O regime que considera Angola o MPLA e o MPLA Angola, tudo está a fazer para continuar a delapidar os cofres do dinheiro público, gerir mal os destinos de Angola, sem rigor, responsabilidade e sentido patriótico, depois das eleições gerais de Agosto de 2017.
Os dados sobre como foram delapidados os cofres de dois bancos comerciais (CAP – Caixa Agro Pecuária e BESA – Banco do Espírito Santo Angola), principalmente, este último, BESA, são arrepiantes.
“Num outro país ou com dirigentes mais comprometidos com o país e o seu povo, o que aconteceu com o BESA daria, seguramente, a queda do governo e a prisão da maioria dos governantes, como no Brasil, face à podridão e ao volume da roubalheira”, disse em exclusivo ao F8, A.M.P.F, um antigo homem forte do BESA, que por razões de segurança pediu o anonimato.
Não se percebe, como altos dirigentes e militantes de um partido político, o MPLA, ousaram levar à falência bancos comerciais, sem que houvesse consequências criminais, tão pouco a indignação da oposição e ou da sociedade civil.
Colocado perante esta evidência, a fonte afirmou: “Não compreendo a indignação de muitos, quando tudo isso só aconteceu por ter havido ordens expressas do senhor Presidente da República, ao Álvaro Sobrinho, para a concessão dos créditos, aos dirigentes do MPLA, aos seus filhos, irmãos e outros próximos, que tinham sempre um prévio OK, para em caso de crise o gabinete presidencial garantir que assumiria. E foi o que para surpresa geral veio a ocorrer e assim, nunca mais ninguém vai devolver esse dinheiro e a dívida pública angolana vai aumentar”.
A culpa dos milhões e milhões de dólares, sub-repticiamente, roubados, por uns poucos, são responsáveis pela existência dos 21 milhões de angolanos pobres, que vivem abaixo do limiar da pobreza, sem medicamentos, assistência médica condigna, hospitais públicos decentes, enfermeiros competentes, escolas verdadeiras, professores estimulados, saneamento básico, água, luz e o sonho de terem oportunidades que lhes leve a projectar um futuro melhor.
A insensibilidade brada aos céus, mas a falta de vergonha é própria de malandros, termo superiormente colocado no léxico político, por João Lourenço, ministro da Defesa, vice-presidente do MPLA e seu cabeça-de-lista, às eleições de Agosto 2017.
“O dinheiro dado a estas figuras, não tinha outra garantia, senão os cartões das ordens superiores, pois em Angola, nenhuma grande operação é feita, sem que o Presidente Eduardo dos Santos tenha conhecimento e dê o seu aval. Foi o que aconteceu com os cerca de 6 mil milhões de dólares”, explicou.
Está a falar-se num montante assustador de mais de 5,7 mil milhões de dólares (popularmente designado 5,7 biliões de dólares), distribuído por homens e mulheres do e ligados aos corredores de um poder, cada vez mais distante do povo, mas aliado fiel da corrupção, subtilmente institucionalizada.
A lista arrepia, por quase ninguém das superestruturas partidária e governamental, estar imune, as mãos untadas com óleo de uma roubalheira consciente, danosa, premeditada e dolosa.
Consciente, por terem ciência que lhes faltava experiência de gestão comercial, para em tempo oportuno, procederem ao pagamento dos juros; logo danosa, por causar prejuízos ao financiador; premeditada, por terem previsto e planificado o procedimento e doloso, uma vez saberem que a irresponsabilidade pelo não pagamento causaria consequências difíceis de reparar.
O antigo economista do BESA diz ainda “que muitos milhões de dólares eram dados, com um simples telefonema da Presidência da República, ao PCA, Dr. Sobrinho, que por sua vez, baixava ordens aos órgãos do Banco para procederem à entrega de milhões de dólares em cash, ou através de transferência bancária, sem que, muitas vezes, os beneficiários assinassem documento escritural algum”.
Ora, com todos estes ingredientes, os políticos de todos os quadrantes ante a descarada violação das leis e da Constituição, por um grupo reduzido de cidadãos, deveriam, publicamente, indignar-se exigindo não só uma auditoria internacional, para se apurarem responsabilidades individuais e colectivas, ante tão grande rombo financeiro de privados ao Estado, como os devidos procedimentos criminais.
“Na minha opinião”, disse o economista, “nunca mais esse dinheiro será recuperado, pois havendo impressões digitais do Presidente da República, a implicar os filhos, irmãos, amigos e dirigentes, a culpa vai morrer solteira, tal como aconteceu com o banco CAP, porque infelizmente Angola não tem verdadeiros políticos da oposição, que saem para a rua, em manifestações pedindo justiça e cadeia para com os gatunos e corruptos”.
Para nossa desgraça colectiva nada disso foi feito, mesmo depois de uma fonte do ex-BESA ter colocado a lista com parte dos grandes devedores na rua, bem com os montantes astronómicos levantados e não pagos.
Destacam-se Marta dos Santos (com um financiamento de 800 milhões de dólares) e Álvaro Sobrinho (745 milhões de dólares), antigo CEO do BESA, seguindo-se até nomes que muitos consideravam insuspeitos, como o do actual ministro da Defesa, que trata os políticos da oposição de Moçambique e Angola de “malandros”, talvez, por o silêncio destes ser tão comprometedor, ao ponto de desconseguirem chamar de corrupto, quem como João Lourenço de apossou de mais de 40 milhões de dólares. Será que alguém com este pesado passivo, pode arrogar-se em chamar nomes aos outros, quando não é um poço de virtudes?
Mas ainda assim faça-se justiça a João “Malandro” Lourenço, pois não navega sozinho no alto mar da corrupção institucional. É, superiormente, secundado por Roberto de Almeida, Manuel Nunes Júnior, Julião Mateus Paulo Dino Matross, entre outros.
É verdade estarem muitos a questionar a autenticidade da lista, mas, logo ao subir da onda, intriga o papel do “surfista mor”, que resolveu, sem qualquer justificativa, assumir o prejuízo, apagar as dívidas e inocentar os devedores, atirando os prejuízos para os contribuintes pobres, que devem contentar-se com a falta de tudo, enquanto uns poucos, sem mérito se divertem com o transbordar das contas, com dinheiro furtado.
“Seria bom que os angolanos despertassem do sono e, nas próximas eleições dessem um verdadeiro basta à corrupção, porque senão o futuro será pior, uma vez que a comunidade internacional, continuará a impor restrições à venda de divisas a Angola, não se descartando mesmo a aplicação de sanções económicas internacionais, se José Eduardo dos Santos e os filhos continuarem a controlar a riqueza do petróleo, dos diamantes e a dominar a banca e as telecomunicações”, assegurou o economista.
Uma enorme lista de malandros
1. José Eduardo dos Santos – Presidente do MPLA e da República de Angola.
2. Lopo Ferreira do Nascimento – Dirigente e ex-deputado do MPLA.
3. José Leitão – Dirigente do MPLA, presidente do Grupo Gema, ex-director de gabinete do Presidente da República, ex-chefe da Casa Civil da Presidência da República.
4. João de Matos – Ex-chefe Estado Maior das FAA, presidente do Grupo Genius.
5. Higino Carneiro – Dirigente do MPLA e governador provincial de Luanda.
6. Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa” – dirigente do MPLA, ministro do Estado e Chefe da Casa de Segurança da Presidência da República.
7. António Mosquito – Militante do MPLA e empresário do Grupo AM, sócio sombra de Isabel dos Santos, filha de JES.
8. Isabel dos Santos – Militante do MPLA, filha do Presidente da República e empresária (BFA, BIC, UNITEL, ZAP, Sonangol).
9. Sebastião Lavrador – militante do MPLA, amigo de infância de Eduardo dos Santos, presidente do Banco Sol.
10. José Severim de Morais – militante do MPLA, presidente da Associação Industrial de Angola.
11. Joaquim David – Dirigente do MPLA, deputado, ex-PCA da Sonangol, ex-ministro da Indústria.
12. Manuel Vicente – Dirigente do MPLA, vice presidente da República, ex-PCA da SONANGOL, sócio da Pumangol, do Kero, etc..
13. Abílio Sianga – Dirigente do MPLA, ex-administrador da Sonangol, vice-ministro do Ambiente.
14. Mário Palhares – Militante do MPLA, e- administrador do BNA, do BAI e PCA do BNI.
15. Aguinaldo Jaime – Dirigente do MPLA, ex-governador do BNA, ex-ministro das Finanças, ex-presidente da ANIP.
16. França N’Dalu – Dirigente do MPLA, ex-chefe do EMG FAPLA, deputado.
17. Amaro Taty – Dirigente do MPLA, vice-ministro da Agricultura, ex-ministro da Agricultura, ex-governador de Cabinda, ex-governador do Bié.
18. Noé Baltazar – Militante do MPLA, ex-director geral da ENDIAMA, ex-delegado da ASCORP e empresário.
19. Desidério Costa – Dirigente do MPLA, deputado, ex-vice – ministro dos Petróleos, ex-ministro dos Petróleos.
20. João Lourenço – Vice-presidente do MPLA, ministro da Defesa, ex-vice presidente da Assembleia Nacional.
21. Isaac dos Anjos – Dirigente do MPLA, governador de Benguela, ex-ministro da Agricultura, ex-governador da Huíla.
22. Faustino Muteka – Dirigente do MPLA, ex-ministro, deputado, ex-governador do Huambo.
23. António Van-dúnem – Dirigente do MPLA, ex-secretário do Conselho de Ministros, ex-chefe da Casa Civil da Presidência da República, sócio da UNITEL.
24. Dumilde das Chagas Rangel – Dirigente do MPLA, ex-ministro, ex-governador de Benguela, deputado.
25. Salomão Xirimbimbi – Dirigente do MPLA, ex-ministro das Pescas, ex-ministro das Finanças, ex-governador do Namibe, deputado.
26. Fátima Jardim – Dirigente do MPLA, ex-ministra das Pescas, ex-deputada, actual ministra do Ambiente.
27. Julião Mateus Paulo “Dino Matross” – Dirigente do MPLA, ex-ministro, ex-secretário geral do MPLA, secretário das Relações Exteriores do MPLA, deputado.
28. Álvaro Carneiro – Militante do MPLA, ex-vice ministro das Finanças, ex-director adjunto da ENDIAMA.
29. Leopodino Fragoso do Nascimento “Dino”– Militante do MPLA, ex-chefe adjunto das Comunicações da Presidência da República, assessor do chefe da Casa de Segurança da Presidência.
30. Fernando Garcia Miala – Militante do MPLA, ex-chefe adjunto da Casa Militar, chefe da Casa Militar da Presidência da República, vice-ministro da Segurança de Estado, ex-director da Contra Inteligência Externa.
31. Armindo César – Dirigente do MPLA, ex-dirigente da JMPLA, empresário, PCA do Grupo Maboque.
32. Ramos da Cruz – Dirigente do MPLA, ex-governador provincial, deputado.
33. Lourenço Duarte – Militante do MPLA, ex-membro da Segurança de Estado, sócio de Isabel dos Santos, presidente do Grupo Ducard.
34. João E. dos Santos Liberdade – Dirigente do MPLA, governador do Moxico (mais antigo governador de Angola, cerca de 37 anos).
35. Bento dos Santos Kangamba – Dirigente do MPLA, ex-logístico das FAPLA, empresário, presidente do Grupo e da equipa de futebol Kabuscorp do Palanca, deputado com mandato suspenso, general na reserva.
36. Aníbal Rocha – Dirigente do MPLA, ex-governador das províncias de Luanda, Cabinda, Uíge, ex-ministro, deputado.
37. José Santos – Dirigente do MPLA, empresário.
38. António Paulo Kassoma – Dirigente do MPLA, ex-vice–ministro da Defesa, ex-ministro dos Transportes, ex-ministro da Administração do Território, ex-primeiro-ministro, ex-governador do Huambo, ex-presidente do Assembleia Nacional, ex-deputado, secretário geral do MPLA e presidente do Banco Económico.
39. Frederico Cardoso – Dirigente do MPLA, ex-chefe da Casa Civil da Presidência da República, ex-vice ministro, deputado, escritor.
40. Rui Santos – Militante do MPLA, empresário, presidente do Grupo SISTEC.
41. António Burity da Silva – Dirigente do MPLA, ex-ministro da Educação, deputado, empresário e sócio das universidades Independente e UPRA.
42. Silva Neto – Dirigente do MPLA, embaixador.
43. Júlio Bessa – Dirigente do MPLA, ex-ministro das Finanças, empresário.
44. Paixão Franco – Dirigente do MPLA, ex-assessor económico da Presidência da República, ex-presidente do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA).
45. Mello Xavier – Dirigente do MPLA, empresário, presidente do Grupo Mello Xavier, deputado.
46. Kundy Payhama – Dirigente do MPLA, ex-ministro da Segurança de Estado, da Defesa, dos Antigos Combatentes, governador das províncias do Kunene, Huambo, Luanda, Benguela, ex-deputado, governador do Kunene, empresário das Casas de jogos.
47. Ismael Diogo – Dirigente do MPLA, ex-cônsul de Angola no Rio de Janeiro, empresário, presidente da FESA.
48. Carlos Alberto Hendrick – Militante do MPLA, general das FAA no activo.
49. Augusto Tomás – Dirigente do MPLA, ex-ministro das Finanças, ex-governador de Cabinda, ex-deputado, empresário, actual ministro dos Transportes.
50. Generoso de Almeida – Dirigente do MPLA, ex-administrador do BPC, ex-governador do BNA, empresário, deputado.
51. Luís Faceira – Militante do MPLA, ex-chefe das tropas de Comando das FAPLA e FAA, empresário, general na reserva.
52. António Furtado – Militante do MPLA, ex-chefe do Estado Maior das FAA, empresário, general na reserva.
53. José Pedro de Morais – Dirigente do MPLA, ex-ministro das Finanças, ex-governador do BNA, empresário.
54. Gilberto Buta Lutukuta – Dirigente do MPLA, ex-ministro da Agricultura, ex-governador provincial, empresário, deputado.
55. Simão Júnior – Dirigente do MPLA, ex-quadro da Direcção de Defesa e Segurança do MPLA, empresário, sócio gerente do Grupo Gema.
56. Carlos Maria Feijó – Dirigente do MPLA, ex-assessor jurídico do Presidente da República, ex-ministro de Estado e da Casa Civil da Presidência da República, empresário, deputado.
57. Armando da Cruz Neto – Dirigente do MPLA, ex-chefe do Estado-Maior das FAA, ex-governador de Benguela, empresário, deputado, general na reserva.
58. Elísio de Figueiredo – Militante do MPLA, amigo pessoal de José Eduardo dos Santos, embaixador.
59. Fernando da Piedade Dias Dos Santos “Nandó” – Dirigente do MPLA, ex-vice ministro do Interior, ex-ministro do Interior, ex-ministro da Segurança de Estado, ministro da Segurança de Estado, ex-primeiro-ministro, empresário e actual presidente da Assembleia Nacional de Angola.
60. Bartolomeu Dias – Militante do MPLA, empresário, presidente do Grupo Bartolomeu Dias.
61. Archer Mangueira – Dirigente do MPLA, assessor económico do presidente da República.
62. Fátima Roque – Militante do MPLA, economista, ex-dirigente da UNITA, viúva do banqueiro Horácio Roque, empresária.
63. Paixão Júnior – Dirigente do MPLA, ex-vice governador do BNA, ex-PCA do BPC (Banco de Poupança e Crédito).
64. Joaquim Sebastião – Dirigente do MPLA, ex-director do INEA (Instituto Nacional de Estradas), empresário, actual director do IPGUL (Instituto de Gestão Urbana de Luanda).
65. Welwitcha dos Santos – Dirigente do MPLA, filha do Presidente da República, empresária, dona do banco comercial Prestigie, gestora do Canal II e Canal Internacional da TPA, deputada.
66. Manuel Nunes Júnior – Dirigente do MPLA, ex-ministro, secretário do bureau político para a economia, empresário, deputado.
67. Marta dos Santos – Militante do MPLA, ex-trabalhadora de base do ministério da Agricultura, irmão do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, empresária.