o que acabou por gerar um efeito positivo. Os bancos hoje sabem que, se não comprarem segunda-feira, têm mais quatro sessões de leilões do BNA. Esta pressão sobre as nossas divisas terminou e o facto de o BNA estar a atender justamente àquilo que os bancos estão a procurar tem contribuído para que a taxa de câmbio se encontre mais estável”, referiu.

“Desde o início do ano de 2018 que o banco central assumiu o compromisso de fazer um ajustamento cambial. Esse compromisso incluía a depreciação da moeda nacional, para que reflectisse fielmente a relação que existe entre a procura e a oferta. Tivemos maiores depreciações da moeda nacional até Outubro/Novembro porque, nessa altura, o desequilíbrio era mais acentuado entre a procura e a oferta”, explicou.

Lusa

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