A ordenação como cardeal do bispo de Santiago de Cabo Verde, Arlindo Furtado, é um motivo de orgulho para ao cabo-verdianos e para toda a Lusofonia.
“H abemus Cardeal” foi o título do jornal A Semana, que realça que, pela primeira vez na sua História, Cabo Verde tem um bispo na Santa Sé, eleitor (com menos de 80 anos), e sublinha que centenas de cabo-verdianos da diáspora viajaram até Roma desde Portugal, Espanha, França, Luxemburgo, Holanda, Suíça e EUA.
Lembrando que a ordenação constitui um “momento único da História da Igreja [católica] em Cabo Verde”, o semanário cabo-verdiano destaca as palavras de Ildo Fortes, bispo do Mindelo (ilha de São Vicente), presente na Cidade do Vaticano.
“É um momento de muito júbilo para a nossa terra, para as duas dioceses de Cabo Verde. Nós, do lado da igreja, damos conta de que é uma ascensão de grande responsabilidade. A função que se assume, mais do que prestígio ou honra, é um serviço”, salientou Ildo Fortes, que substituiu Arlindo Furtado na diocese do Mindelo.
“O papa chamou atenção para a evidência de que irá haver festa à volta dos novos cardeais, com os familiares e amigos, mas a resposta a esta chamada é um serviço. E isso cremos ser uma mais-valia para a Igreja e para Cabo Verde e dom Arlindo irá estar num lugar muito perto do papa, para ajudar”, acrescentou.
A agência Inforpress e as edições ‘online’ do Expresso das Ilhas e A Nação realçam também a “grande afluência” de cabo-verdianos à Cidade do Vaticano.
A Inforpress, em que os dois jornais se baseiam, sublinha a presença de uma delegação oficial de Cabo Verde, integrando o primeiro-ministro, José Maria Neves, e os líderes parlamentares do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder), Felisberto Vieira, e do Movimento para a Democracia – MPD), Fernando Elísio Freire, além do embaixador junto da Santa Sé, Antero Veiga.
Para Felisberto Vieira, citado pela agência noticiosa cabo-verdiana, a nomeação de Arlindo Furtado constitui “um momento histórico para Cabo Verde e de júbilo para toda a nação cabo-verdiana”, tendo em conta todo o percurso da Igreja Católica no arquipélago, onde a primeira circunscrição diocesana foi criada em 1533.
No mesmo tom, Elísio Freire considerou a ordenação como um “grande momento para Cabo Verde e para os cristãos cabo-verdianos”, representando a “afirmação” daquela que foi a primeira presença da Igreja Católica na África Ocidental.
Vários cabo-verdianos presentes na cerimónia, acrescenta a Inforpress, expressaram a sua alegria pela nomeação do primeiro cabo-verdiano como cardeal da Igreja Católica Romana, realçando que a Igreja de Cabo Verde “está em alta”.
A imprensa cabo-verdiana dá igualmente conta da ordenação também como cardeal do patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, e da presença de sete cardeais eleitores lusófonos – o cardinalato conta ainda com 10 cardeais lusófonos que, por terem mais de 80 anos, não poderão eleger um papa. A partir de agora, o colégio conta com 228 cardeais, 125 eleitores e 103 não eleitores.