42 anos depois do MPLA ter iniciado a guerra civil em Angola, eis que chega o momento de o presidente nomear o seu sucessor. Quem será o herdeiro do trono, depois de José Eduardo dos Santos decidir o próximo resultado eleitoral?
Por Domingos Kambunji
Um general. Quem será o figurante nomeado para vice-presidente? Um subalterno do general. Quer isto dizer que o MPLA continua a fazer guerra aos civis. A paranóia não permite que se escolha uma figura independente, inteligente.
Quem é o general que irá ser presidente? Alguém que foi formatado e licenciado pelo Instituto Lenine, do país onde os opositores são fuzilados, envenenados e os cúmplices dos serviços de espionagem desaparecem misteriosamente do mundo dos vivos, para não darem com a língua nos dentes.
O que fez o general herdeiro? Nada! Absolutamente nada. Ele diz que foi isto e aquilo mas é mentira. Se lermos os órgãos oficiais de informação e propaganda do “reigime” de Angola, nas últimas quarto décadas, tudo o que aconteceu em Angola foi pensado, planeado e executado por José Eduardo dos Santos (até a corrupção e a repressão).
Por isso ficámos muito admirados quando os órgãos de propaganda do “reigime” vieram agora virar o bico ao prego afirmando que o futuro presidente é muito competente. Afinal não era o presidente moribundo o único competente?
Vai mal um “reigime” que diz defender a democracia e 42 anos após a (in)dependência nada mais tem do que um general para ocupar um cargo presidencial.
E quem é que chefia a farsa do carnaval a que chamam processo eleitoral? O subalterno do general, que já disse ser muito imparcial. Digam lá que o desgoverno nacional do MPLA não é uma comédia que provoca uma risada amarela geral?!…
O general foi formatado e licenciado pelo Instituto Lenine. Pouco ou nada há a esperar de bom de alguém educado por instituições com paradigmas anquilosados, onde a Liberdade existe para envenenar e matar gente com pensamento e opinião diferente.
É demasiada ingenuidade esperar que rejuvenesça um partido que nasceu com ideais e paradigmas demasiado velhos. Tudo o mais serão quimeras. O rejuvenescimento na prática de paradigmas de futuro em Angola só poderá acontecer quando a maioria dos cidadãos nacionais se libertar do paternalismo sanzaleiro e matumbo dos generais.