A primeira deslocação de uma delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI) a Angola, no âmbito do pedido de assistência ao abrigo do Programa de Financiamento Ampliado (PFA), vai realizar-se em Maio, disse um porta-voz da instituição.
“A s discussões estão numa fase muito inicial e vão continuar durante a visita da missão a Angola, em Maio”, disse um dos porta-vozes da instituição, Andrew Kanyegirire.
A Lusa questionou o FMI sobre a duração, o montante e as condições do empréstimo financeiro e da ajuda técnica, mas a fonte escusou-se a adiantar mais pormenores, salientando que as discussões estão ainda “numa fase muito inicial”.
O FMI anunciou na semana passada que Angola solicitou um programa de assistência técnica e financeira para os próximos três anos, cujos termos vão começar a ser debatidos nas Reuniões da Primavera, que decorrem desde terça-feira em Washington, e numa visita ao país.
O ministro das Finanças de Angola, Armando Manuel, esclareceu entretanto que este pedido será para um Programa de Financiamento Ampliado para apoiar a diversificação económica a médio prazo, negando que se trate de um resgate económico.
Tradicionalmente, o recurso ao PFA (Extended Fund Facility, na expressão em inglês) inclui um conjunto de medidas de política económica e uma componente financeira que é libertada à medida que as metas vão sendo cumpridas.
Angola vive uma profunda crise financeira, económica e cambial, devido à quebra das receitas com a exportação de petróleo, o que fez disparar o custo de vários produtos alimentares, o que levou algumas superfícies a racionalizar as vendas em Luanda.
E que tal a corrupção?
A acção de empresas, governos e entidades diversas situadas na Europa e nos EUA é que sustentam (e se sustentam) a corrupção em Angola.
As elites do regime de sua majestade o rei de Angola, José Eduardo dos Santos, usam para proveito próprio todos os investimentos realizados no país, esquecendo-se que o país é habitado o que pressupõe – dizemos nós – a existência de gente, de pessoas. Também os governos ocidentais estão apenas preocupados em proteger os interesses das suas empresas, do que em trabalhar pela solução dos problemas sociais de Angola.
Angola é um dos países mais ricos do mundo que, contudo, tem uma população pobre, muitas vezes miserável. Em vez de gerar riqueza gerou ricos. Por outras palavras, poucos têm muitos milhões e muitos milhões têm pouco ou ada.
A morte de Jonas Savimbi, em 2002, motivou esperanças de que seria possível – acabado o esforço da guerra – direccionar as riquezas para o bem estar das populações. Puro engano. Passaram 14 anos e a população continua mal. Bem apenas ficaram os senhores da guerra que dividiram entre si o espólio, esquecendo que os angolanos existem.
De qualquer modo, também é verdade que a guerra serviu para enriquecer a elite que controla o poder em Angola por meio de altamente organizados abusos económicos envolvendo a apropriação e o saque em larga escalas dos bens do Estado, dos bens que deveriam ser de todos os angolanos.
As grandes empresas internacionais que exploram as riquezas de Angola recusam-se a divulgar os seus negócios com o governo, criando assim as necessárias condições para o trabalho sem sobressaltos da devorada máquina estatal de saque dos bens do Estado.
O próprio FMI, o Banco Mundial e outras instituições são criticadas por não aplicar critérios de transparência em suas operações com o governo angolano. Mas nada se passa. Essas organização vivem em grande parte da corrupção pelo que, desde logo, ajudam a mantê-la mesmo quando – como é agora o caso – vestem a pele de cordeiro.