“Frente Cívica” quer pôr cidadãos a agir

“Levar os cidadãos a participarem na vida democrática, em vez de se limitarem a votar nas eleições, ou nem sequer isso”, é um dos grandes objectivos do encontro nacional que a Frente Cívica promove no próximo sábado, 22 de Outubro, no Porto (Portugal).

Está é atese de António Manuel Ribeiro, líder da banda rock UHF e um dos promotores da iniciativa, juntamente com Paulo de Morais, ex-candidato presidencial, Mário Frota, presidente da Associação Portuguesa de Direito do Consumo, e Maria Teresa Serrenho, sócia-fundadora da AMAI – Associação Nacional dos Movimentos Autárquicos Independentes.

Depois do primeiro encontro, realizado em Coimbra e no qual participaram personalidades como o médico Manuel Pais Clemente, Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, o teólogo Frei Fernando Ventura, franciscano capuchinho, ou o actor Guilherme Leite, a Frente Cívica ruma ao Porto para nova reunião aberta à população, a levar a cabo pelas 16 horas deste sábado, dia 22, no Auditório da Junta de Freguesia de Santo Ildefonso.

“Queremos pôr pessoas de todas as orientações políticas, e até sem nenhuma, a falar abertamente sobre a vida e os problemas diários dos portugueses, de modo a poderem ser debatidas soluções reais para eles e para o Pais”, aponta António Manuel Ribeiro, sublinhando que “após as eleições, os portugueses ‘arrumam’ a sua visão do que acontece todos os dias, o que é dramático”.

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Paulo de Morais e António Manuel Ribeiro

É, por isso, “essencial trazer para Portugal algo que aqui não existe: a participação cívica que vá além da democracia formal e das eleições periódicas, no intervalo das quais os cidadãos são mantidos afastados da vida democrática”, defende, por seu lado, Paulo de Morais.

Garantindo que “a Frente Cívica não é a génese de um partido político, antes um factor da democracia participativa”, o ex-candidato à Presidência da República recorda que “temos 2 milhões de portugueses em situação de pobreza, que vivem com menos de 400 euros por mês, e mais 2 milhões que só não são pobres porque recebem apoios sociais”. Ou seja, metade da população vive em situação de pobreza.

Além disso, acrescenta Paulo de Morais, “mais 1,2 milhões de pessoas vivem em situação de desemprego ou subemprego e outras 150 mil trabalham para levar para casa 300 euros no fim do mês”.

Daí que a Frente Cívica tenha, entre as suas prioridades, denunciar a situação de todos estes portugueses que não aparecem nos media nem têm visibilidade, mas que são dos mais prejudicados pela má gestão dos dinheiros públicos.

Identificar os problemas crónicos e estruturais que impedem o avanço do País, definir os que são prioritários, estudar os dossiês com especialistas, denunciar os responsáveis, propor soluções e pugnar pela sua aplicação são, de resto, as linhas orientadoras da acção deste novo movimento.

Dar aos cidadãos “um instrumento para participarem activamente na vida do País” é, por isso, uma das missões da Frente Cívica, que vai “debruçar-se sobre problemas estratégicos no desenvolvimento da sociedade portuguesa”, como a má gestão dos dinheiros públicos, a incompetência, a corrupção e o compadrio, entre outros.

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