Carta aberta a Rafael Marques e William Tonet

“Eu sinto uma enorme revolta cada vez que leio as vossas reportagens e opiniões na Comunicação Social. Nota-se perfeitamente que vocês não foram alunos, nem são discípulos, do professor de Educação Patriótica especialista em fugas dos casinos do Mónaco, da justiça brasileira e empresário de eventos.

Como é que vocês se atrevem a criticar o re(i)gime de José Eduardo dos Santos se nem sequer vivem em Angola? O Luís Fernando disse que os críticos do o re(i)gime vivem, principalmente, em Portugal. Penso que vocês não residem nas Torres do Estoril, por uma questão de segurança, porque alguns desses apartamentos multimilionários foram adquiridos por altos diGerentes do MPLA.

Como é que vocês defendem a Democracia se nem sequer foram capazes de inventar a electricidade potável, como fez o sobrinho do tio?

Como é que vocês defendem a dignidade se não foram capazes de retirar o João, o poeta que lambe a botas do patrão, do labirinto e dos sofismas, falácias e contradições dos factores externos e internos em que ele se enredou, para tentar explicar que a culpa do nepotismo e da ditadura em Angola é sempre dos outros países e da oposição angolana?

Como é que vocês criticam as injustiças sociais e a miséria se não entendem que as assimetrias e a concentração da riqueza nos Santos e generais ocorrem devido à estiagem, ao clima de Angola, como explica, muitíssimo bem, o Louvalozédu?

(Não tenho a certeza se, em vez de Estiagem, o Louvalozédu queria dizer pilhagem!…)

Os Santos e generais investiram muitíssimo na aquisição de aparelhos de ar/clima condicionado.

Como é que vocês se atrevem a criticar a oligarquia do MPLA se nem sequer elogiaram e celebraram a grande vitória de Angola se situar no centésimo quadragésimo nono lugar no índice de Desenvolvimento Humano? Os países que ocupam os lugares cimeiros não sofrem tantos problemas de estiagem (pilhagem?), como acontece em Angola.

Como é que vocês defendem as instituições, imparciais, que publicam os índices mundiais de mortalidade infantil, corrupção, repressão, má governação? Vocês não sabem que existem outros dados estatísticos a demonstrarem que Angola é a maior potência mundial, o país como o desenvolvimento económico e social, sustentado, mais harmonioso do planeta?

O Louvalozédu pode fornecer-vos essas fontes, nomeadamente as da UA, presidida em 2015 por Robert Mugabe.

(Não se esqueçam de que o país de Mugabe tem as notas com o numerário mais elevado do mundo. Os EUA têm notas de um, cinco, dez, vinte e cem dólares. O Zimbabwe está mais avançado, tem notas de cem mil biliões e triliões de dólares, só é pena que valham alguns, poucos, centavos americanos. O Kwanza vai pelo mesmo caminho.)

Como é que vocês assumem que o Cassule e o Camulingue foram mortos? O MPLA mostrou-vos os corpos? Como é que vocês conseguem provar que o Ganga foi morto pelas balas do MPLA? Viram os ziguezagues que essas balas fizeram, tentando evitar esse fuzilamento? O Louvalozédu ou o galináceo infantil poderão explicar melhor esse incidente e acidente, porque eles são os maiores especialistas do mundo em tudo, até em balística.

Como é que vocês afirmam que o Rufino António foi fuzilado se não estão informados de que as tropas do MPLA, comandadas a partir da Valeta, agiram em legítima defesa? Consta que o rapaz estava armado com mísseis e bombas nucleares, da mais avançada tecnologia, importados de um país a Norte da Coreia do Sul, pelo paiLama.

Como é que vocês são capazes de criticar o curriculum do Agostinho Neto se, depois de muitas falcatruas para se manter como Presidente do MPLA, ele é um Herói Nacional, porque iniciou a guerra civil em Angola? É de bom tom que se esclareça que o 27 de Maio não aconteceu em Angola, ou, se aconteceu, foi no século XX antes de Cristo e esse incidente já está resolvido, segundo diz o Louvalozédu. Algum desses fuzilados tem o corpo depositado no Mausoléu, que custou um bilião de dólares americanos, do Agostinho Neto? Não! Percebem agora que o 27 de Maio nunca aconteceu? O grande problema reside no facto de não lerem os livros publicados pelos bajulinos do MPLA, como faz o Louvalozédu, e, por isso, estão mal (in)formatados.

Angola está no bom caminho. A única contrariedade é que o re(i)gime ainda não conseguiu encontrar um mecanismo para enfrentar e desviar o abismo para onde o MPLA conduz o país.

Percebem agora toda a minha revolta por verificar que vocês são críticos do re(i)gime, não residindo em Angola? Vocês vivem na Zeduardolândia e não foram colegas do Louvalozédu nas aulas de Educação Patriótica, ministradas pelo sobrinho do tio!

Com os meus melhores cumprimentos.

Domingos Kambunji”

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