O presidente do MPLA, chefe de Estado e Titular do Poder Executivo, José Eduardo dos Santos, afirmou hoje o objectivo do partido em vencer as eleições gerais de 2017 pelo menos com maioria absoluta, mas não esclareceu se é candidato.
“O nosso objectivo é ganhar as eleições com maioria qualificada ou no mínimo maioria absoluta e o segredo estará na disciplina, na união e coesão de todos em torno dos nossos candidatos, quer no processo da campanha eleitoral quer no momento da votação”, afirmou José Eduardo dos Santos, durante o discurso de abertura da segunda reunião ordinária do Comité Central do MPLA, que se realiza hoje em Luanda.
Contudo, e apesar da expectativa em torno do discurso e dos sinais a transmitir pelo chefe de Estado, em cerca de cinco minutos de intervenção inicial, José Eduardo dos Santos voltou a não clarificar se encabeçará a lista às eleições gerais de 2017, após quase 40 anos no poder em Angola.
Nos meios políticos vinga a tese de que José Eduardo dos Santos terá confirmado a intenção de não se recandidatar em 2017 na reunião do bureau político do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), realizada quinta-feira em Luanda.
“O Comité Central, nesta sessão, vai aprovar a estratégia eleitoral do partido, onde estarão expressas as orientações que todas as estruturas deverão cumprir”, disse.
A actual Constituição de Angola prevê que o cabeça de lista do partido mais votado em eleições gerais (parlamento e Presidência) é automaticamente designado Presidente da República.
“Devemos trabalhar com o povo e para o povo, rumo à vitória. E celebrar condignamente o sexagésimo aniversário da fundação do MPLA, que se aproxima”, disse o líder do partido.
Chegou a vez de João Lourenço?
Como o Folha 8 escreveu na sua última edição, num artigo de Pedrowski Teca, o mundo ouviu inúmeras vezes que o presidente José Eduardo dos Santos, no poder desde 1979 sem nunca ter sido nominalmente eleito, deixaria a Cidade Alta e a vida política activa. Mas foram, pelo menos até agora, palavras que na realidade não passaram de jogos políticos para medição da pulsação de eventuais adversários internos e, também, para apaziguar espíritos de revolta dos que contestam a longevidade do mesmo na Presidência do país. Será novamente o caso?
Tais rumores voltaram agora à ribalta, dando conta que José Eduardo dos Santos não será o candidato número um do partido no poder, MPLA, nas eleições gerais de 2017.
Os mesmos rumores cirandam em alguns círculos desde antes da mais recente viajem “privada” de Dos Santos a Barcelona, Espanha, fazendo crer que a 10 de Novembro, o mesmo terá anunciando sobre a não recandidatura numa reunião do Bureau Político do MPLA.
Fala-se ainda que Dos Santos pretende fazer um anúncio a respeito deste assunto, já hoje na reunião do Comité Central.
Recorde-se que a 11 Março deste ano, o presidente de Angola, do MPLA e Titular do Poder Executivo, terá dito que iria retirar-se da vida política activa em 2018, deixando fértil a crença de que seria o candidato do seu partido nas eleições do próximo ano.
Os pronunciamentos de presidente Dos Santos, especialmente quanto à sua retirada da vida política e possível sucessão na liderança do MPLA, sempre foram fomentadores de dúvidas e confusões.
Durante uma reunião do Comité Central do MPLA, em Agosto de 2001, José Eduardo dos Santos surpreendeu muitos com as seguintes palavras: “Quer as eleições se realizem em 2002 ou 2003, teremos um ano e meio ou dois anos e meio para que o partido possa preparar o seu candidato para a batalha eleitoral – e é claro que esse candidato não se vai chamar José Eduardo dos Santos”.
Como uma isca saborosa no anzol atirada ao mar, rapidamente se descobriu que as mesmas palavras não passaram de manobras de diversão, procurando averiguar contestações partidárias internas camufladas e a pulsação externa.
A isca foi abocanhada pelo então secretário-geral do MPLA, o general João Lourenço, que foi afastado no congresso posterior, por ter dado indicações públicas de que pretendia disputar o cargo de presidente do partido com José Eduardo dos Santos.
João Lourenço foi afastado dos mecanismos de tomada de decisões mais próximos de Dos Santos, e posto a desempenhar funções de primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional.
Por um certo período de tempo, notou-se a ascensão de Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó”, ex-comandante geral da Polícia Nacional, na vida política, que chegou a ocupar o cargo de primeiro-ministro.
A nova Constituição de 2010 extinguiu a posição de primeiro-ministro, criando assim a vice-presidência da República.
Eu? Sim, não, talvez… antes pelo contrário
Nesta nova conjuntura, as eleições gerais de 2012 mostraram-se tenebrosas para Nandó, cuja posição eleitoral foi esvaziada com o surgimento do ex-presidente do Conselho da Administração da Sonangol, Manuel Domingos Vicente, como o número dois na lista partidária.
Após as eleições, Fernando da Piedade Dias dos Santos passou a ocupar o cargo de presidente da Assembleia Nacional, enquanto Manuel Vicente tornou-se o vice-presidente da República.
Embora se tenha destacado como “bom gestor” na Sonangol (tese arrasada ontem pela nova PCA da petrolífera, Isabel dos Santos) para o regime nos tempos das vacas gordas, poucos anos após as eleições, Manuel Vicente é visto como tendo insuficiências políticas e militares para ser digno da sucessão na presidência.
Segundo críticos, Manuel Vicente não tem cadastro político ou militar, sendo fruto da escolha e imposição de Dos Santos, chegando a não cumprir consenso no seio do partido e doutras franjas do país.
Em Abril de 2014, o presidente Dos Santos recuperou o general reformado e antigo secretário-geral do MPLA, João Lourenço, um militar de carreira e político veterano do MPLA que nesse ano passou a ministro da Defesa. Em Agosto deste ano, durante o VII Congresso Ordinário do MPLA, João Lourenço foi nomeado vice-presidente da República.
Desde então, João Lourenço tem sido conotado como a balança de poder na sucessão de José Eduardo dos Santos, numa altura que também se nota a ascensão dos filhos do presidente, nomeadamente: Isabel dos Santos, como PCA da Sonangol, Zenú dos Santos como PCA do Fundo Soberano e Tchizé dos Santos como deputada na Assembleia Nacional.
Num partido político, onde o presidente Dos Santos nunca concorreu internamente com um outro candidato à presidência do MPLA, evidenciando a monopolização do poder, pode afirmar-se que o futuro presidente do MPLA e de Angola, mantendo o “status quo”, dependerá só e apenas da vontade do actual presidente.
E chegamos assim à reunião do Comité Central em que os seus 363 membros deverão “deliberar”, ou simplesmente concordar, com o que Eduardo dos Santos vai dizer.
“Em 2012, em eleições gerais, fui eleito Presidente da República e empossado para cumprir um mandato que nos termos da Constituição da República termina em 2017. Assim, eu tomei a decisão de deixar a vida política activa em 2018”, disse na altura, e textualmente, José Eduardo dos Santos.
“Devemos olhar para trás e analisar o que fizemos com o necessário sentido de crítica e autocrítica, para constatarmos o que não foi bem feito. Os erros deverão ficar no passado e servir de critério para corrigirmos o presente e projectarmos o futuro. Só não erra quem não trabalha, mas o MPLA trabalha e faz, e o povo sabe. E está sempre empenhado em fazer mais e melhor”, afirmou José Eduardo dos Santos, na abertura do congresso do MPLA, a 17 de Agosto.
O Comité Central (eleito no congresso de Agosto) é o órgão máximo entre congressos e integra, na nova composição, José Filomeno dos Santos e Welwistchea dos Santos, filhos do Presidente Eduardo dos Santos.
O presidente do MPLA , chefe de Estado e Titular do Poder Executivo, de 74 anos, está no poder desde Setembro de 1979, após a morte do primeiro Presidente, António Agostinho Neto, tendo ocupado a pasta de ministro das Relações Exteriores de Angola logo após a proclamação da independência, a 11 de Novembro de 1975.
Folha 8 com Lusa
A mínima comparação seria que, quem já terá efetuado um voo de 7 horas com 250 passageiros no aparelho e todos sendo fumadores { ou ter visitado um local } e a irmã/irmão ser o único NÃO FUMADOR. Isto é para quem já tivera feito esta experiência.
E se assim é esta pessoa tinha de fazer de novo hoje num voo sem nenhum fumador.
O resultado, o alivio, que tranquilidade vivida..! e esta experiência seria então as imaginações de amanha , das de vida que poderemos viver apôs da Mudança que almejamos.
O meu apelo é, jovem angolano, seja parceiro da mudança ainda hoje.