Não fossem as doenças
e a saúde até seria… boa

A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, reconheceu hoje em Luanda, as debilidades do sector em termos de carência de recursos humanos especializados, mas perspectivou melhorias a médio e longo prazo. O que têm andado a (não) fazer todos os ministros da Saúde (do MPLA), para além de diagnosticar que os angolanos ficam doentes por causa das… doenças?

“C omo em todas as outras áreas do sector, a de oftalmologia carece de recursos humanos especializados, dada grande probabilidade que a população angolana tem, em contrair doenças oftalmológicas”, afirmou Sílvia Lutucuta, no final da campanha de tratamento de catarata, realizada por especialistas espanhóis.

De acordo com a ministra, está dentro das perspectivas do sector, a médio e longo prazo, a existência no país de mais serviços especializados em oftalmologia, que façam tratamento mais diferenciados nesta área.

A fazer fé nos 43 anos de governação do MPLA, médio e longo prazo significa – sejamos optimistas – talvez mais uns 20 a 30 anos. Isto, é claro, porque os angolanos gostam de azucrinar o Governo e teimam em não cumprir as ordens superiores que determinam que devem morrer sem ir aos hospitais e viver sem comer.

Sílvia Lutucuta considerou que os serviços existentes em Angola nesta área, como o de Benguela, são incapazes de dar resposta às necessidades dos cidadãos tendo em conta a dimensão do país e o número de casos. Em rigor, como muito bem sabe a ministra, o problema não está na dimensão do país mas, isso sim, na dimensão de incompetência de quem nos (des)governa desde 1975.

Em relação ao Instituto de Oftalmologia de Luanda, que trabalha com a cooperação de médicos cubanos, informou que também tem realizado operações às cataratas, mas não consegue dar solução a todos os problemas.

A ministra referiu que alguns profissionais que serão admitidos este ano, no concurso público, vão fazer a especialização em Oftalmologia, dentro do programa de formação da instituição, com vista a minorar essa carência.

Sílvia Lutucuta, que se fez acompanhar pelo governador provincial de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho, agradeceu a Fundação Elena Barraquer pelo trabalho e às empresas Oshen Healthcare e OBO Capital, patrocinadoras da campanha, pela iniciativa.

A campanha decorreu durante sete dias, no Hospital Geral de Luanda e foram operados 251 cidadãos, com apoio de técnicos angolanos. Durante a campanha foram diagnosticados positivos, 3.124 pacientes, dos quais 251 com cataratas foram operados e 804 estão na lista de espera.

Angola tem alcançado melhorias em alguns indicadores no domínio da saúde, com destaque na redução da mortalidade materna, neonatal e infantil, de acordo com o último inquérito de indicadores múltiplos de saúde realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) nos últimos dois anos.

É preciso ter lata para se julgar que somos todos matumbos. Só falta mesmo o INE provar que os pobres têm fome porque… não comem!

Segundo o secretário de Estado para os Assuntos Hospitalares, Altino Matias, que falava no dia 20 de Setembro na abertura da conferência sobre “A cobertura universal da saúde para o desenvolvimento sustentável”, o outro sucesso de grande realce tem a ver com a eliminação da poliomielite e o controlo da febre-amarela no país.

Isto, é claro, já para não falar nos êxitos conseguidos pelo MPLA (o único partido que governou o país desde a independência) na extinção, ou quase, da Peste Negra, Gripe Espanhola, Tifo, Dores de Dentes e de Cotovelo, Pés Chatos, Queda de Pára-quedismo etc..

Altino Matias realçou que estas conquistas têm um enorme significado, pois foram alcançadas com o envolvimento dos sectores parceiros, como igrejas e sociedade civil, sem esquecer o denodado esforço do Governo liderado por José, perdão, João Lourenço.

Contudo, disse, ainda há muito por se fazer para o alcance dos objectivos do desenvolvimento sustentável e a cobertura universal da saúde, sendo que o Ministério da Saúde tem uma enorme responsabilidade neste compromisso, sendo a saúde um dos mais poderosos factores de justiça e coesão social.

Para Altino Matias, é inquestionável que o desafio é enorme para o sector, salientando que a área ainda enfrenta constrangimentos relacionados com a qualidade dos cuidados de saúde prestados, com uma cobertura sanitária insuficiente e fraco sistema de referência e contra referência entre os três níveis de atenção do serviço nacional de saúde, e recursos humanos escassos.

O governante avançou que existem também desafios no que toca ao sistema de gestão em saúde, incluindo o sistema de informação, logística, comunicação, insuficientes recursos financeiros e inadequado modelo de financiamento.

Nesta base, o executivo preconiza para o sector da saúde, abordagens inovadoras que integrem os distintos sectores com um efeito estruturante e multiplicador para responder plenamente os 17 objectivos do desenvolvimento sustentável e o programa do governo para o quinquénio 2018/2022.

“O Ministério da Saúde está consciente que para alcançar a cobertura universal e a construção progressiva do sistema do serviço nacional de saúde, tem de estar assente em princípios orientadores de eficiência, equidade e eficácia, de forma a proporcionar o acesso a qualidade, procura e resiliência da prestação de serviços essenciais”, frisou.

Acrescentou Altino Matias que para isto acontecer não se pode deixar de se considerar como áreas importantes de investimentos a construção de um sistema de saúde exigente, recursos humanos, infra-estruturas, produtos e medicamentos de qualidade, tecnologias e informação.

Reforçou que perante problemas que merecem respostas urgentes têm vindo a implementar estratégias específicas de actuação, particularmente para a redução materna, neonatal e infantil que ainda merecem uma especial atenção, pois nenhuma mulher deve morrer ao dar a vida a um novo ser por problemas evitáveis.

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