Uma nova vacina experimental contra o vírus Ébola demonstrou eficácia até seis meses depois de ser administrada a um grupo de voluntários, anunciaram hoje investigadores canadianos, num artigo publicado no boletim da associação de médicos do Canadá.
Os testes clínicos envolveram 40 voluntários saudáveis que foram inoculados com a vacina, e que seis meses depois continuam a apresentar níveis altos de anticorpos contra a doença que tem ressurgido em África.
“Os resultados deste teste são positivos e muito promissores. A vacina foi bem tolerada pelos participantes e não foram identificados problemas de segurança”, afirmou May ElSheriff, do Centro Canadiano de Vacinologia, em Halifax.
A persistência do vírus “sublinha a importância de continuar os esforços e colaborações que possam levar a vacinas contra o Ébola licenciadas que possam proteger humanos e prevenir ou controlar surtos no futuro”, afirmam os autores da pesquisa, baseados no Canadá e nos EUA.
A febre hemorrágica provocada por este vírus é extremamente contagiosa e o período de incubação do vírus Ébola é de 21 dias.
Entre o final de 2013 e 2016, a epidemia de ébola na África Ocidental provocou mais de 11.300 mortos em 29.000 casos recenseados.
O representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Angola, Hernando Agudelo, defendeu no passado dia 24 de Maio o reforço da vigilância epidemiológica no país face ao novo surto do vírus Ébola na vizinha República Democrática do Congo.
“No sentido que o Ébola é uma doença transmissível e altamente contagiosa, não é uma preocupação só para Angola, mas para todo o mundo e por isso é necessária uma permanente vigilância epidemiológica”, alertou o especialista, em entrevista à Lusa, em Luanda.
O novo surto na República Democrática do Congo (RD Congo) começou na localidade de Likati, província de Bas-Uéle, onde até 20 de Maio – no espaço de pouco mais de uma semana – 37 pessoas estavam infectadas e outras cerca de 500 estavam a ser vigiadas por terem tido contacto com os doentes, segundo a OMS, que já instalou um laboratório no local e pretende lançar uma campanha de vacinação.
Angola partilha uma fronteira de centenas de quilómetros com a RD Congo e o Ministério da Saúde angolano já alertou as direcções provinciais de Saúde para a possibilidade de se registarem casos em território nacional, oriundos do país vizinho.
A notificação imediata de casos suspeitos, a investigação de simples rumores da presença da doença e o reforço da vigilância epidemiológica na detecção de eventuais sintomas são indicações transmitidas pelas autoridades de Saúde angolanas.
Ao leste de Angola, na província da Lunda Norte, chegaram desde Abril mais de 30.000 refugiados congoleses, que fogem dos conflitos étnico-políticos na região do Kasai.
Contudo, Hernando Agudelo recorda que entre as duas regiões da RD Congo, Bas-Uéle e Kasai, a distância é superior a 1.500 quilómetros, pelo que a transmissão da doença através dos refugiados que fugiram para Angola não representa, pelo menos para já, uma ameaça.
“É um local isolado, não há meios de comunicações, só de helicóptero, é mais difícil sair de lá. É necessário estar alerta, não pelos refugiados, mas por alguém infectado ir a qualquer lugar, até porque há voos directos de Kinshasa para Luanda. Mas este é o oitavo surto de Ébola no país e na RD Congo sempre se soube lidar com o problema”, sublinhou o representante da OMS.
Aquela agência das Nações Unidas divulgou hoje que são necessários 10,5 milhões de dólares (9,3 milhões de euros) para dar resposta, nos próximos seis meses, a este novo surto de Ébola na RD Congo.
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