Homenagem a Zé Dú. Genro gasta 40 milhões

Sindika Dokolo, genro do presidente da República de Angola, organizou um festival musical denominado Zwa que custou 40 milhões de Kwanzas, para homenagear José Eduardo dos Santos, como “homem de música”.

Por Pedrowski Teca

Zwa é o nome do festival organizado pela Fundação Sindika Dokolo, do cidadão congolês democrata, casado com Isabel dos Santos, filha do presidente. Em Lingala, sua língua, a palavra “Zwa” significa “toma”.

O festival Zwa, parte das actividades musicais da III Trienal de Luanda, ocorre de 24 a 28 de Agosto, e albergará, segundo o programa, 40 bandas, o que representa 40 concertos, com um total de custo avaliado em 40 milhões de Kwanzas, o que perfaz um milhão de Kwanzas por concerto.


As informações do festival que termina amanhã, 28 de Agosto, data de aniversário do presidente da República, foram avançadas por Fernando Alvim, da Fundação Sindika Dokolo, a 12 de Agosto, numa conferência de imprensa acolhida no Palácio de Ferro, na baixa de Luanda.

Segundo Alvim, o mesmo festival, com entrada grátis, é um projecto desenhado em 2008, quando a fundação pensava seriamente na criação de uma revista cultural mas não via sentido fazê-la sem que antes começasse por um festival.

São oito horas de música por dia e quatro palcos disponíveis, sendo que os concertos começaram às 16 e terminam às 23 horas.

“Não se tratará de nenhuma separação de geração e de estilo, visto que o festival terá de tudo, desde a música dita mais tradicional à música contemporânea produzida e tocada por angolanos de todas as gerações”, disse.

O porta-voz disse que o festival foi também uma oportunidade para as novas gerações que não puderam ouvir bandas dos anos 50, 60 e 70, para que possam ganhar dados na compilação das suas memórias musicais com estes espectáculos ao vivo nestes cinco dias de ZWA.

Para além de homenagear o presidente da República, José Eduardo dos Santos como “homem de música”, em mais um aniversário natalício, será também honrado o compositor-mestre Xabanú.

Eventos para 2017, ano das eleições

Fernando Alvim avançou também que a filosofia do festival é um sistema que abrange o projecto Girabairro Cultural, que consiste em: música, literatura e fotografia, e já foi solicitado a ser desenvolvido em mais cinco cidades de Angola.

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Afirmou que, quanto à música, todo empenho se direcciona ao sonho de um dia termos um festival por bairro, e o ZWA já tem para 2017 a confirmação dos seus mecenas, que apoiam a abrangência do festival entre o Largo 17 de Setembro até à Fortaleza de Luanda, com possíveis dez palcos internos e 8 externos.

O Palácio de Ferro, na baixa de Luanda

O emblemático “Palácio de Ferro”, na baixa de Luanda, reabriu ao público a 16 de Janeiro deste ano, após obras de requalificação.

Segundo uma matéria publicada na mídia, foram necessários 70 milhões de dólares, para em 24 meses recuperar este monstro adormecido da cultura nacional.

O monumento foi reabilitado com o apoio da Endiama, concessionária estatal do sector diamantífero angolano, que depois de concluída procedeu a entrega ao Ministério da Cultura.

O espaço interior foi inaugurado com a exposição da Fundação Sindika Dokolo, no âmbito da Trienal de Luanda que decorre até Novembro, na capital do país.

O processo de reabilitação do Palácio de Ferro incluiu o reaproveitamento de todas as peças originais, substituição por réplicas de peças falantes, utilização de elementos de feitura contemporânea nas inserções ditadas pelo novo programa de uso, como instalações de climatização e iluminação.

A infra-estrutura, com um piso e três salas de exposições, mantém a originalidade das matérias empregues, dando melhor qualidade na vida da estrutura.

O Palácio de Ferro é um edifício histórico de Luanda, que se crê ser da autoria de Gustave Eiffel, o mesmo que desenhou a Torre Eiffel, em Paris, França.

O edifício possuiu uma original decoração em filigrana metálica e tem um soberbo avarandado envolvente, sendo o melhor exemplar da arquitectura do ferro em Angola.

Durante o período colonial o edifício gozava de grande prestígio e foi usado como centro de arte.

Após a independência de Angola e a subsequente Guerra Civil, o palácio entrou em ruína e o espaço envolvente foi transformado num parque de estacionamento.

A cerimónia de reinauguração foi testemunhada pelo governador da província de Luanda, Higino Carneiro, pelo presidente do Conselho de Administração da Endiama, Carlos Sumbula e pelo presidente da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda, José Tavares Ferreira.

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