A maioria do povo, os jovens revolucionários que pagaram com a vida, uns, barbaramente assassinados, Cassule, Kamulingue e Ganga e outros, 15+2 e ainda (muitos) outros pelas províncias, injustamente encarcerados nas fedorentas masmorras do reino, nunca teve dúvidas da batota fazer parte do ADN do regime, para o manter no poder.
O MPLA/JES quer superar os 500 anos de colonização portuguesa em Angola, daí a resistência na elaboração de um projecto para o país, com órgãos e instituições de cidadania. Para isso, mantém com a força das armas e da fraude, a hegemonia nos órgãos do Estado que, ao fim e ao cabo, são todos os que têm poder de decisão.
O MPLA/JES é um partido medroso, cada vez mais medroso, que se pavoneia, por ter o controlo da má- quina do Estado, que lhe permite escancarar os cofres públicos e de lá sacar (roubar) dinheiro para a sua maquiavélica empreitada.
O MPLA, nem o seu líder estão preparados para a mudança, daí a prévia batota eleitoral, mas se o povo e a máquina informática indicarem outro vencedor, o MPLA não só não aceitará, como em 1992, fez a UNITA, como também irá desencadear uma nova guerra, com suporte nos dois exércitos que têm, sob seu controlo, mais a (sua) Polícia Nacional. O MPLA/JES não se imagina, nem está preparado para viver, pacificamente, na oposição, porque senão a administradora da Samba, Mariana Domingos Francisco, e Paixão Júnior não viriam a público confirmar, dados, que nem a Comissão Nacional Eleitoral tem.
Eles, voluntária ou involuntariamente, demonstraram porque, delapidam os órgãos do Estado que dirigem ou dirigiram, sem que disso resulte consequências de índole criminal. Agem dolosamente, porque encaminham o dinheiro público para o partido no poder.
E porquê, este raciocínio? Pela razão de no dia 21 e 22 de Outubro, numa clara demonstração de força e desrespeito para com a maioria dos angolanos, a administradora da Samba e (obviamente) dirigente do MPLA, Mariana Domingos Francisco, no noticiário da TPA ter afirmado que dos 35 mil cidadãos registados, no município que dirige, 70% são militantes do MPLA.
Como é que ela sabe disso? Com que registos, se é o MAT que, inconstitucionalmente, está a dirigir o processo? Ou o ministério de Bornito de Sousa encaminha, para todas as células e CAP’s do MPLA esses dados, que esconde a CNE?
Só pode ser esta a mais pura verdade, caso contrário não seria secundada, por Paixão Júnior, que indo mais longe, afirmou sem pejo, estar o MPLA no bom caminho, se calhar no bom caminho da fraude e batota eleitoral, anunciando com “satisfação” que do total de cidadãos registados, 50%, são militantes do partido no poder. Essas afirmações vêm despoletar a celeuma da lógica da batata na lei da batota anunciada. Assim das duas uma, ou os cidadãos registados vão com cartão do MPLA, aos postos e isso lhes dá vantagem contabilística ou o MAT, sorrateiramente, cometendo mais uma ilegalidade, informa ao MPLA, o que deveria fazer a CNE.
Mas de uma coisa estamos seguros, as próximas eleições não vão ser nem justas, nem transparentes, pois toda a sua preparação está a ser batoteira, não sendo por acaso, que 99, 9% dos chefes dos postos de registo, sejam dirigentes e militantes do partido no poder.
É desta transparência que fala o Presidente da República dos angolanos do MPLA?