Diversas organizações e entidades vão manifestar-se quarta-feira em Lisboa pela liberdade de expressão em Angola e pela libertação dos acusados de crimes contra o Estado, revelou hoje a directora da Amnistia Internacional em Portugal.
“V árias organizações e entidades vão estar presentes nesta concentração, precisamente porque no mesmo dia, em Luanda, pretende-se que haja um evento público pela defesa de todos os detidos. Portanto, a Amnistia Internacional (AI) e outras organizações querem recordar todas as situações uma vez que as autoridades angolanas permanecem inamovíveis”, disse Teresa Pina.
A concentração de solidariedade está agendada para as 18 horas, no Largo de São Domingos, junto ao Rossio.
“Não são apenas organizações não-governamentais que pretendem participar, temos a informação de que há partidos políticos, alguns angolanos, ou os seus representantes que querem estar presentes. Percebeu-se que havia aqui uma coincidência de várias entidades que querem fazer-se ouvir”, acrescentou a directora da Amnistia Internacional em Portugal.
Em Luanda, a concentração está agendada para o mesmo dia no Largo da Independência e está a ser organizada através da rede social Facebook (#Libertemosnossosirmãos)
“As autoridades angolanas não escutam as vozes que tentam fazer-se ouvir em Angola nem as que estão fora de Angola. Isso não nos deve desmotivar. Pelo contrário, apelamos à libertação imediata dos detidos”, sublinha Teresa Pina.
De acordo com a responsável pela organização não-governamental, as autoridades angolanas usam o argumento dos crimes contra a segurança do Estado para “reprimir qualquer dissidência e não abrindo mão dessa vaga repressora para silenciar uma opinião, uma crítica, uma tentativa de manifestação pacífica” em que seja posta em causa a governação e os poderes vigentes em Angola.
Entre os dias 20 e 24 de Junho mais de 15 pessoas foram detidas arbitrariamente e permanecem detidas, segundo a AI, “sob a acusação vaga” por se prepararem para realizar alegados actos que podiam alterar a ordem e a segurança pública em Angola.
Na semana passada, quatro activistas e um jornalista ficaram retidos durante mais de oito horas no momento em que visitavam alguns dos detidos em Junho.
A AI mantém igualmente uma campanha pela libertação do activista José Marques Mavungo, detido em Cabinda há mais de quatro meses sob a acusação de crimes contra a segurança do Estado, apesar de estar apenas envolvido, ao que a AI apurou, “na organização de uma manifestação pacífica sobre a situação de direitos humanos e governação”.
O caso do jornalista e activista Rafael Marques, autor do livro “Diamantes de Sangue”, que se encontra ainda em fase de julgamento, tem motivado várias campanhas e iniciativas da AI e de outras organizações não-governamentais internacionais.
Segundo a página na rede social Facebook que alerta para a concentração de Luanda vão realizar-se também na quarta-feira manifestações na Bélgica e na Alemanha pela liberdade de expressão e libertação dos detidos.
Não poderei presenciar em nenhum destes eventos, porque estou ca na Guiné-Bissau, consideravelmente longe tanto de Angola, quanto de Portugal, mas espiritualmente farei presenciar, serei solidário as pessoas injustamente encarcerados por u regime ignóbil, de pessoas que os seus corações não pulsam sangue. É por esta liberdade que pegamos em armas para dizer basta da colonização, hoje as armas deixaram de existir, porque entendemos que somos irmãos, seremos capazes de viver e conviver no mesmo espaço, partilhando mesma dor, mesma aflição, mesma tristeza, sobretudo partilhemos os mesmos pratos e mesmas oportunidades. A Paz é algo muito precioso que se construi com união, priorizando o dialogo para a sua manutenção.
Entre irmãos não deve haver violência, porque somos divergentes de opinião, não somos do mesmo partido, não somos da mesma religião, não somos da mesma etnia ou da mesma laia social.
Não deve haver violações, só porque há aqueles que entendem que deve haver mudanças, mesmo em nossa casa somos exigidos a mudanças de comportamento, sem que isso signifique repreensão. Por acaso é imperativo mudança em Angola, um País milhões de cidadãos ficar refém de uma pessoa, não é bom.
A partir da Guiné-Bissau, estou na marcha, ao lado dos meus irmão Angolanos reprimidos por suas palavras suas ideias, pacificamente manifestadas. A força popular é imparável, como agua do mar.