O Instituto Angolano de Controlo do Cancro (IACC) regista por ano 3.000 novos casos, números que continuam a crescer pelo país, anunciou hoje o director da instituição.
“Os números andam à volta de 3.000 novos casos diagnosticados por ano, porque temos outros casos que estão em tratamento, continua a tendência de crescimento da doença pelo país e este é o quadro da epidemia em Angola”, disse Fernando Miguel.
O director do IACC, que falava hoje à imprensa, à margem do acto central do Dia Mundial de Luta contra do Cancro, que decorreu, em Luanda, sob o lema “Nós Podemos, Eu Posso”, defendeu uma “abordagem oncológica multidisciplinar”, para mudança do paradigma da doença.
“Ou seja, qualquer médico pode fazer abordagem primária e depois encaminhar para uma unidade de referência, temos apenas 30 técnicos especializados, que estão concentrados no Instituto”, sustentou Fernando Miguel, recordando ainda o estado em que os pacientes chegam ao instituto.
À instituição, “os pacientes chegam em estádio avançado da doença, cerca de 80% por falta de conhecimento, informação, e por certas crenças que faz acreditarem que o cancro não existe”.
Fernando Miguel informou também que a expansão dos serviços de oncologia pelo país “ficou condicionada devido à crise financeira”, uma vez que o “Programa Nacional de Desenvolvimento Sanitário, já previa a construção de cinco centros regionais até 2017”.
“São centros regionais para as províncias de Cabinda, Malanje, Huambo, Benguela e Huíla, mas infelizmente devido à situação conjuntural da crise financeira que o país vive, esse programa não se cumpriu. Obviamente será reprogramado de acordo com a situação financeira do país”, fundamentou.
Em relação aos recursos humanos e ainda sobre a expansão da infra-estrutura, o director do IACC disse que a instituição “continua obrigada a se ajeitar em Luanda” com um número de técnicos que “não é suficiente para atender à demanda que vai surgindo”.
“O Instituto é obrigado a fazer, por exemplo, a formação de recursos humanos, temos feito um esforço enorme para formar recursos humanos, hoje estamos com perto de 30 especialistas em termos da área médica, o que é insuficiente para um país”, rematou.
Lusa