“O exercício democrático a todos os níveis das organizações que suportam” a UNITA representa “já uma marca tradicional”, disse Ernesto Joaquim Mulato, durante a Conferência provincial de Luanda do Galo Negro.
Ernesto Joaquim Mulato afirma que, desde a fundação da UNITA, em 1966 no Muangai, até aos nossos dias, o exercício democrático constituiu-se num alicerce de concertação de ideias políticas e formalização das suas estruturas partidárias.
O dirigente da UNITA discursava durante a Conferência provincial de Luanda, que elegeu os candidatos a deputados pelo circulo provincial, apelou aos delegados com capacidade de voto, para exercerem esse direito “com elevado sentido patriótico, velando pela ética disciplina e conduta dos potenciais candidatos, conforme emanam os nossos estatutos, para que o processo que por sinal é tamanha responsabilidade, corra de forma desejada, com transparência e sem ambiguidades”.
“De igual modo, o apelo vai para o órgão organizador e a comissão eleitoral que devem manter o espírito de isenção com vista a credibilizar o processo e a dar excelentes lições de democracia”, insistiu Ernesto Joaquim Mulato, exortando todos os envolvidos a fortalecer o seu espírito e dever militante para que continuem a dar a sua contribuição.
Segundo aquele antigo combatente e veterano da Pátria, o objectivo principal da UNITA não é a Assembleia Nacional, “mas sim formar o governo da República de Angola, para que possamos concretizar o nosso projecto de governação de uma Angola para todos, de uma Angola unida na diversidade, e uma Angola mais reencontrada”.
“Os últimos 15 anos de paz, desvendaram o véu do regime na sua incapacidade governativa, fruto de políticas desconcertadas e inaplicáveis num sistema de regime democrático”, disse Ernesto Mulato.
Depois de olhar para o pensamento de um dos percursores do princípio democrático dos tempos mais antigos da Grécia, Péricles, que advogava que um “Estado Democrático deve aplicar-se a servir a todos e procurar a todos a igualdade perante a lei. Deve ao mesmo tempo proteger-se contra o egoísmo e proteger o cidadão contra os abusos do Estado”, Ernesto Mulato conclui que “em Angola está tudo contrário”.
“A governação convive com a corrupção, anda abraçada como se fossem irmãos gémeos, com a impunidade, ante ao egoísmo e abusos daqueles que nos termos da Constituição e da lei seriam, somente, os servidores públicos”, acusou, sublinhando que “face à má governação, miséria, o povo Angolano, mais uma vez, espera pelo concurso da UNITA no jogo da alternância do poder já em Agosto deste ano. Eis assim, a vossa e nossa tamanha responsabilidade”.
De acordo com o também parlamentar pela lista da UNITA, Luanda, é o coração das eleições gerais dado o maior número da população votante e por ser a capital do país.
“É a praça eleitoral mais fértil para o nosso partido e por isso mesmo com mais um pouco de esforço, podemos dar goleada ao nosso adversário no caso o Partido que nos governa, cinco a zero”, afirmou a terminar.